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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/11/2007 | Esportes
Luís Fabiano salva vexame e Brasil vence o Uruguai
Em mais uma noite de futebol pífio e sem brilho, a Seleção Brasileira venceu nesta quarta-feira o Uruguai por 2 a 1, no estádio do Morumbi, em São Paulo, pela quarta rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. E o herói desta vitória, obtida sob muitas vaias e olhares de insatisfação por parte dos torcedores, foi o atacante Luís Fabiano, autor dos dois gols 'tupiniquins'.

Com o resultado, o Brasil se manteve na zona de classificação para o Mundial, agora com oito pontos, na segunda colocação – atrás apenas da Argentina, líder com nove pontos, e empatado com a Colômbia, terceira colocada por critérios de desempate. Já a Celeste Olímpica se mantém com apenas quatro pontinhos e está a cada dia mais próxima da zona de baixo da tabela de classificação.

A vitória também serviu para quebrar mais um tabu. Há oito anos a Seleção Brasileira não sabia o que era 'derrubar' os 'hermanos' uruguaios. Neste período foram seis jogos, com cinco empates e uma vitória Celeste. O último triunfo verde e amarelo aconteceu no longínquo ano de 1993, quando o Brasil 'atropelou' o Uruguai por 3 a 0 na final da Copa América, disputada no Paraguai. Já o último confronto foi um 2 a 2 pela semifinal da Copa América da Venezuela, neste ano.

Agora, a Seleção volta a campo pelas Eliminatórias Sul-Americanas somente em junho de 2008, mais especificamente dia 14 (sábado), quando viaja até Assunção para enfrentar o Paraguai. O jogo poderá valer a liderança. No mesmo dia, o Uruguai tenta retomar o caminho das vitórias recebendo em casa a Venezuela, ex-saco de pancadas do futebol sul-americano e que se mostra em condições de beliscar uma das vagas e comparecer, pela primeira vez na sua história, a uma Copa do Mundo.

Jogo - No primeiro tempo, o Uruguai foi muito mais time. Com um esquema tático bem montado pelo técnico Oscar Tabárez, a Celeste Olímpica dominou completamente a Seleção Brasileira. Dunga, mostrando que ainda é um técnico inexperiente, cheio de teimosias e sem nenhuma convicção, se deixou dominar, limitando-se a esbravejar à beira do gramado a cada bola perdida pelos seus jogadores de meio-campo, principalmente Mineiro, Gilberto Silva e Robinho – este último visivelmente afetado pela pressão da torcida paulista.

Mas a primeira chance de gol da partida foi verde e amarela. Após roubada de bola no circulo central, Robinho arrancou em velocidade deixando seus marcadores para trás. Cara a cara com Lugano, ele deu um corte para a esquerda e entrou dentro da grande área. No entanto, na hora do arremate, o camisa '11' da Seleção chutou fraco com o pé esquerdo, facilitando a defesa do goleiro Carini.

Dois minutos depois veio o banho de água fria. Com a bola passando de pé em pé, Pereira chegou na linha de fundo pela direita, driblou Ronaldinho Gaúcho com extrema facilidade e cruzou na pequena área. Júlio César, postado na primeira trave, afastou parcialmente a bola, que acabou sobrando para o matador 'El Loco' Abreu, que de cabeça só teve o trabalho de estufar a rede 'tupiniquim'.

A partir deste lance, o Uruguai mostrou que com raça, vontade, esquema tático e um pouco – só um pouco – de talento é possível derrotar uma equipe formada por grandes estrelas do futebol mundial. Com o domínio de todas as ações e com um sistema de marcação na faixa central do gramado, a Celeste não deixava com que Mineiro e Gilberto Silva dessem qualidade à saída de bola. Ronaldinho e Kaká, anulados, não conseguiam ficar com a bola nos pés. Robinho, irreconhecível, era desarmado com extrema facilidade e fazia uma falta atrás da outra.

