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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/03/2010 | Geral
Mãe de Isabella diz que foi ''cruel'' ver Alexandre Nardoni no julgamento
Quase 18 horas após o julgamento que condenou o casal Nardoni pelo assassinato de Isabella, a mãe da menina, Ana Carolina Oliveira, de 25 anos, afirmou com o semblante cansado ter tido forças para segurar uma foto da filha durante todo o depoimento prestado na segunda-feira (22) no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. Carol, como ela é chamada pelos parentes, também disse que foi muito “cruel” e “inacreditável” ver o pai de “Isa”, Alexandre Nardoni, de 31 anos, sentado no banco dos réus ao lado da mulher, Anna Carolina Jatobá, de 26.

"A todo momento, eu estava ali por ela [Isabella] e para ela. Pensei demais nela. Eu tinha uma foto na minha mão. A todo momento que me desesperava, eu abria para ela me dar uma força. Eu tinha que falar o que eu sabia a todo momento, o que eu falei desde o começo. Foi uma situação bem difícil para mim", afirmou a bancária no sábado (27) em entrevista exclusiva ao G1.

"Quando entrei, estava tão nervosa que não tive visão ampla do plenário. Não conseguia olhar para a plateia, não via nada. Na verdade, não foi nem eu que não olhei para eles. Eu vi o rosto do Alexandre. Só parte do rosto dele. A Jatobá eu nem consegui ver. É tão cruel estar ali naquele momento e ver que a pessoa que tinha que zelar pela vida dela não foi a que zelou. É muito cruel. Chega a ser inacreditável", completou a mãe de Isabella, aliviada com a punição ao casal. “A condenação foi uma resposta de que a justica foi feita", disse (veja ao lado reportagem exibida pelo Fantástico com a entrevista dada por Ana Oliveira ao G1).

Preparação

Começava a anoitecer, mas algumas emissoras de televisão, jornais e revistas mantinham seus carros estacionados em frente ao prédio de Ana Carolina. O G1 teve autorização para entrar pela garagem. Seu irmão, Felipe, orientou o motorista a estacionar na vaga de Carol. Ela apareceu minutos depois: sapatilhas, bermuda jeans, medalhinhas de coração com a imagem da filha e uma camiseta com a foto da menina e a inscrição “Isabella – Para sempre nossa estrelinha”.

A bancária recebeu a reportagem no hall do apartamento onde mora atualmente com os pais, na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo. Em 18 minutos de entrevista ela respondeu a todas as perguntas feitas. Além da câmera de vídeo, Carol foi “focada” por irmão e sobrinhos e também pela advogada Cristina Christo, que atuou como assistente da acusação e é amiga da família.

No bate-papo, a mãe de Isabella ainda falou como foram os dois anos de preparação para “enfrentar” o júri, que só teve seu desfecho na madrugada de sábado (27), quando os jurados deram o veredicto: Nardoni e Jatobá foram considerados culpados pelo assassinato de Isabella, em 29 de março de 2008. Na sentença, o juiz Maurício Fossen condenou Nardoni a 31 anos, 1 mês e 10 dias de prisão e Jatobá, a 26 anos e 8 meses.

Fotos

Para a Justiça, a madrasta de Isabella tentou esganar e asfixiar a enteada, e o pai da menina a jogou por um buraco feito na tela de proteção da janela do sexto andar do Edifício London. O casal continua a negar o crime. A vítima teve fraturas. As fotos foram vistas por Carol meses antes do julgamento. Tudo parte da terapia com o psicólogo José Milton Kotzdent.

Incomunicável por quatro dias, Carol falou ao G1 do drama de ficar reclusa no Fórum de Santana. Era um quarto com bicama e outras duas camas. A pedido da defesa, ela foi colocada à disposição da Justiça para uma eventual acareação com os réus – o que não ocorreu. Para circular o ar tinha um ventilador, mas o quarto era muito quente. "O quarto em que eu estava era bastante quente. Fui entrando num estado de estresse muito complicado, pois eu não estava mais suportando estar ali dentro incomunicável, sem falar com ninguém."

Algumas vezes, ela ia até a sala da enfermaria do fórum para medir a pressão. Um psiquiatra do fórum diagnosticou “estresse agudo”, e a mãe de Isabella foi dispensada. Durante o período de isolamento, a bancária contou ter lido um livro inteiro, chamado “Aline”. Ao sair, Carol afirmou não ter tido mais condições de assistir ao julgamento no plenário. Rosa e José Oliveira, seus pais, fizeram isso por ela.

Após o final da entrevista, o G1 deixou o prédio. Do lado de fora, os jornalistas continuavam a fazer plantão na frente do edifício. Carol havia recebido flores de amigos e vizinhos. Mais cedo, um carro de som havia parado em frente ao prédio e tocou canções para Carol e Isabella.

Por Kleber Tomaz - G1, em São Paulo
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