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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/10/2015 | Cultura
Luiz Carlos Miele morre em casa aos 77 anos de infarto fulminante
Uma travessa sem saída da Rua Duvivier, em Copacabana, no Rio de Janeiro, ficou nacionalmente conhecida como Beco das Garrafas. Lá passaram grandes nomes como Baden Powell, Chico Batera, Ronaldo Bôscoli, Leny Andrade, Wilson Simonal e Elis Regina. Um dos responsáveis pela divulgação deste endereço, principalmente na década de 1960, foi o produtor musical, compositor, apresentador de TV e ator Luiz Carlos Miele, que morreu ontem, aos 77 anos, em casa, de infarto fulminante.

Miele foi um showman, como ele mesmo gostava de se definir. Nasceu em São Paulo – era filho da cantora e instrumentista Irma Miele – e iniciou a carreira aos 12 anos, como rádio-ator na Excelsior, no programa Meu Filho, Meu Orgulho. Com 21 anos de idade, resolveu chamar o Rio de seu e mudou-se para a Cidade Maravilhosa. Foi lá que aflorou sua personalidade carioca – principalmente a boêmia – e conheceu Ronaldo Bôscoli, seu grande parceiro profissional. A dupla Miele & Bôscoli foi responsável pela direção e produção de diversos espetáculos, além de programas musicais em emissoras de televisão. Miele ganhou então o status de um dos grandes incentivadores da bossa nova.

Também trabalhou na produção de programas de TV e apresentou o Cocktail, do SBT (1991 e 1992) – que afirmou ter sido um erro na sua carreira. Para quem não se lembra, tratava-se de um programa adulto que as mulheres-frutas mostravam os seios de acordo com o resultado das brincadeiras.

Participou, mais recentemente, de séries e novelas da Rede Globo e, no ano passado, passou pelo time da Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão. Sua última aparição na TV foi no programa Tomara que Caia, em setembro. Lançou, no início do mês, o livro Miele – O Contador de Histórias e gravou, no último dia 6, entrevista com Jô Soares, que foi ao ar na noite de ontem. O apresentador, abalado, disse que a conversa foi ‘entrosada e bonita’.

O corpo de Miele foi encontrado caído no escritório pela mulher, Anita, com quem estava casado há 47 anos. Ele foi embalsamado e o velório, aberto ao público, estava programado para ser hoje, a partir das 7h, na Câmara de Vereadores. O enterro deve ser às 16h no Cemitério do Caju, zona portuária do Rio.

Por Miriam Gimenes - Diário Online
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