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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/12/2015 | Setecidades
Ligações ao CVV dobram durante mês de dezembro
As festividades de fim de ano são sinônimo de reunião em família, de relembrar momentos felizes em torno de mesas fartas e troca de carinhos e presentes entre entes queridos.

Porém, nem todos têm a possibilidade de festejar ao lado de amigos e familiares, o que pode contribuir para que estas datas se transformem em momentos de angústia e tristeza.

Isso se comprova por meio de levantamento realizado pela equipe do Diário junto ao CVV (Centro de Valorização da Vida) que recebe praticamente o dobro de ligações no mês de dezembro, se comparado aos outros meses do ano.

Somente em dezembro de 2014 os CVV de Santo André, São Bernardo e São Caetano receberam 7.610 chamadas de pessoas que buscavam alguma palavra de conforto, enquanto a média de ligações por mês é de 4.177. “É, sem duvida, um período difícil para quem está passando por algum tipo de dificuldade e não consegue se recuperar”, disse Carlos Correia, 62 anos, voluntário do CVV há 23 anos.

“Nosso objetivo é amenizar um pouco a dor da pessoa que nos procuram. Ajudamos a esvaziar o copo para que não transborde, fazendo a pessoa se sentir mais leve”, explicou.

O Brasil conta com números alarmantes em se tratando de suicídio e, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma pessoa tira a própria vida a cada 45 minutos no País. E, ainda de acordo com o órgão, 90% das tentativas de suicídio podem ser prevenidas. “Uma palavra bem colocada, um simples ''bom dia'' ou um ''como vai você'' têm o poder de reverter alguma decisão negativa que alguém possa ter tomado”, explicou.

Correia, com toda sua experiência de voluntário, sabe que há datas que acabam por deixar algumas pessoas mais fragilizadas, como é o caso do Dia das Mães ou do Dia dos Namorados. “Durante estas épocas, a solidão e a tristeza podem chegar com um pouco mais de força e isso pode ser a gota d''água para que o copo transborde”, contou.

Além dos telefonemas, o CVV recebe pessoalmente as pessoas que buscam auxílio. Basta se dirigir a alguma sede do órgão para ser atendido. Assim como nas chamadas telefônicas, não é preciso se identificar e todas as conversas realizadas entre os voluntários, seja pessoalmente ou por chamada telefônica, são sigilosas e não gravadas. Além destas opções, a entidade presta auxílio por meio do voip, de e-mails e de chats online, lembrando que as conversas feitas por estas opções também não são arquivadas.

Em números absolutos o Brasil é o oitavo no ranking de suicídios no mundo, onde 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos. Correia comenta o fato de que alguns países têm falado abertamente sobre o problema e que isso tem resultado em visíveis melhoras. “No Brasil ainda é tabu falar sobre o suicídio, o que dificulta a resolução do problema. Temos que falar mais sobre este assunto, sempre com o objetivo de que tudo pode ser revertido”, contou.

Apesar de os números assustarem numa primeira impressão, Correia lembrou que algumas pessoas ligam para o CVV também para agradecer. “Há até aqueles que marcam uma nova data de aniversário, tendo em vista o tamanho do problema que encararam. O CVV não se trata de evitar a morte, mas, sim, de promover a vida”, disse.

Por Daniel Tossato - Diário OnLine
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