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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/02/2008 | Setecidades
Lan house esconde jogos de caça-níquel
A América Lan House, no Centro de Ribeirão Pires, funciona de fachada para uma casa de máquinas caça-níquel. Os jogos estão escondidos em programas de computador, mas as apostas são em dinheiro. É uma maneira nova de driblar a fiscalização policial e continuar com a prática proibida de jogo de azar.

Na primeira visita que o Diário fez à casa, há três dias, constatou que no local não funcionava uma lan house comum: R$ 5 a hora para o uso de internet (quando o preço médio é a metade), sem serviços de impressão ou jogos em rede, como o Counter-Strike. O público era formado por pessoas de meia-idade.

Na segunda visita, ontem à tarde, o esquema foi comprovado. A reportagem disse que queria jogar. Sem saber que o diálogo estava sendo gravado, uma atendente levou o repórter a um dos computadores e explicou como funcionava.

Havia apenas a tela do Windows, com um único ícone, o Internet Explorer, programa usado para navegar na rede. Ao clicar no ícone, ao invés de abrir o programa, surgia uma tela preta, similar a dos sistemas DOS, que carregou o jogo de caça-níquel.

Para jogar, é preciso pagar o valor mínimo de R$ 5 à atendente. O jogo carregado era uma tela de caça-níquel, com as apostas feitas pelo teclado. A casa tem 25 computadores. Pelo menos 15 pessoas jogavam.

Depois de telefonar para a América e identificar-se como o Diário, a reportagem voltou ao local. Mas aí tudo estava diferente. Os computadores tinham papel de parede, diversos ícones e o Internet Explorer realmente carregava o programa. E o público era bem menor: apenas cinco pessoas, que navegavam em páginas como o Orkut.

Entretanto, a reportagem reconheceu esses “clientes” como as atendentes que estavam na casa na parte da tarde.

Soraia Paneguini, uma das sócias da casa, negou que a América Lan House seja uma casa para jogos de caça-níquel. Ela não soube explicar as mudanças nos computadores. Disse que, pelo que sabia, sempre era assim. Ela disse que caso houvesse algum jogo ilegal, seria inteira responsabilidade dos clientes, que deveriam estar jogando pela internet com o cartão de crédito.

Soraia não soube explicar por que a atendente da tarde abriu justamente o jogo de caça-níquel. Ela também não soube explicar por que os jogos feitos em sites da internet deveriam ser pagos para a funcionária da casa, e não para o site com o cartão de crédito, como ela mesmo sugeriu.

25 máquinas têm o jogo em rede

Mudar as telas de todos os computadores de uma lan house é uma operação simples. Em rede, os computadores não precisam ter o programa com jogos de caça-níquel. Apenas uma das máquinas possui o software. Os demais computadores têm acesso ao programa da máquina matriz.

O programa de caça-níquel da América Lan House tem seis telas. Em todas, o esquema é o mesmo: o jogador vence caso consiga combinações das figuras. O programa da casa permite diversas combinações, além de figuras em linha reta. Diagonais, pares e linhas verticais também são premiadas, o que aumentam as chances do jogador. Mesmo assim, a reportagem perdeu R$ 10 em 15 minutos em que esteve na casa.

Segundo a Prefeitura de Ribeirão Pires, a América Lan House é uma casa clandestina. Estabelecida na Rua do Comércio, região central da cidade, não está cadastrada como lan house. Segundo a Prefeitura, o alvará de funcionamento não está em dia.

Soraia Paneguini, sócia da casa, mostrou o laudo do Corpo de Bombeiros feito na casa, solicitado ontem mesmo após o contato do Diário. Ela disse que esse era o documento que faltava para a renovação do alvará de funcionamento e o cadastro da casa como lan house.

O delegado de Ribeirão Pires, Augusto Farias, disse que a casa já é objeto de investigação. O delegado afirmou que pediu perícia na casa e que um computador chegou a ser levado para análises. Por conta do plantão de Carnaval, o delegado informou que não seria possível deslocar uma equipe de investigadores para a casa ontem.

Como a casa funciona com computadores em rede, a máquina levada para análise pode não estar com o programa de caça-níquel. O delegado disse que teria um posicionamento sobre o laudo na próxima quinta-feira.

Por Bruno Ribeiro - Diário do Grande ABC / Foto: www.revistapesquisa.fapesp.br
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