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DATA DA PUBLICAÇÃO 28/10/2012 | Setecidades
Mais de 90 mil pessoas da Região moram sozinhas, revela IBGE
Mais de 90 mil pessoas da Região moram sozinhas, revela IBGE Para Luiz Carlos Baraldi, morar sozinho é o melhor jeito de se viver. Foto: Amanda Perobelli
Para Luiz Carlos Baraldi, morar sozinho é o melhor jeito de se viver. Foto: Amanda Perobelli
Pesquisa do instituto mostra que os chamados imóveis unipessoais são 11,4% dos domicílios no ABCD, onde vivem 91 mil pessoas

Se por um lado existe a tendência dos filhos demorarem cada vez mais para deixar a casa dos pais, de outro lado dados do Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam que aumentou nas últimas duas décadas o número de pessoas que moram sozinhas.

Nas sete cidades do ABCD, os imóveis unipessoais (casa com um morador) representam 11,4% dos domicílios, somando quase 91 mil pessoas. Em 2010 eram 8,4% (55.970 pessoas), e em 1991 apenas 5,7% (29.914 pessoas) nas sete cidades. São Caetano é a cidade do ABCD que proporcionalmente apresenta o maior número de lares onde apenas uma pessoa residente: 14,6% dos domicílios (7.379 pessoas).

A liderança da cidade tem a ver, de acordo com o pesquisador e historiador da Fundação Santo André José Hamilton de Souza, com o fato de o município ter o maior PIB (Produto Interno Bruto) da Região, e um dos maiores do País.

“Mora sozinho quem tem condições econômicas que permitam manter a casa sem a ajuda de ninguém. O crescimento, em nível nacional, tem a ver com a ascensão econômica das pessoas e com a formação escolar também. Quando as pessoas estudam, aumentam o senso crítico, melhoram suas condições de vida, e morar sozinho vira uma alternativa”, disse.

NÚMERO EXPRESSIVO

Na sequência, Santo André também possui números expressivos de lares com apenas um morador. São 12,4%, quase 26 mil pessoas. Já São Bernardo possui, em números absolutos, a maior quantidade de pessoas que vivem sozinhas: 26.925, e 11,2% do total de domicílios.

Luiz Carlos Baraldi, 63 anos, faz parte dessa realidade. Desde o divórcio, há 15 anos, Baraldi descobriu que morar sozinho é o melhor jeito de se viver. O administrador de empresas morou por um tempo com os filhos, mas logo voltou a viver sozinho, e assim ficou.

“Atende melhor o meu perfil. Não gosto de depender do horário de outras pessoas, tenho o meu modo de organizar as coisas, essa liberdade. Namoro há mais de uma década e vivemos em casas separadas. Para minha namorada isso também não é um problema. Somos muito parecidos.”

Longe de ser tímido, avesso à vida em sociedade, Baraldi afirma que adora festas, encontrar os amigos, os filhos, visitar as irmãs, mas que estar junto não pressupõe morar junto.

Diadema e Mauá possuem 10,9% e 10,2%, respectivamente, de domicílios de apenas um morador. Já Rio Grande da Serra tem 1.473 casas de um morador (11,1%), e Ribeirão Pires 9,5%, ou 3.224 pessoas.

Cresce demanda por lofts e um quarto

Essa nova realidade dos lares causa também mudanças na produção do mercado imobiliário. De acordo com Robson Toneto, diretor de vendas da construtora MBigucci, uma das principais na Região, há uma demanda crescente por apartamentos com apenas um quarto e por lofts, que possuem as mesmas características das conhecidas quitinetes – apartamentos sem divisórias entre sala e quarto, com um banheiro e cozinha dividida por um balcão.

“Lançamos um empreendimento este mês com 220 lofts. Todos foram vendidos em um dia. Não esperávamos uma venda tão expressiva. No ABCD, o mercado se preocupou em fazer imóveis grandes, de dois e três quartos, mas a tendência este ano são os apartamentos pequenos, estúdios e lofts, sem dúvida”, afirmou Toneto.

O diretor de vendas disse ainda que os compradores costumam ser pessoas com mais de 30 anos, homens e que trabalham próximo dos apartamentos.

No País, quase 7 milhões vivem sozinhos

Os brasileiros que vivem sozinhos chegaram a 6,9 milhões em 2010. Pouco mais de 12% dos domicílios brasileiros têm apenas um morador. Em 2000, eram 8,6%.

Pelo perfil traçado por técnicos do IBGE, a maior parte dos que moram sozinhos é homem, tem entre 40 e 59 anos. No caso dos homens, é solteiro; das mulheres, viúva.

O custo de vida por pessoa é geralmente mais elevado do que nas casas onde mora mais gente. Além disso, uma única pessoa pode ser mais vulnerável, já que não há, em caso de desemprego ou outros problemas, uma retaguarda presente, alguém que divida o problema diz o estudo do IBGE.

O estudo aponta ainda que o aumento de pessoas vivendo sozinhas prejudica a formulação de políticas públicas. O gasto com energia elétrica, por exemplo, é maior, já que a luz acesa na sala, por exemplo, ilumina apenas uma pessoa.

Por Carol Scorce - ABCD Maior
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