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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/05/2013 | Geral
Mães com açúcar, avós precisam aprender a dizer não
Mães com açúcar, avós precisam aprender a dizer não Helena Alves de Melo cuida da neta Isabela, de 10 anos, de uma de suas filhas, e do neto Breno, 4 anos, de outra filha sua que faleceu: dia das mães mais doce. Foto: Rodrigo Pinto
Helena Alves de Melo cuida da neta Isabela, de 10 anos, de uma de suas filhas, e do neto Breno, 4 anos, de outra filha sua que faleceu: dia das mães mais doce. Foto: Rodrigo Pinto
Muitas avós ajudam filhos na criação dos netos, mas devem ficar atentas à educação das crianças

Dizem por aí que avó é mãe com açúcar, que em sua casa reina a eterna bagunça e que a geladeira é repleta de guloseimas para comer sem culpa. Até pode ser verdade em muitos casos, mas quando a avó se dispõe a ajudar na criação dos netos, os limites devem ser observados. Não basta ser avó para brincar e paparicar, tem de participar das broncas.

“Amar é também dizer não”, ensinou a psicóloga Maria Regina Domingues de Azevedo, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina do ABC. A dificuldade das avós em colocar os netos nos eixos quando fazem alguma traquinagem está no fato de que a obrigação de educar crianças ficou no passado. “A avó já criou os filhos, fez a parte dela. É uma questão cultural e natural. A idade também contribui para isso, ao ficarmos mais velhos tendemos a ser mais tolerantes e perdemos muito da rigidez”, explicou.

A situação se complica quando a avó passa cuidar dos netos para que os filhos trabalhem, assumindo muitas vezes o papel de mãe por longos períodos do dia. É o caso da dona de casa América Rodrigues Gomes, 55 anos, moradora de São Bernardo, que cuida da neta Giovana, 7. “Eu sou enérgica, mas reconheço que avó costuma dar moleza para os netos. Com os filhos, por causa do trabalho fora de casa, não tinha tempo para as crianças. Com a Giovana é diferente, deixo que ela faça muita coisa”, afirmou.

No entanto, América garante que a educação da neta é definida pela mãe. “Ela cuida de tudo, mas não esquenta muito a cabeça. Na hora de chamar a atenção, quem chama sou eu”, revelou.

Teimosia - Para a dona de casa Dulcinéia Fernandes Amares, 54 anos e também moradora de São Bernardo, que cuida da neta Ana Júlia, 3, desde seu nascimento, o desafio está em lidar com a “teimosia” da menina.

“Minha filha e eu combinamos bem a respeito dos limites que a Ana Júlia deve ter, mas quando ela recebe uma bronca, corre sempre para quem faz as vontades dela. Temos de ser firmes e corrigi-la quando necessário”, revelou. Dulcinéia avalia que criar filhos nos tempos atuais é mais difícil do que antigamente. “As crianças eram mais fáceis de lidar, hoje são mais ágeis e espertas. Fica muito complicado acompanhar o ritmo”, avaliou.

Disciplina - De acordo com a psicóloga Maria Regina, as avós nunca devem assumir o papel de mãe ao cuidar dos netos. “Elas devem ter em mente que estão lá para colaborar, mas as regras devem ser definidas pelos pais da criança, e essas normas não devem ser burladas ou atropeladas”, destacou. É preciso ensinar que na casa da avó também existe disciplina e ordem.

Amor de mãe se perpetua através das gerações

A dona de casa Helena Alves de Melo, 56 anos, já ajudava a filha Ana Paula cuidando da neta Isabela, 10, quando precisou assumir o papel de mãe mais uma vez após a morte de outra filha sua, Juliana, no ano passado. A jovem deixou Breno, então com apenas 3 anos. Para Helena, o sofrimento foi intenso, mas o menino ajudou a enfrentar a nova realidade.

“No início foi muito difícil, era uma dor muito forte. O Breno perguntava da mãe, mas nunca escondemos o que ocorreu, explicamos tudo com muita paciência. Hoje ele sabe que a mãe está no céu e as coisas vão ficando cada dia melhores”, descreveu.

Desafio - Voltar a exercer o papel de mãe aos 55 anos foi um desafio e tanto. Ainda mais porque Isabela fica na casa dos avós durante toda a semana e só vai para a casa da mãe Ana Paula aos finais de semana. Portanto, são duas crianças para supervisionar, mandar para a escola e aconselhar todos os dias. “A Isabela é mais quieta, mas o Breno é danado. Os dois vivem brigando, mas também não se desgrudam.”

Para Helena, esse será um Dia das Mães mais doce. “No ano passado foi muito difícil, mas acho que a data será mais feliz agora. A saudade fica, mas a gente segue vivendo.”

Por Angela de Paula - ABCD Maior
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