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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/08/2008 | Turismo
Macau e Hong Kong para aquecer
Enquanto Pequim se prepara para dar início às competições olímpicas, atletas e nadadores brasileiros fazem o aquecimento em Macau, único reduto chinês onde é possível ler ou ouvir alguma palavra em português, embora a língua já tenha caído em desuso há tempos. Até as placas das ruas têm tradução para o nosso idioma, e não é difícil achar um restaurante verde-amarelo que mate a saudade do feijão preto de cada dia.

Colônia portuguesa por mais de 400 anos, Macau foi devolvida à China em 1999, mas goza de certa independência administrativa. Agora, vive do turismo à beira-mar, dos seus cobiçados cassinos e se esforça para preservar os seus últimos vestígios da cultura lusitana.

Embora o português não seja ensinado nas escolas há mais de 40 anos, 5% da população ainda insiste em pronunciá-lo. Mesmo assim, a língua prega algumas ‘pegadinhas' nos desavisados. Quem pedir um pastel, por exemplo, receberá um pedaço de carne prensada, que pode ser de frango, boi ou porco, mas que em nada lembra as nossas massas fritas com recheios diversos. Para completar, o pastel deles ainda ganha o tempero de pimenta e açúcar. Definitivamente, nada familiar.

Hong Kong - Outra colônia recém-anexada ao território chinês é Hong Kong. Dominada pela Inglaterra desde 1860, a cidade ganhou fama após a Segunda Guerra Mundial, quando se transformou em um dos chamados Tigres Asiáticos e foi apelidada pelos britânicos de Jóia do Império. Em 1997, voltou ao domínio chinês, mantendo, porém, administração e economia capitalistas.

Toda essa trajetória histórica fez de Hong Kong um efervescente caldeirão de raças, cores, quinquilharias e negócios milionários. A dica é conhecer um pouco mais sobre a península antes de aportar em uma de suas ilhas. E preparar a carteira para as compras, pois Hong Kong ostenta a fama de vender produtos eletrônicos a preços bem mais em conta do que em qualquer outro local da China.

De Kowloon, o acesso à ilha de Hong Kong é feito por barcos, disponíveis no porto 24 horas por dia. E a imensa gama de suvenires e informações visuais faz qualquer um se sentir numa espécie de Disneylândia Oriental para adultos, com uma infinidade de brinquedos de gente grande ao alcance das mãos - e, quase sempre, dos bolsos.

Os ares de modernidade também chamam a atenção, com luzes e néons que, ao cair da noite, transformam a Disney de outrora em uma autêntica Las Vegas. Aproveite e aposte suas fichas em um dos muitos restaurantes de gastronomia internacional.

No dia seguinte, percorra o centro comercial - cuja mão utilizada no trânsito é a inglesa, à esquerda - e confira outros pontos turísticos um tanto quanto familiares dos norte-americanos, como a Calçada da Fama, o Museu Madame Tussauds e o Hard Rock Café.

E para ter certeza de que está realmente na China, termine o dia diante do Pico Victoria - cartão-postal da cidade - ou em um dos 600 templos budistas espalhados pela península, como o famoso Monastério Pó-lin, em Lantau, que abriga a maior estátua de Buda do mundo, com 24 metros de altura, toda em bronze.

Negócios da China

Quando o assunto são compras, os chineses são imbatíveis. Todo lugar do mundo tem sempre uma loja de suvenires asiáticos a preços módicos. Imagine, então, no próprio país: quantos ‘negócios da China' não dá para fazer?

Em Pequim, a Rua Wangfujing Dajie concentra a maior quantidade de barracas de bugigangas por metro quadrado. Tem de tudo: desde um palito de fósforos que acende 10 mil vezes até eletrônicos, produtos falsificados imitando marcas famosas e os famigerados espetinhos de centopéias, grilos e escorpiões.

Para os mais tradicionalistas, as cerâmicas e porcelanas chinesas - cuja produção começou na época da Dinastia Tang - são imperdíveis, assim como a seda que, no passado, abriu as portas da China para o comércio com a Europa.

Também vale conferir as réplicas dos guerreiros de Xian - tão ricas em detalhes quanto as estátuas originais - e as jóias confeccionadas com jade, a pedra mais apreciada no país.

E lembre-se: seja qual for o artigo cobiçado, o negócio é pechinchar. Geralmente, o vendedor pede para o turista digitar em uma calculadora o preço que quer pagar, faz uma contraproposta e, a partir daí, começa a barganha, que pode fazer o preço despencar para até um quinto do valor inicial.

Por mais estranho que pareça, os chineses gostam quando alguém insiste para baixar o preço. É só apostar no seu poder de ‘persuasão' para voltar ao Brasil com vários quilos a mais na bagagem.

Um inglês bem diferente

Apesar do progresso experimentado na última década e da abertura econômica, para os chineses a língua inglesa mais parece um dragão de sete cabeças. E pouco adiantou o esforço do governo em dar aulas do idioma na TV logo após o anúncio da escolha do país para sede dos Jogos Olímpicos.

À véspera da abertura das competições, poucos nativos mostram fluência pelas ruas e os que falam - geralmente jovens estudantes e os que trabalham com turismo - muitas vezes apresentam uma pronúncia ininteligível.

Mas não pense que a dificuldade reside na falta de interesse ou de neurônios - lembre-se de que o país gasta cerca de 30% da renda familiar com educação, o maior índice do mundo. O motivo está nas diferenças da estrutura do inglês com o mandarim, a língua oficial da China.

"A forma de pensar e de escrever é outra. Trata-se de uma língua muito lógica, como matemática. A gramática chinesa não tem conjugação de verbos, artigos, plurais nem os gêneros masculino e feminino. É bem mais fácil de falar do que de escrever", explica Liang Yani, professora de mandarim e proprietária do Chinbra - Centro de Língua e Cultura Chinesa.

O resultado é o chamado chinglish, uma peculiar maneira de falar inglês na China que virou piada em vários sites na internet dedicados a reproduzir algumas expressões absurdas ouvidas e até lidas nas ruas. Welcome to take Beijing táxi (bem-vindo a tomar um táxi de Pequim), uma frase incorreta, é repetida diversas vezes por dia nas avenidas da capital, onde a maioria dos taxistas mal sabe se virar em inglês.

Segundo dados oficiais, cerca de 250 milhões de chineses estudam inglês, o que representa um quinto da população. Mas, nas ruas de Pequim, poucos sabem falá-lo. Inclusive nos hotéis, restaurantes e estabelecimentos comerciais com grande clientela estrangeira.

As informações bilíngües das lojas ou dos cardápios reservam grandes surpresas, com apelos ou erros disparatados em inglês, como um restaurante que promete "fazer explodir seu estômago" e outro que serve "frangos sem vida sexual" e "uma fatia de pulmão de marido e mulher".

A situação pode ser divertida para os curiosos, mas para as autoridades é motivo de preocupação. "Essas traduções assustam os estrangeiros e podem provocar mal-entendidos sobre os hábitos alimentares da China. O que causará impacto nos visitantes não serão, talvez, nossos interessantes costumes, nossa arquitetura ou nossos saborosos pratos, mas o chinglish de nossos cartazes", lembrou o jornal China Daily há alguns meses.

Para tentar ordenar um pouco este caos idiomático, Pequim designou vários inspetores para corrigir os textos duvidosos ou incompreensíveis. Um manual de 170 páginas foi distribuído pelos restaurantes, com mais de 2.000 sugestões para os nomes dos pratos.

Por Heloísa Cestari - Diário do Grande ABC
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