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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/06/2012 | Economia
Maioria dos brasileiros prefere pagar compras em dinheiro
Maioria dos brasileiros prefere pagar compras em dinheiro Consumidores pagam com dinheiro para evitar juros. Foto:Amanda Perobelli
Consumidores pagam com dinheiro para evitar juros. Foto:Amanda Perobelli
Em segundo lugar aparece o cartão de crédito

A maior parte dos brasileiros prefere pagar suas compras em dinheiro. É o que mostra levantamento do Ibope realizado neste mês de junho. De acordo com a pesquisa, 78% dos entrevistados utilizam o dinheiro como meio de pagamento mais frequente. Em segundo lugar aparece o cartão de crédito, com 13%.

O pagamento à vista é uma saída para os comerciantes e consumidores evitarem as altas taxas das operadoras de cartão de crédito, que têm resistido em acompanhar a queda de juros provocada pelo governo federal. A taxa Selic – que serve de guia para as demais taxas econômicas – chegou a 8,5% ao ano, depois de sucessivos cortes. Entretanto, de acordo com pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), as operadoras de cartão cobram juros médios de 10,69% ao ano, taxa muito alta para economistas.

Essa saída é praticada pelas duas Andressas entrevistadas pela reportagem. “Nós oferecemos em média um desconto de 5% no pagamento em dinheiro. É um modo de compensar o cartão [os juros]”, conta Andressa Taketa, 30, sobre a loja de cartuchos eletrônicos, onde é vendedora, da Rua Marechal, no Centro de São Bernardo. Esse é o tipo de benefício que a dona de casa Andressa Aranha Santiago procura. “Uso o cartão quando preciso fazer uma comprar urgente, mas uso o dinheiro quando tem um desconto que vale a pena”, diz ela, que ainda acredita tal desconto ser raro. A primeira Vanessa ressalta que dá o desconto somente quando é pedido. “Nós oferecemos quando o cliente pede, é um modo de beneficiar ele”.

Contudo, nem todos os comerciantes pensam assim. “O cliente é que decide se vai pagar em dinheiro ou cartão”, afirma Sônia Conde, 62, proprietária de uma loja de roupas e tecidos na mesma galeria onde Andressa trabalha. “Não temos preocupação com os juros, pensamos mais nas vendas e na satisfação dos clientes”, justifica ela.

Para o professor e economista da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, pagar ou não a vista acaba ficando a cargo da vontade do comeciante e do consumidor.“Depende da necessidade do comerciante. É interessante evitar os juros, mas também se pode perder clientes não dando preferência ao cartão, pois para eles, é muito mais cômodo [usar o cartão]”.

Dinheiro em caixa - Outro motivo para a preferência do pagamento em dinheiro é manter reserva de capital no comércio. A loja prefere que a compra seja paga em dinheiro, até por questão de despesa”, conta Ricardo Sales, 23, atendente de outra loja na Marechal, de informática. “ Você tem que pagar os juros da ‘maquininha’. Se você tiver um gasto de emergência e tiver que fazer uma antecipação de crédito [quando a operadora, através de juros, antecipa ao comerciante o dinheiro das parcelas das compras], você gasta um valor muito maior”.

A diarista de 35 anos, Luciene Ribeiro, recebeu desconto de 5% de Ricardo pagando em dinheiro. Entretanto, ela vai contra a maioria e prefere comprar tudo a prazo. Maria Massaro explica a atração do cartão: “É mais prático comprar parcelado”, conta a estudante de 54 anos do restaurante escola da Cenforp (Centro de Formação dos Profissionais da Educação). “Mas tem que saber usar [o cartão]. Eu não sei, sou consumista, gosto muito de comprar”, ressalta ela.

Para Sandro Maskio, as altas taxas do cartão são um modo de compensar os devedores. “O crédito compensa as dívidas. As operadoras vão reduzir muito lentamente as altas taxas”, opina ele.

Perfil consumidor - Ainda para o professor, dar o desconto ou não depende do público que consome. “Fica a cargo da sensibilidade do comerciante, mas também do público. Uma pessoa de nível social mais alto dá pouca importância para descontos, já que representam pouco em relação a sua renda. Já quando a restrição de renda é maior, a situação se inverte”.

Camila Leite, 20, caixa de uma loja de bolsas de grife no Park Shopping São Caetano, conta que dá o desconto se pedido, mas que a maioria dos clientes não faz questão. “A maioria também usa mais o cartão, devido aos valores altos das compras”.

Seja decisão do comerciante ou pedido do cliente, o desconto no pagamento em dinheiro é uma saída para os altos juros. Comerciantes abordados pela reportagem também mostraram preferência ao pagamento em débito, do que o em crédito. Outra opção é utilizar o cartão próprio das lojas. Em uma das abordadas, a taxa do cartão era de 6,5% ao ano, menor do que a taxa Selic. Essa pode ser uma saída para o consumidor mexer menos no seu bolso.

Por Arthur Gandini - ABCD Maior
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