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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/08/2009 | Política
Máfia do Óbito completa quatro anos sem conclusão
Os principais acusados de envolvimento no caso que ficou conhecido como Máfia do Óbito, de São Caetano, continuam atuando normalmente em suas atividades pessoais e profissionais. Quatro anos depois de o Diário comprar por R$ 200 um atestado de morte, os órgãos responsáveis pela investigação da fraude inocentaram os denunciados ou ainda não chegaram à conclusão da apuração.

A única averiguação que está em curso é o inquérito policial que tramita na delegacia-sede do município. A polícia havia fechado as investigações e indiciou o médico Eduardo Agostini, que assinou o documento e recebeu a quantia, e o empresário Maurílio Teixeira, dono da funerária São Paulo, que intermediou o contato para obtenção da declaração.

Ambos foram indiciados por falsidade ideológica e responderiam processo na Justiça. Mas, no fim de 2006, o Ministério Público pediu à Polícia Civil retomar as oitivas de 15 testemunhas e entrevistar familiares de pessoas que tiveram o óbito atestado pelo cardiologista.

À época, o delegado Adilson da Silva Aquino revelou que havia dificuldade em encontrar os depoentes. O inquérito está aberto, mas parado - não há informações oficiais sobre a data da última diligência.

A única consequência do caso afetou Teixeira. Quando a venda do documento foi divulgada, em junho de 2005, o prefeito José Auricchio Júnior (PTB) o afastou da superintendência da Secom (Serviços Comunitários Municipais).

Mas a administração, por meio da apuração da Corregedoria Municipal, absolveu os funcionários do Pronto Socorro de participação no esquema. Funcionários da unidade hospitalar foram investigados por suposta facilitação e falta de critério na entrega de atestados de óbito em branco. O relatório da Polícia também inocentou os servidores.

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) abriu sindicância há quatro anos, mas não puniu o cardiologista. A Ascef (Associação das Empresas Funerárias) também iniciou averiguação sobre Maurílio para expulsá-lo da entidade, porém nada ocorreu.

O gerente da funerária, Pedro Azevedo Gazini, que buscou o documento no PS e levou para Agostini preencher em sua residência, também não foi punido. Ele deixou o emprego após as denúncias.

Médico e empresário reafirmam inocência

Com os mesmos argumentos de quatro anos atrás, o médico Eduardo Agostini e o empresário Maurílio Teixeira reafirmam ser inocentes sobre a acusação de envolvimento na Máfia do Óbito. As principais justificativas são que queriam ajudar uma família em desespero, que havia acabado de perder um ente querido, e que caíram em uma "armadilha".

Para o cardiologista, os 48 meses de investigações que não resultaram em nada "comprovam" sua inocência. "Não fiz nada de errado, não houve crime algum. Fui tentar ajudar e me enroscaram. Tem de separar quem é bandido e quem é trabalhador, que quer ajudar as pessoas", ressaltou Agostini, que mantém consultório há cerca de 30 anos na Rua Rio Grande do Sul.

O médico também foi investigado por ter fornecido atestado de óbito de uma aposentada, em Santo André, em 2004, mas o processo foi arquivado. "Provei que fui ver a paciente no hospital. Minha presença foi comprovada. Foi mais uma situação inventada", observou o cardiologista, que é ex-vereador, está sem partido e não pretende voltar à política.

O proprietário da funerária, Maurílio Teixeira, também se defendeu e afirmou que "não houve nada de ilícito". "Simplesmente fui procurado para oferece um serviço. Tenho um nome a zelar. Ocorreu que armaram uma cilada para uma pessoa (Agostini) que foi ingênua ao se dispor a ajudar."

Sobre seu ex-funcionário Pedro, que intermediou o contato com o médico, o empresário é categórico. "Também foi ingênuo. Tinha de saber com quem estava falando", frisou Maurílio, ex-vereador, com cinco mandatos. "Já cumpri minha parte."

Por Beto Silva - Diário do Grande ABC
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