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DATA DA PUBLICAÇÃO 19/11/2012 | Informática
Lenovo Yoga é um bom laptop que funciona como tablet, mas preço no Brasil é alto demais
Lenovo Yoga é um bom laptop que funciona como tablet, mas preço no Brasil é alto demais
Com tela que abre em 360 graus, modelo híbrido é versátil, mas muito grande e pesado para ser usado como um iPad, e não vale R$ 8.999

O IdeaPad Yoga 13, da Lenovo, é um dos muitos aparelhos híbridos de laptop e tablet que devem chegar ao mercado nos próximos meses.

Esses portáteis conversíveis, que podem ser usados tanto com teclado e touchpad quanto com tela sensível ao toque, casam bem com o Windows 8 e seu visual duplo.

A tradicional área de trabalho é um ambiente melhor para um notebook convencional, enquanto a interface nova, que usa o estilo conhecido como Metro, é ótima para tablets.

Os modelos híbridos podem transformar-se de diversas maneiras. Em alguns deles, o teclado separa-se da tela. Em outros, como o ThinkPad Twist, a tela gira em torno de seu próprio eixo, o que permite fechá-la com a face para cima, sobre o teclado. No Yoga, a tela abre-se totalmente, em 360 graus, até sua traseira encostar na parte inferior da base do laptop.

A Lenovo sugere quatro modos básicos de uso: notebook (tela aberta até 180 graus), tablet (aberta em 360 graus), display e stand (entre 180 e 360 graus). A diferença entre os dois últimos é simples: no primeiro, o aparelho fica apoiado sobre as extremidades opostas da tela e da base, no formato de um "V" invertido; no segundo, o suporte é a própria base do laptop, mas ela fica direcionada para trás da tela, com a face do teclado virada para baixo.

O uso obviamente depende das necessidades de cada um, mas, de modo geral, as posições mais úteis são as de notebook e tablet. Raramente me deparei com situações que exigiam deixar o aparelho em display ou stand. Este pode ser útil em poltronas da classe econômica de aviões, nas quais a posição convencional de notebook pode limitar o ângulo de abertura da tela. Por alguma razão, a Lenovo sugere o modo display para ler receitas na cozinha.

A posição convencional de notebook não apresenta surpresas. Com a tela totalmente aberta, em um ângulo de 360 graus, o Yoga vira um tablet. De mesa.

Pois, embora seja fino e leve para um laptop, o aparelho é muito grande e pesado para ser usado da mesma maneira que tablets como o iPad. Ele não foi feito para ser levado a todos os cantos da casa. É desconfortável usá-lo na cama, na rede, no banheiro ou em qualquer lugar sem um apoio como uma mesa ou o seu próprio colo, pois é difícil segurá-lo no ar com uma mão para navegar usando a outra.

O modo tablet, assim, é um recurso adicional, um algo a mais, não o principal do aparelho. Apesar de sua característica híbrida, o Yoga é, antes de mais nada, um PC. Ele deve ser tratado como um laptop com tela sensível ao toque, não como um tablet com teclado e touchpad.

Em qualquer posição, sua tela exibe imagens com boa qualidade, até por ser feita com painel do tipo IPS, que oferece um bom ângulo de visão. Como a maioria dos tablets, porém, seu revestimento é brilhante, o que causa muitos reflexos. A resolução de 1.600 x 900 pixels é boa para um laptop da categoria, modelos com tela de 13,3 polegadas costumam oferecer apenas 1.366 x 768 pixels, mas deixa um pouco a desejar para um tablet, a distância tipicamente menor entre o aparelho e os olhos torna os pixels muito visíveis, quase tanto quanto em um iPad 2.

Esse é, porém, um quesito mais subjetivo. Sempre me incomodou a baixa densidade de pixels das duas primeiras gerações do iPad, mas muita gente não vê problemas nisso. Uma comparação rápida: o Yoga tem 138,03 ppp (pixels por polegada); o iPad de primeira e segunda gerações, 131,96 ppp; o iPad mini, 164,83 ppp; o iPad de terceira e quarta gerações, 263,92 ppp; o Nexus 10, 300,24 ppp.

