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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/04/2015 | Cultura
Kiss fecha Monsters of Rock com show para 35 mil em São Paulo
Domingo teve bandas com clichês visuais e musicais do rock pesado.

Manowar chamou Robertinho do Recife; Steel Panther teve fã de topless.


O segundo e último dia do Monsters of Rock 2015 foi fechado neste domingo (26) pelo Kiss e dominado por bandas sem pudor de se divertir com os clichês do rock. Visual espalhafatoso, hinos à festa e ao "Deus metal" conquistaram 35 mil fãs no Anhembi. Não houve economia na mise-en-scène roqueira nos shows: o domingo teve fantasia de guerreiro nórdico, "morte ao falso metal", cuspe de fogo, rolê de motocicleta no palco, voo sobre fãs, línguas de fora e seios idem.

O Kiss fez o teatro divertido de sempre, com setlist quase igual ao dos shows anteriores nesta passagem pelo Brasil (Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis). A diferença foi "Parasite" no lugar de "Hide your gun". A banda está em turnê que comemora suas quatro décadas. O quarteto maquiado entrou com 45 minutos de atraso, às 23h15, e tocou por pouco mais de uma hora e meia.

O repertório deixa de fora baladas como "Beth" e "God gave rock'n roll" to you" e mira o melhor da banda: refrãos simples e festivos, especialmente do clássico álbum "Destroyer" (1976). O show é cheio de efeitos, incluindo "voos" dos músicos, e quase coreografado, um musical de rock adolescente para jovens e pais de família - grande parte do público.

A entrada explosiva com "Detroit rock city", o coro de "eeeê yeah" de "I love it loud", o "ôôô" de "Lick it up", a obrigatória "Rock and roll al nite" e o cuspe de fogo de "War machine" são pontos mais altos de um show com poucos pontos baixos. Outra que empolga é "Psycho circus", seguida por uma conversa com o público que incluiu um "vocês são demais" em tentativa de português de Paul Stanley. Sua voz rateia, mas não chega a comprometer o show.

Show repetido
Não funcionou bem a ideia de dois shows seguidos do Judas Priest - a não ser talvez por uma economia de custos de uma contratação dois em um. O show deste domingo, antes do Kiss, foi recebido com mais frieza pelo público em relação ao anterior. Compreensível: quem foi no sábado estava vendo show repetido, e quem foi só no domingo ainda deu azar de ver um show menor.

No primeiro dia, a banda ajudou a cobrir o buraco da ausência de Lemmy, do Motörhead, e tocou por mais de uma hora e meia. No domingo, foram quinze minutos a menos - "Love bites" e "You've got another thing comin'" ficaram de fora. Rob Halford repetiu o esforço e toda a banda foi igualmente competente. Não faltou "Breaking the law", seguida da tradicional subida na moto no palco para "Hell bent for leather". Mas a repetição vai contra a dinâmica de um festival.

'Banda mais alta do mundo'
O Manowar fez o show ensurdecedor pelo qual é conhecido - eles perseguem o título de "banda mais alta do mundo", e já entraram no livro do recordes por volume em shows. No Anhembi, foi impossível que o som não ficasse embolado e com microfonia em certos momentos - até o vocalista Eric Adams se perdeu com o zumbido do baixo e interrompeu o show antes do bis.

Mas não é só no volume que eles ganham os fãs. O Manowar abraça com vigor todos os clichês do metal oitentista. "Morte ao falso metal" é o lema que defendem. De fantasia de guerreiro medieval, Eric Adams baseia o show no álbum "Kings of metal" (1988, regravado em 2014). O baixista Joey DeMaio ainda fez um longo discurso, todo em português (alô, Ed Motta), que incluiu a frase: "Para quem não gosta de metal a gente diz: vai se foder", ovacionado por fãs.

O momento nacional rolou quando o guitarrista brasileiro Robertinho do Recife subiu ao palco para tocar "Metal daze". O veterano tem longa relação com o rock pesado. Ele gravou, por exemplo, a versão brasileira de "Love bites", do Def Leppard: "Mordida de amor", com o Yahoo.

De perto aberto
Se o Manowar abraça os chavões do metal a sério, o Steel Panther faz o mesmo com o hard rock, mas com humor - na linha do Darkness. Os riffs e letras festivos e sexuais são adotados de peito aberto. Entre as bandas que tocaram mais cedo, foi a que mais chamou atenção.

Não foi só a boa releitura do rock farofa do Steel Panther que atraiu olhares, mas também os seios femininos no palco. Nos shows deles, é comum que as fãs atendam aos chamados das letras sem noção, como a que fala sobre pegar 17 mulheres em seguida, ou sobre pegar gonorreia com prostitutas asiáticas. E, claro, sobre a morte a toda música que não seja metal.

Por Rodrigo Ortega - G1, em São Paulo
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