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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/11/2010 | Cidade
Linha de trem ''mais difícil do mundo'' reabre no Equador
História, lendas, lindas paisagens e uma rica cultura andina seguem os trilhos de mais de cem anos da ferrovia do Equador que volta a funcionar, considerada a "mais difícil do mundo" pelas condições geográficas.

A ferrovia equatoriana, que há mais de um século uniu a costa com a região andina e deixou de funcionar faz alguns anos, voltou às montanhas graças a um projeto de restauração do governo.

O objetivo é investir US$ 245 milhões na conservação dos 446 quilômetros que unem Quito a Guayaquil.

Foram já reabilitados cerca de 180 quilômetros e está previsto para 2012 concluir a rota de 500 quilômetros, disse à Agência Efe o gerente geral da Empresa de Ferrovias Equatorianas, Jorge Eduardo Carrera.

Essa estrutura na região andina passa por altitudes acima de 3.300 metros acima do nível do mar. A construção envolveu milhares de pessoas e começou no governo do presidente Gabriel García Moreno, em 1861, e terminou no de Eloy Alfaro, em 1908.

Dificuldades

Atualmente, a restauração "é complexa", segundo Carrera. Ele lembra que, na fase de construção das vias, morreram cerca de 5.000 pessoas por doenças e acidentes.

A condição geográfica evocou inclusive a Mefistófeles (demônio das lendas germânicas): um ponto da linha do trem é tão perigoso, por ter que seguir por um estreito ziguezague, que essa parte da montanha ficou conhecida como o "Nariz do Diabo".

Rota Quito - Guayaquil, que tem mais de cem anos
É por causa desses desafios que esse trem foi considerado o "mais difícil do mundo". Porém, a diversidade geográfica que cruza fez dele "o mais lindo", disse Carrera.

Em uma viagem organizada nesta semana pelo Ministério Coordenador do Patrimônio, o trem parte de Quito e, pouco a pouco, o cinza do cimento da zona industrial vai abrindo passagem para o verde das montanhas.

"Faça turismo local, distribua riqueza", diz um imenso cartaz instalado na via panamericana, onde os carros aguardam o sinal da polícia para avançar após a passagem do trem.

Em um percurso de cerca de 90 minutos de Quito (2.850 metros acima do nível do mar) até a estação Cotopaxi, na zona de El Boliche (3.547 metros), representantes do Ministério Coordenador do Patrimônio, embaixadores de diferentes países e a Efe ouviram sobre a situação política e econômica da época da construção e a importância do surgimento do trem.

Restauração

Com essa obra colossal do início do século 20, as viagens, que duravam quase um mês no lombo de mula, foram reduzidas para dois dias, e com isso, aumentou o comércio e fortaleceu a unidade do país.

Além disso, o turismo será mais uma ferramenta que contribuirá para o desenvolvimento. Envolver as comunidades no processo de restauração também está nos planos de aquecimento da economia, assim como de fomento à unidade.

Trata-se de "passear" pela história com relatos de guias que comentam os diferentes eventos e dificuldades da construção, além de conhecer partes ocultas nas montanhas e de se apaixonar pelas lendas.

Paixão de vulcões

Na cosmovisão indígena, os vulcões têm vida, explicou à Efe a guia Luisa Martínez, ao avistar os Ilinizas. A lenda conta que Iliniza sul, esposa do nevado Iliniza norte, se apaixonou pelo vulcão Cotopaxi e o vulcão Rumiñahui contou a aventura.

Ao saber disso, o monte Corazón, filho dos Ilinizas, ficou arrasado e seu doloroso choro formou a lagoa do Quilotoa. "Por isso o Cotopaxi está quase sempre nublado, se esconde porque está envergonhado por ter arruinado um casamento", disse Martínez.

Essa viagem de reencontro com o passado e de apropriação do presente é parte do projeto governamental para resgatar o patrimônio, reafirmar a identidade e viver em harmonia com a natureza.

Por Susana Madera, Efe, em El Boliche, Equador - Folha Online
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