No entanto, por obra do destino e principalmente sorte de Dunga, que já sofria com as vaias e os xingamentos por parte da torcida paulista, a Seleção Brasileira chegou ao empate em um desses lances estranhos que só o futebol proporciona. Já aos 45 minutos, Luís Fabiano, que entrou jogando no lugar de Vagner Love, chegou à linha de fundo pela direita e chutou rasteiro com violência. A bola passou por entre as pernas do goleiro Carini e estufou a rede.

No segundo tempo, a postura da Seleção Brasileira foi a mesma: apática. Com uma marcação falha, problemas na saída de bola e na criação de jogadas, os donos da casa continuaram dominados pelos uruguaios, que mantinham a posse de bola e ameaçavam nas jogadas aéreas e nas bolas paradas. Com isso, quem passou a brilhar foi o camisa '1' Júlio César, que fez o torcedor se esquecer, pelo menos durante 90 minutos, que Rogério Ceni é apontado como o melhor goleiro do Brasil.

E assim como aconteceu no fim do primeiro tempo, o Brasil chegou ao empate em um lance esporádico. Após bate-rebate na área, a bola sobrou na esquerda para o lateral Gilberto. Ele cruzou rasteiro e encontrou Luís Fabiano bem posicionado na entrada da pequena área. O jogador do Sevilla (ESP) e artilheiro do Campeonato Espanhol 2007/2008 justificou a convocação e de pé esquerdo – de primeira – mandou no contrapé do goleiro Carini, que nada pôde fazer.

No restante da partida, a Seleção continuou decepcionando. Dunga, antes mesmo do segundo gol, mostrou seu pragmatismo no melhor estilo Carlos Alberto Parreira. Ele tirou Ronaldinho Gaúcho e colocou Josué, liberando Kaká para atuar como um terceiro atacante ao lado de Luís Fabiano e Robinho. Depois, insatisfeito com a péssima atuação de Robinho, resolveu sacar o ex-xodó santista e promover a entrada de Vagner Love, que não agregou em nada.

Nos cinco minutos finais, o Uruguai, sem nada a perder, resolveu se lançar ao ataque. Com bolas levantadas na área que provocaram calafrios nos mais de 65 mil torcedores que lotaram o Morumbi, os 'hermanos' quase chegaram ao empate. No entanto, mais uma vez, Júlio César justificou o posto de camisa '1' da principal seleção de futebol do mundo e impediu que um 'amargo' empate.

Torcida aplaude no final, mas não se empolga com o time
Marco Borba - Diário do Grande ABC

Os cerca de 65 mil torcedores que foram ao Morumbi fizeram a sua parte, mas ao final do jogo em que o Brasil sofreu para vencer o Uruguai deixaram o estádio sem aquele aplauso acalorado e carinhoso direcionado aos jogadores. A reação foi resultado do primeiro tempo apático do time.

O gol da equipe uruguaia logo no início da partida esfriou os ânimos da torcida. Nem o mais pessimista dos torcedores imaginava que a Seleção Brasileira poderia ter um início de jogo tão ruim.

Embora o Brasil estivesse atrás no placar, o torcedor teve paciência e evitou vaiar o time. Os gritos de apoio, no entanto, eram esporádicos. Ocorriam somente quando algum jogador ensaiava a arrancada ao ataque, já que o coletivo não funcionava.

A paciência durou até os 30 minutos. Daí em diante sobrou para o técnico Dunga, visto que o time não reagia e ainda levava sufoco do adversário. O coro vindo das arquibancadas com ofensas ao treinador é impublicável.

“Por jogar em casa, o Brasil não tinha de passar por isso. Foi o pior jogo do Brasil nas eliminatórias até o momento”, criticou o administrador de empresas Fabiano Castro. Mas o gol de empate de Luís Fabiano selou as pazes entre o time com a torcida.

Fã de zagueiro, são-paulino se junta à torcida uruguaia
Marco Borba - Diário do Grande ABC

A devoção a um jogador leva o torcedor ao extremo, até mesmo torcer para o adversário de seu País. É o caso do universitário Danilo Vieira, 21. Fã incondicional do ex-zagueiro são-paulino Lugano, foi quarta-feira ao Morumbi apenas para matar saudade do uruguaio.

