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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/05/2010 | Política
Lula fala de acordo comercial com Irã, mas não toca na questão nuclear
Em coletiva de imprensa neste domingo (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, falaram da intenção de avançar no comércio entre os dois países, mas não abordaram a negociação sobre questões nucleares. O assunto também não foi mencionado na nota oficial divulgada mais cedo pelo governo iraniano.

Esse foi o segundo encontro dos dois líderes e ainda não há acordo sobre o programa nuclear iraniano. O presidente Lula chegou ao Irã na noite deste sábado (15) para fazer a mediação sobre o assunto, que foi apresentada pelas grandes potências como "a última chance" antes da nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o país.

Como única alusão ao tema, segundo nota oficial, Ahmadinejad "agradeceu ao presidente brasileiro seu apoio aos direitos da nação iraniana e suas posições para reformar a ordem mundial. "Juntos podemos mudar essas condições e proporcionar as transformações necessárias. Esta visita marca o início de uma cooperação entre duas grandes nações", acrescentou o presidente iraniano .

Segundo a mesma nota, Lula declarou que o "Brasil considera suas relações com o Irã estratégicas, já que os dois países podem atuar assim com mais força". Na coletiva ao final do encontro empresarial, Lula centrou-se no desejo do Brasil em desenvolver suas relações econômicas com o Irã dentro de uma reequilíbrio em relação aos países emergentes.

"O Brasil quer se orientar mais na direção dos países emergentes (...) entre os quais o Irã é um dos nossos principais sócios", declarou. "A crise financeira mundial, que mostrou a necessidade de um novo sistema comercial multilateral, incrementou nosso interesse pelo Irã, que é um dos três principais mercados do

Ahmadinejad declarou que o desenvolvimento das relações econômicas entre ambos países faz parte de "uma relação estratégica a longo prazo". "Esta relação não é dirigida contra ninguém" e diz respeito apenas a "dois países que buscam se transformar rapidamente em polos econômicos de suas regiões", afirmou o presidente iraniano.

Os dois presidentes anunciaram que o Brasil financiará a exportação de 1 bilhão de euros de alimentos para o Irã em cinco anos. O sistema que o Brasil adotará para financiar a exportação para o Irã é Programa de Financiamento às Exportações (Proex), que busca proporcionar às empresas brasileiras condições de financiamento equivalentes às do mercado internacional.

Em seu discursos no encerramento do encontro, Lula também evitou falar sobre questões nucleares. Ele afirmou que os dois países não alcançarão suas ambições comerciais sem um mecanismo de financiamento de operações comerciais.

“Não faz sentido que os negócios entre empresas iranianas e brasileiras dependam de crédito e da boa vontade de bancos estrangeiros. Esse foi um tema central da recente troca de missões técnicas entre nossos países. Vamos colocar em prática alternativas capazes de sustentar um intercâmbio crescente e mais equilibrado. É esse o objetivo do memorando de entendimento para concessão de linha de crédito que acabamos de firmar", disse.

O último compromisso dos dois chefes de Estado neste domingo foi um jantar oficial, oferecido pelo presidente iraniano, e nesta segunda-feira (17), Lula continua em Teerã para participar da reunião de cúpula do G-15.

Críticas
Na nota divulgada por seu governo, o presidente iraniano fez críticas a potenciais internacionais que se opõem ao programa nuclear do Irã. "A realidade é que alguns países que controlam os centros políticos, econômicos e midiáticos do mundo não querem que os outros países progridam", declarou.

Já o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, denunciou os Estados Unidos pelo "barulho" feito a respeito da visita do presidente brasileiro ao Irã. "As potências dominantes, em particular os Estados Unidos, estão descontentes com o desenvolvimento das relações entre os países indepententes e influentes", disse.

Ceticismo
As possibilidades de êxito na mediação brasileira foram consideradas pequenas por Estados Unidos e Rússia, enquanto o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, renunciou no sábado à viagem a Teerã alegando falta de compromisso por parte do Irã na busca de uma solução. Já o presidente Lula disse na semana passada haver 99% de chances de fechar um acordo com os iranianos.

Mais cedo no sábado, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, também disse acreditar na possibilidade de as negociações resultarem num acordo para a troca de combustível nuclear. "Sobre as negociações, acredito que as condições tendem para levar a um acordo sério sobre a troca", afirmou o porta-voz.

Nesta sexta-feira (14), Hillary Clinton reafirmou o ceticismo dos Estados Unidos quanto às chances de sucesso no diálogo com o o Irã. Perguntado sobre a declaração de Hillary, durante uma entrevista coletiva em Doha, o presidente brasileiro respondeu sem citar o nome da secretária de Estado americana.

"Eu não sei com base no que as pessoas falam [isso]", disse Lula. "Não é porque o meu time não ganhou o jogo de ontem que ele não pode ganhar o jogo de amanhã", afirmou o presidente em entrevista concedida após o encontro com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, neste sabádo.

Troca
As grandes potências propuseram ao Irã que enviasse 70% de seu urânio levemente enriquecido para transformá-lo em combustível altamente enriquecido que o país precisa para seu reator de pesquisas.

Invocando um problema de "confiança", o Irã rejeitou a proposta e disse que prefere uma troca simultânea ou por etapas em pequenas quantidades, feita em seu território, o que foi rejeitado pelas grandes potências.

Por G1, com agências internacionais
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