NOTÍCIA ANTERIOR
Rhodia promete para 10 dias dados do Poupatempo
PRÓXIMA NOTÍCIA
Após 6 horas de reunião com Dilma, base diz que apoiará plebiscito
DATA DA PUBLICAÇÃO 28/06/2013 | Política
Lula defende reforma política e financiamento público de campanha
Lula defende reforma política e financiamento público de campanha Lula em entrevista ao ABCD MAIOR, em abril de 2011. Foto: Andris Bovo
Lula em entrevista ao ABCD MAIOR, em abril de 2011. Foto: Andris Bovo
Em entrevista concedida ao ABCD MAIOR após deixar a presidência, Lula afirmou que apenas com pressão popular debate entraria em pauta

Mesmo antes das manifestações que tomaram conta do Brasil, e que culminaram com a criação de um plebiscito pela presidente Dilma Rousseff para preparar a reforma política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já defendia a proposta. Em entrevista exclusiva ao ABCD MAIOR, em abril de 2011, a primeira concedida a um jornal impresso desde que Lula havia deixado a presidência da república, o ex-presidente propôs que a reforma fosse realizada a partir de uma constituinte exclusiva. No governo Dilma, a ideia que tem ganhado força é a realização de um plebiscito.

Confira abaixo o trecho da entrevista concedida em abril de 2011 aos repórteres Karen Marchetti e Júlio Gardesani, onde Lula aborda a reforma política:

ABCD MAIOR - O senhor se dispôs a conversar com os partidos sobre a reforma política. Quais os principais itens da reforma, na sua avaliação?
Luiz Inácio Lula da Silva - Primeiro: a reforma política é importante para dar mais seriedade aos partidos políticos, ainda mais num País que conta com muitos partidos e por isso acabamos sendo obrigados a construir alianças políticas. É importante que as direções partidárias tenham autoridade para fazer as negociações. Não se pode negociar com a direção do partido, e os deputados, prefeitos e vereadores dizerem depois que não fizeram parte dessa negociação. Quando se faz uma negociação com um partido é um tratado que deve ser cumprido. A segunda coisa é o financiamento público de campanha. Muitos acham que o financiamento público vai significar mais impostos. Só que na verdade é o contrário. O financiamento público significará a moralização da política brasileira. Vai acabar com a relação promíscua entre o candidato, o partido e o empresário. Ficará melhor, mais barato, e o Estado garantirá uma determinada quantia por eleitor, distribuídos entre os partidos em função das votações passadas. Mas, em contrapartida, as legendas deverão fazer a lista fechada, a ser votada democraticamente.

O que eu penso é que, se o Brasil não fizer esta reforma, nunca acabaremos com a corrupção e, em época de eleição, continuará existindo o caixa dois. O ideal é termos a constituinte para fazer a reforma política, já que os deputados têm o interesse neste debate. De qualquer forma, é o que temos e acredito que o Congresso tem disposição para avançar. Mesmo assim, não deverá haver uma grande reforma, mas, ainda assim, teremos avanços importantes, como por exemplo a votação em lista, onde o eleitor poderá votar numa lista inteira e depois escolher um candidato. Para isso vamos precisar conversar com os partidos políticos, movimentos sindicais e sociais, para que possamos transformar a reforma política numa coisa de interesse nacional.

ABCD MAIOR - Como o senhor citou, alguns pontos são polêmicos, como a votação em lista e financiamento público. Muitos acreditam que o financiamento não acabará com o caixa dois. Qual sua avaliação?

Lula - Veja, se tornarmos proibitiva, a contribuição privada passa a ser crime. O que não pode é termos o financiamento público e também querer combinar com a iniciativa privada. Por isso, é preciso acabar de uma vez por todas com o financiamento privado. Se o político pegar dinheiro, estará cometendo um crime. Tem muito chão pela frente e se não mudarmos vamos continuar com os partidos fragilizados.

Por ABCD Maior - Redação
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Política
25/09/2018 | Bolsonaro inicia dieta branda e faz caminhada fora do quarto, diz boletim
21/09/2018 | Bolsonaro diz nunca ter cogitado volta da CPMF e fixa postagem no seu Twitter
20/09/2018 | Ibope: Em São Paulo, Bolsonaro se isola com 30% das intenções de voto
As mais lidas de Política
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7717 dias no ar.