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DATA DA PUBLICAÇÃO 28/08/2011 | Tecnologia
Lan house garante inclusão na periferia
Há muito tempo a internet deixou de ser vista como ferramenta consumida prioritariamente por classes de maior poder aquisitivo. A popularização do serviço possibilitou o ingresso de usuários das mais diversas classes econômicas, o que não quer dizer que o acesso à rede seja tarefa fácil para todos os internautas. Nas regiões periféricas, onde adquirir um computador e pagar pelo serviço de banda larga não está ao alcance de todos, as chamadas lan houses ganham cada vez mais espaço.

No Jardim Laura, em São Bernardo, os ambientes que oferecem serviços de informática são comuns. Há quatro anos, Leonardo Dias Ramos transformou um cômodo vago no terreno de casa em uma lan house que disponibiliza o acesso à rede por R$ 1,20 a hora, além de serviços de impressão e cópia de CDs. “Dependendo do dia, atendo de 40 a 50 pessoas por dia”, disse.

Marcos Henrique, 15 anos, que não tem computador em casa, é cliente assíduo. “Venho quase todos os dias para ver o Orkut e entrar no MSN, mas não fico muito, no máximo uma hora”, garantiu. Já Antônio Carlos Alves Júnior, 19, chega a ficar entre três e quatro horas diariamente. “Não tenho computador em casa e venho para baixar música, pesquisar novas bandas e acessar redes sociais.”

Júnior e Henrique estão entre os 74 milhões de internautas brasileiros que utilizam a internet em ambientes diversos como domicílios, trabalho, escolas e lan houses. Kelly Aguiar da Silva, 25, também faz parte dessa estatística. No entanto, ao contrário dos jovens do Jardim Laura, Kelly, que é moradora do Morro do Kibon, em Santo André, aproveita as facilidades da internet para buscar colocação no mercado de trabalho.

Kelly afirma que adquirir um computador não está entre suas prioridades e que pretende continuar frequentando a lan house do bairro. “Não compensa porque a conexão lá em cima (Morro do Kibon) é muito ruim e não adianta ter um computador se não vou conseguir ter internet”, justificou.

José Carlos, dono da lan house situada no Condomínio Maracanã, em Santo André, conta as dificuldades em conseguir montar o comércio. “Muita gente por aqui não tem internet. Até para a gente foi difícil, levamos quase dois anos até conseguir instalar a banda larga. Mesmo assim, dificilmente a conexão chega a 1 mega”, afirmou.

Exclusão digital - A dificuldade vivenciada pelas periferias no ABCD contrasta com o cenário nacional. Levantamento realizado pela IDC (International Data Corporation) Brasil apontou que o Brasil comercializou entre abril e junho deste ano 3,86 milhões de computadores, posicionando o País como o terceiro maior vendedor do equipamento no mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Para Luci Praun, coordenadora do curso de Ciências Sociais da Universidade Metodista, a dificuldade de acesso nas periferias agrava o quadro de exclusão. “Isso acaba ampliando as formas de exclusão, no momento em que a participação na sociedade se organiza pela internet. A lan house supre parcialmente essas necessidades porque o usuário precisa se deslocar para obter o serviço. Dessa forma, essas pessoas acabam sendo excluídas duas vezes.”

A especialista frisa ainda que, mesmo com a queda no preço dos computadores, as máquinas geralmente apresentam defasagem tecnológica. “Esses equipamentos mais baratos vêm com configuração inferior e são considerados sucatas pelas camadas com maior poder aquisitivo”, ressaltou.

Luci sugere o investimento em políticas públicas para ampliação do acesso à internet, como as que já estão sendo implementadas no Rio de Janeiro. Em comunidades como Rocinha, Santa Marta e complexo Pavão-Pavãozinho/Cantagalo e Cidade de Deus, a rede de internet sem fio já é disponibilizada gratuitamente para os moradores.

Por Rosângela Dias - ABCD Maior
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