A resposta da tela ao toque não é precisa como a dos melhores tablets e celulares, mas não chega a comprometer a experiência, até porque, na maior parte do tempo, você usará o aparelho como um notebook.

Se o usuário quiser, a imagem exibida gira automaticamente conforme a orientação da tela. Esse recurso, porém, funciona de maneira instável. Por exemplo, a rotação para o formato retrato (vertical) só ocorre quando o aparelho está no modo tablet. Assim, é necessário abrir totalmente a tela antes de girar o aparelho para a orientação retrato --se você fizer o contrário (girar o aparelho antes), a imagem não será reposicionada automaticamente.

Nos modos notebook e stand, a tela balança quando é tocada, a dobradiça entre ela e a base do laptop poderia ser mais firme.

O corpo do aparelho tem uma carcaça com pontos muito flexíveis, como a parte traseira da tela. A construção do aparelho não é exatamente ruim, mas poderia oferecer mais resistência.

O teclado, que é desativado quando a abertura da tela passa de 190 graus, é raso demais para o meu gosto e poderia ser um pouquinho mais firme, mas não compromete. O que atrapalha mesmo a digitação é o touchpad, posicionado no centro do corpo do aparelho, em vez de no centro do teclado QWERTY. Como o teclado apresenta uma fileira de teclas à direita, o conjunto principal de teclas está levemente deslocado para a esquerda, mas o touchpad, não.

Isso atrapalhou bastante a minha digitação. Quando tentava digitar com o touchpad entre as minhas mãos, a mão da direita ficava maluca, ora ela se contorcia para pressionar as teclas corretas, ora se esquecia de que estava mal posicionada e apertava as teclas erradas. Quando tentava deixar a mão direita corretamente posicionada em relação ao teclado, sua palma ficava sobre o touchpad, o que inevitavelmente causava cliques indesejáveis e uma sensação estranha devido à diferença de textura. Irritante.

As teclas de função, no topo do teclado, seguem o padrão popularizado pela Apple, por padrão, elas dão acesso a funções como ajuste de volume e brilho; com a tecla Fn, elas funcionam como F1, F2, F3 etc.

Como em um tablet, o Yoga tem botões nas laterais para controle de volume e rotação automática da tela.

Com processador Intel Core i5 de baixo consumo de energia, 4 Gbytes de memória e armazenamento em SSD (drive de estado sólido), o Yoga apresenta um desempenho razoável, dentro do esperado para um ultrabook.

A inicialização do sistema, em especial, é muito rápida. Programas de escritório e aplicativos que usam o estilo Metro, em geral, funcionam sem engasgos. Quedas de desempenho são percebidas em situações que exigem mais poder de processamento, edição de fotos e vídeos, navegação simultânea por dezenas de sites pesados e, principalmente, games modernos com gráficos sofisticados.

A Lenovo promete duração de bateria superior a oito horas. Nos meus testes, que, em geral, consomem mais energia do que situações mais típicas, ela variou entre cinco e oito horas.

Seguindo uma tendência em aparelhos finos e leves, o Yoga não tem porta Ethernet, para conexão a redes com fio, drive de CD e DVD e bateria removível.

MAIS CARO QUE APPLE

No geral, o IdeaPad Yoga 13 é um bom laptop. Seu grande problema é o preço excessivamente alto no Brasil: R$ 8.999. Nos EUA, uma configuração semelhante, até superior, com o dobro de memória, sai por US$ 1.099, cerca de R$ 2.200, um preço aceitável para o que o aparelho oferece.

Sabemos que os eletrônicos costumam ser bem mais caros no Brasil do que nos EUA, mas, mesmo assim, essa diferença é assustadora. A própria Apple, que tem fama de cobrar alto por seus produtos, vende um modelo de MacBook Air com tela de 11 polegadas por US$ 1.099 nos EUA e R$ 3.999 no Brasil.

Questionada pela Folha, a Lenovo disse que os mercados dos EUA e do Brasil "não são comparáveis", pois têm "leis e modelos de empresas totalmente distintos".

Para quem procura um híbrido de laptop e tablet, o melhor é esperar a chegada de novos modelos ao Brasil. O Yoga é um bom aparelho, mas não vale esse preço todo.

Por Emerson Kimura, de São Paulo - Folha Online
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