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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/04/2015 | Educação
Más condições de trabalho afetam professores estaduais e estudantes
Más condições de trabalho afetam professores estaduais e estudantes O professor Rodrigo Fortunato complementa o salário que recebe em escola estadual com aulas na rede particular. Foto: Amanda Perobelli
O professor Rodrigo Fortunato complementa o salário que recebe em escola estadual com aulas na rede particular. Foto: Amanda Perobelli
Problemas vão desde as salas superlotadas e falta de materiais didáticos até os baixos salários

Salas superlotadas, falta de materiais didáticos e de estrutura. Salários baixos que obrigam os profissionais a se desdobrarem entre várias escolas para conseguir sobreviver. Este é o resumo do dia a dia de trabalho dos professores da rede estadual que levou à greve da categoria. A paralisação completou um mês nesta semana e tem reflexo também sobre os alunos.

A situação degradante da jornada é antiga, e só foi agravada pelos cortes de verbas feitos pelo governo do Estado na Educação, no final de 2014. Os problemas começam com a atribuição de aulas, pesadelo de todo professor.

A definição de aulas remete a um quadro triste e sombrio, como contou o professor de história e geografia Rodrigo Eduardo Fortunato, 36 anos. A sensação para ele é de desconforto. “Lá todos estão precisando de aula e muitos estão sem grana. É como se estivéssemos implorando para conseguir trabalhar”, disse.

Muitas vezes as aulas ficam distribuídas entre escolas estaduais em cidades distantes para o mesmo professor. Para obter uma renda suficiente, Fortunato complementa o salário com aulas em uma escola particular, pois somente as aulas do estado não rendem mais de R$ 2 mil. Fortunato já chegou a dar aula no mesmo ano na Vila Industrial, Capital, em Paranapiacaba e no Jardim Santo Antônio, em Santo André.

Trabalhando de manhã até a noite, sobra pouco tempo para preparar as aulas. “Assim fica difícil acompanhar o ritmo de aprendizado do aluno, porque a gente tem que mudar de escola com frequência. Os dois [professores e alunos] ficam prejudicados”, contou Fortunato.

Salas lotadas - Estrutura é outro grande problema apontado pelos profissionais de ensino. Apesar de o governo do Estado fornecer materiais escolares, os kits chegam com atraso de até um semestre, em alguns casos. A quantidade de alunos por sala também dificulta as condições de trabalho. O professor de história Eder Luis Pasqual, 25 anos, chegou a lecionar para 55 alunos, mais que o dobro da média de estudantes por sala nas escolas particulares. “Já passei várias aulas inteiras só pedindo silêncio”, relatou.

O auxílio a portadores de deficiência também não é feito corretamente, conforme a professora de artes Aretha Gasparini Piedade, 33 anos, que já passou por dificuldades pela “falsa inclusão” promovida pelo estado. “Ninguém prepara o professor para trabalhar com a deficiência do aluno. Às vezes nem sabemos que tem algum deficiente na sala”, disse.

A professora de artes leciona há oito anos e já teve problemas de saúde, pois passou por pressões psicológicas em sala de aula, envolvendo conflitos com alunos. Agora, resolveu pegar uma licença do estado para estudar publicidade. “Não consigo sentir crescimento na carreira, os méritos não são suficientes”, disse Aretha, ao justificar a busca de evolução em outra área.

Por Jessica Marques - ABCD Maior
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