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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/08/2015 | Economia
Lotéricas sofrem com queda no movimento
Lotéricas sofrem com queda no movimento Foto: Ari Paleta/DGABC
Foto: Ari Paleta/DGABC
Inflação, desemprego, queda na renda, alta nos juros e no custo do dólar. Diante desse cenário negativo, muitos sonham em ganhar na loteria e, assim, resolver todos seus problemas financeiros. Entretanto, são exatamente esses os fatores que têm feito os apostadores abrirem mão da ‘fezinha’ para poupar o dinheiro ou gastá-lo com outros itens mais relevantes. Na região, a quantidade de jogos feitos teve queda de até 20% neste ano.

Além da diminuição no poder de compra da população, a Caixa Econômica Federal reajustou, em abril, o preço das apostas em 38,91%, em média. Mais popular dos jogos, o custo da Mega-Sena aumentou 40%, cujo jogo mais simples, com seis números, passou de R$ 2,50 para R$ 3,50. As novas tarifas entraram em vigor em maio.

Proprietário de uma casa lotérica no Centro de Santo André, Roberto Amorim Mendonça, 32 anos, afirma que o volume médio movimentado mensalmente na unidade com apostas está na ordem de R$ 200 mil, 20% a menos do que no ano passado. “Mesmo assim, esperávamos que a queda fosse ainda maior. Imagino que isso seja mais provocado pela crise econômica do que pelo reajuste em si”, comenta.

Já o comerciante Mauro Nakihara, 42, que também possui casa lotérica no Centro andreense, não mensurou a redução, mas diz que “o movimento caiu razoavelmente”. “O povo está arriscando menos para tentar ficar rico”, brinca.

Entre os que diminuíram a frequência das apostas está o aposentado Wilson Proieti, 65. “Eu costumava jogar toda semana, mas agora só jogo quando está acumulado, para economizar.” Ele tenta a sorte há 25 anos e já ganhou duas vezes na quadra da Mega-Sena, quando são acertadas quatro das seis dezenas necessárias.

A dona de casa Odila Pozzi, 68, fez o mesmo. O valor que era gasto na loteria agora vai para outras despesas domésticas. Para se ter uma ideia, em agosto, estão programados nove sorteios da Mega-Sena. Se um apostador participar de todos, gastará, somente neste mês, pelo menos R$ 31,50. Com esse valor é possível comprar dois quilos de carne bovina de segunda ou cinco de frango. “Na crise é quando mais precisamos ganhar e quando jogamos menos. A esperança, no entanto, ainda existe”, diz Odila.

OUTROS SERVIÇOS - Enquanto registram queda nas apostas, as casas lotéricas passam a servir cada vez mais como posto de atendimento para outros tipos de serviços, como recarga de celular, pagamento de contas, saques e depósitos. O balanço da Caixa para o primeiro semestre mostra que o volume de transações bancárias feitas nas lotéricas em todo o Brasil – excluídos os jogos – teve alta nominal de 10,3% nos seis primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2014, passando de R$ 1,192 bilhão para R$ 1,315 bilhão. Descontando a inflação de 9,56% em 12 meses até julho, houve aumento real de 0,76%. “Para essa finalidade, o movimento está praticamente igual. Só as recargas que diminuíram um pouco, cerca de 10%”, relata Mendonça.

Questionada pelo Diário, a Caixa não informou o valor contabilizado de apostas no primeiro semestre do ano. Em 2014, as loterias alcançaram arrecadação recorde, de R$ 13,5 bilhões – 18,5% a mais do que o registrado em 2013. A Mega-Sena respondeu por 47% dessa quantia.

A Caixa informa que, do valor arrecadado, R$ 6,38 bilhões foram para o financiamento de ações sociais em todo o País. Para o Esporte, foram repassados aproximadamente R$ 932 milhões.

Caixa vai licitar 124 unidades na região

A Caixa Econômica Federal irá licitar 124 das 165 unidades lotéricas espalhadas pelo Grande ABC. Segundo o banco estatal, o objetivo do certame é regularizar a concessão do serviço no Brasil. Não há previsão de aberturas de novas unidades, apenas de substituição das já existentes.

A empresa informa que, desde 1999, as lotéricas são contratadas por meio de licitação. Antes disso, entretanto, a concessão era feita por meio de credenciamento, sem a realização de processo licitatório. A Caixa salienta que, por esse motivo, é necessária “a substituição dessas unidades – que foram credenciadas antes de 1999 – por unidades licitadas, para atendimento à legislação atualmente vigente” e para cumprimento de decisão do TCU (Tribunal de Contas da União). Não foi dado prazo para que esses processos sejam concluídos na região.

Do total de postos afetados pela medida no Grande ABC, 40 estão em Santo André; 34 em São Bernardo; 17 em São Caetano; 16 em Diadema; 11 em Mauá; cinco em Ribeirão Pires e uma em Rio Grande da Serra. Em todo o País, 6.104 unidades serão licitadas.

O anúncio sobre o certame gerou revolta entre proprietários de casas lotéricas. A Febralot (Federação Brasileira das Empresas Lotéricas) entrou com ação judicial para tentar barrar o processo. A entidade alega que a medida fere a lei federal 12.869, de 2013, que determina que “os contratos de permissão serão firmados pelo prazo de 20 anos, com renovação automática por idêntico período, ressalvadas a rescisão ou a declaração de caducidade fundada em comprovado descumprimento das cláusulas contratuais, ou a extinção, nas situações previstas em lei”. O texto diz ainda que, “em caso de permissão de serviços lotéricos, o prazo de renovação contar-se-á a partir do término do prazo de permissão, independentemente do termo inicial desta”.

Será realizada audiência pública em Brasília para debater o assunto. A Caixa não comentou a ação por alegar não ter sido notificada.

Por Fábio Munhoz - Diário do Grande ABC
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