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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/11/2012 | Geral
Lotadas, ONGs deixam de recolher cães e gatos abandonados em SP
Lotadas, ONGs deixam de recolher cães e gatos abandonados em SP Espaço destinado aos cães idosos no canil da Abeac.
Espaço destinado aos cães idosos no canil da Abeac.
Entidades recorrem a campanhas de adoção para minimizar problema.

Por lei, CCZ da capital não pode mais recolher animais e nem sacrificá-los.


Com suas instalações físicas com praticamente 100% de ocupação, Organizações Não Governamentais (ONG) de proteção animal deixaram de recolher cães e gatos abandonados nas ruas e praças das cidades da região metropolitana de São Paulo. Só abrem exceção quando o animal corre risco de vida, após ter sido atropelado ou vítima de maus-tratos por parte do dono ou algum outro agressor, por exemplo.

Por isso, a tendência é que cada vez mais cães sejam vistos vagando pelas ruas destas cidades. Por força de lei, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão da Coordenação de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, está impedido, desde 2009, de recolher estes animais. A mesma lei também veta o sacrifício dos bichos abandonados.

O recolhimento pelo CCZ só pode ser feito em situações específicas, como determina a Lei Municipal nº 15.023/2009. O artigo 7º estabelece que o animal será recolhido “nos casos de agressão comprovada com laudo médico da vítima, invasão a instituições públicas ou locais de risco à saúde pública, bem como nos casos de animais em estado de sofrimento com doenças incurável”.

Animais invasores de locais como creches, escolas, unidades de saúde, hospitais, terminais urbanos, ou com grande concentração de pessoas, também são recolhidos. O CCZ não é um abrigo de animais, mas mantém internados os que são recolhidos. O número de cães mantidos no CCZ, no entanto, é baseado no seu conforto, seu porte e socialização com outro da mesma espécie. Os animais não sociabilizados com outros cães ou com histórico de agressão comprovada são mantidos em canis individuais.

Todos recebem cuidados médicos-veterinários, são devidamente vacinados, vermifugados, castrados e microchipados. A exemplo do que ocorre com as ONGs, o CCZ também trabalha com 100% de sua capacidade. Segundo a assessoria de imprensa do CCZ, não é possível mensurar o número de animais em situação de rua na cidade de São Paulo.

Acima do limite
Claudia Demarchi, presidente da ONG Clube dos Vira-Latas, criada há 11 anos e que mantém um canil com quase 500 animais, em Ribeirão Pires, estima, por sua vez, uma população de 50 mil cães em situação de abandono em cidades da região do ABC paulista. Apesar disso, a ONG só garante abrigo a animais em situação de risco. “Estamos com quase 500 cães. A média ideal seria de 300 a 350 animais”, disse.

A ONG Associação Bem-Estar Animal Amigos da Célia (Abeac), por sua vez, abriga mais de 600 animais em um canil na zona rural de Caucaia do Alto, no interior do estado. Outros 200 cães que foram abandonados em uma chácara em Parelheiros, na Zona Sul da capital, deverão se juntar ao grupo em breve. Antes, porém, o canil passa por uma ampliação, como a construção de novas baias, para recebê-los. “Nossa estrutura física não comporta receber mais cães. A gente só pega depois que um animal foi atropelado, por exemplo”, afirmou Marli Scaramella, coordenadora da Abeac.

Para manter todas estas estruturas, que garantem o bem-estar dos animais recolhidos, com atendimento veterinário, castração e alimentação, as ONGs contam exclusivamente com o apoio de todos os tipos de colaboradores, que correm atrás das doações ou levantam fundos por meio de rifas, bingos e outros eventos.

Outra forma de apoio é por meio do ‘apadrinhamento’, no qual o colaborador escolhe um animal e faz uma doação mensal em um determinado valor, seja para bancar o tratamento veterinário, a alimentação ou até mesmo ambas.

O gasto mensal da Abeac varia de R$ 50 mil a R$ 60 mil, conforme o período. O do Clube dos Vira-Latas chega a bater no teto de R$ 70 mil por mês. Nenhuma destas ONGs recebe dinheiro ou ajuda de qualquer tipo de governos municipais ou estadual.

Para tentar ao menos equacionar a questão da falta de estrutura para abrigar os animais abandonados, tanto as ONGs quanto o CCZ da capital apelam a campanhas de conscientização, de esterilização e de adoção.

No mês passado, por exemplo, o CCZ iniciou uma campanha neste sentido. Atualmente, o órgão mantém em torno de 400 animais, sendo que 75% são cães e 25%, gatos. Os animais passam por avaliação médica veterinária e, quando necessário, recebem tratamento adequado, incluindo acupuntura, e são tratados contra pulga e carrapato. Quando liberados para adoção, já estão vacinados, esterilizados, microchipados e vermifugados.

Os interessados em adotar um animal devem comparecer à sede do CCZ, na Rua Santa Eulália, 86, em Santana, Zona Norte da capital, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas e, aos sábados, das 9 às 15 horas (exceto feriados). A pessoa deve ser maior de 18 anos, apresentar RG, CPF, comprovante de endereço e pagar um taxa R$ 16,20.

Conscientização
Para as coordenadoras das ONGs, conscientização por parte de quem vai comprar ou adotar um bicho de estimação é fundamental para se evitar maus-tratos e futuros abandonos. “Tem muita gente que adota por impulso. Tem gente que compra para dar o animal para o filho, que depois cresce e vira adolescente e não quer mais saber do animal. Tem quem dá de presente para a namorada e a mãe dela não gosta. Quem muda de uma casa para um apartamento e não pode levar o cão. Por isso, é muito importante que a pessoa pense muito bem antes de adquirir um animal de estimação. Ela tem de lembrar que vai conviver com o bicho por pelo menos 12 anos, que vai ter uma despesa mensal, com alimentação, vacinas, veterinário etc, que tem de planejar com quem vai ficar quando for viajar. Enfim, tem de se levar em conta tudo isso antes de adotar ou adquirir um animal de estimação. Por isso, seria importante campanhas de conscientização”, declarou Marli, da Abeac.

Campanhas de castração também podem ajudar a minimizar o problema do abandono, segundo Cláudia Demarchi, do Clube dos Vira-Latas. “Em 10 anos, ao menos 10 mil animais são gerados a partir de um único casal fértil. E sempre nascem mais fêmeas do que machos, aumentando a probabilidade de mais crias”, explicou.

De todo modo, uma solução definitiva para o problema passaria por uma maior conscientização da população, no entender da protetora. “As pessoas têm de entender que cachorro e gato não presentes”, sintetiza Cláudia.

Assim como o CCZ, as duas ONGs incentivam a adoção consciente por meio de suas páginas na internet, como blogs e Facebook. Os interessados podem obter mais informações nos seguintes endereços da internet:

Associação Bem-Estar Animal Amigos da Célia (Abeac)
www.abeacadocao.blogspot.com
www.chacaraparelheiros.blogspot.com
www.apadrinhamentoabeac.blogspot.com
www.facebook.com/abeac.org

Clube dos Vira-Latas
www. facebook.com/ClubeDosViraLatas
www.clubedosviralatas.org.br

Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (CCZ)
Rua Santa Eulália, 86, em Santana, Zona Norte, de segunda a sexta-feira das 9h às 17h e aos sábados das 9h às 15h (exceto feriados).
www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/

Por Marcelo Mora - G1, São Paulo
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