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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/09/2012 | Esportes
Mano diz estar no caminho certo e ataca o baixo nível das críticas
O técnico Mano Menezes, 50, tem convicção de que seu trabalho na seleção brasileira está no caminho certo. Em entrevista exclusiva à Folha, o treinador afirma ter a obrigação de pensar que estará no cargo na Copa de 2014.

Mano afirma que algumas críticas são "oportunistas" e de "baixo nível", e que problemas do futebol brasileiro estão "estourando na mão de pessoas que não têm responsabilidade sobre eles, como o técnico da seleção".

Folha - Este é o seu momento mais difícil na seleção?
Mano - Não. O mais difícil foi na primeira parte do trabalho, que durou até a Copa América [de 2011, na Argentina], onde unimos jogadores novos com alguns remanescentes da Copa de 2010, e o resultado não foi bom.

Em algum momento desses dois anos pensou em sair ou se arrependeu de ter entrado?
Não. Quando aceitei o convite não teria a ilusão de que seria tranquilo, porque não foi para ninguém antes. Ao mesmo tempo que a função cria dificuldades e te expõe muito, dá orgulho e a satisfação de construir algo grandioso, que é representar o Brasil na Copa.
Antonio Lacerda - 09.set.12/Efe
O técnico Mano Menezes durante treino da seleção brasileira, em Recife
O técnico Mano Menezes durante treino da seleção brasileira, em Recife

Tomando 2010 como ponto de partida e 2014 como de chegada, em que estágio a seleção se encontra?
O planejamento era estar depois dos Jogos Olímpicos com um grupo bastante definido, para fazer uma última parte do trabalho. E estamos com o grupo definido. O fato de termos mais dificuldade numa partida específica serve apenas para críticas pontuais, e às vezes oportunistas.

A impressão é de que o time chegou pronto à Olimpíada e saiu destruído de lá.
Concordo em parte. Se no momento final, no mais importante, não atinge o objetivo, é porque faltou alguma coisa e algo precisa ser revisto. É o que estamos fazendo agora.

Quantas vezes você reviu a final da Olimpíada?
Dez vezes.

E que conclusões tirou?
Ficou claro que precisa-se de algo a mais para ser campeão. É uma questão coletiva que estamos analisando. Tomamos um gol a 20 segundos e não tivemos trabalho de equipe para conseguir reverter. Ainda nos faltam pequenos detalhes, ajustes finais.

Saiu Ricardo Teixeira, entrou José Maria Marin, o que isso mudou para o seu trabalho?
Mudou o estilo do comando, mas não internamente a autonomia que tenho para conduzir o trabalho.

Marin fala mais de futebol, gosta de ver as convocações...
O fato de compartilhar a informação com mais pessoas não quer dizer que você perde autonomia. A gente tem participação maior do presidente, está mais próximo. Eu tenho total respaldo para conduzir o trabalho. Nunca houve dificuldade de relacionamento ou de entendimento.

O que pensa sobre a vaia que a seleção recebeu no Morumbi?
O torcedor vaiou a seleção ao longo da história, mas também apoiou. A seleção já jogou bem e mal com todas as formações, em todos os momentos, em todas as circunstâncias. O que precisamos atacar é o baixo nível a que algumas coisas chegaram.

Por exemplo?
Os termos usados, a falta de respeito, isso não é bom para ninguém. Esse tipo de situação gera reação, daqui a pouco os atacados vão se sentir na obrigação de responder. E vai se estabelecer uma discussão de baixo nível, que não vai resolver os problemas do futebol brasileiro.

Você se sentiu pessoalmente atacado ou injustiçado?
De um modo geral, não. Não tenho do que reclamar da postura da imprensa. Mas existem as pessoas que colocam seus interesses acima, e isso também atrapalha.

A seleção paga por atrapalhar os planos dos clubes?
A seleção precisa estar acima dos clubes. Houve uma ruptura na boa relação que sempre tivemos. Parece claro que temos questões importantes a resolver no nosso futebol, e estamos protelando essas discussões há um bom tempo.

Mas não deveria partir da CBF resolver o calendário?
Esta é uma discussão bastante ampla. Temos que pensar nisso, todos. Não pode mais continuar como está, porque está estourando na mão de pessoas que não têm responsabilidade sobre isso, como o técnico da seleção.

O Brasil é favorito para a Copa das Confederações?
Ainda não. Temos seleções que estão à frente do Brasil, uma delas é a Espanha. O que não quer dizer que o Brasil não tem condição de ganhar.

Você se vê em 2014?
Eu estou trabalhando para isso. A cada dia, cada decisão que tomo é baseada em estar em 2014. É minha obrigação saber me conduzir no processo, com mais ou menos pressão. Sabia que seria assim.

Se você vem dirigindo à noite por uma estrada deserta e vê o Romário sozinho, pedindo ajuda, o que faria?
Eu o ajudaria.

Por Martín Fernandez - Enviado Especial a Recife - Folha Online
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