“Sou fanático pelo São Paulo. A seleção fica em segundo plano. Mas vou torcer pelo Uruguai só dessa vez. Faço isso porque o São Paulo deve muito ao Lugano, que nos ajudou a voltar à Libertadores e ao Mundial.”

O torcedor chegou quarta-feira às 19h no estádio e não encontrou dificuldades para adquirir o ingresso. Apesar de torcer pelo Tricolor, avalia que Rogério Ceni não deve estar na seleção. “Ele é experiente, mas é mais útil no São Paulo.”

O uruguaio Cesar Fois, radicado no Brasil há 5 anos, veio de São José dos Campos para torcer pela Celeste. “Vai ser eletrizante. As seleções estão num bom momento.” Fois teve a companhia de pelo menos 500 uruguaios na arquibancada.

Atacante chamado de última hora brilha na volta à sua casa
Anderson Rodrigues - Diário do Grande ABC

O Brasil e os paulistas se renderam quarta-feira à noite a um reserva escolhido por Dunga para decidir o jogo contra o Uruguai. Luís Fabiano (Sevilla, da Espanha) ganhou a vaga de Vágner Love (CSKA, da Rússia) nos treinos e voltou a reinar no Morumbi, onde despontou para o futebol pelo São Paulo.

Com dois gols, ele garantiu o resultado, salvou o técnico Dunga de mais vaias e de uma crise na seleção.

“Não foi fácil suportar a pressão num jogo tão duro. Mas quando não dá na técnica, vai na superação”, disse o atacante ao deixar o gramado, sob os gritos da torcida.

Luís Fabiano sofreu com a forte marcação da zaga uruguaia, que deixava três marcadores para bloqueá-lo. Antes de fazer o primeiro gol, só aos 43 minutos do primeiro tempo, não havia tido uma chance real. Mas, com sua garra, devolveu a alegria ao estádio que o consagrou e ao clube (São Paulo) que o projetou para a Europa.

Não deixou de lado seu espírito despojado, muitas vezes impaciente. Afinal, reencontrou Lugano, que o cercou de perto quarta-feira à noite.

No primeiro lance, pela entrada da área pela direita, disparou uma bomba de pé direito, entre o goleiro Carini e a trave: assim começava a se consagrar. Após estufar a rede, veio em direção ao distintivo do Tricolor.

Fez questão de subir, se ajoelhar e agradecer aos deuses – e à torcida paulista, que sempre o apoiou. Afinal, santistas, palmeirenses e até corintianos já sonharam com sua volta ao futebol brasileiro.

No retorno do segundo tempo, aos 19, ele mostrou senso de posicionamento. Ficou na área esperando a bola, que passou de um lado para o outro antes de cair no seu pé. Aí ficou fácil para dar a vitória ao Brasil, no seu reencontro com o Morumbi.

“Me sinto em casa. Conheço os atalhos deste campo, tenho sorte também. Foi um belo trabalho meu e da Seleção”, afirmou Luís Fabiano, um dos poucos destaques da seleção comandada por Dunga.

Júlio César conquista fanáticos paulistas
Anderson Rodrigues - Diário do Grande ABC

Júlio César, da Inter de Milão (Itália), viveu fases distintas no Morumbi. Inicialmente, o torcedor paulista cumpriu o que havia prometido: não deu sossego ao camisa um. Gritos de “Felipe” (Corinthians) e, principalmente, “Rogério Ceni” (São Paulo) embalaram a apresentação da Seleção.

No primeiro gol, Júlio César participou decisivamente ao desviar para a cabeça de Abreu, que abriu o placar. Depois disso, teve dificuldades para encaixar bolas fáceis. Preferia rebatê-la, evitando assim riscos maiores.

No segundo tempo, mostrou raça, ganhou a confiança do torcedor com importantes defesas, quando o Brasil mais precisou. Sua raça mereceu aplausos. “Falaram tanto que eu ia ser vaiado e acabei recebendo aplausos. Agradeço à torcida”, disse o goleiro.

Por Diário Online
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