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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/09/2016 | Cidade
Keiper não paga rescisão a 300 demitidos em Mauá
 Keiper não paga rescisão a 300 demitidos em Mauá Os trabalhadores devem se reunir com o sindicato para traçar estratégias e receber as verbas rescisórias. Foto: Andréa Iseki
Os trabalhadores devem se reunir com o sindicato para traçar estratégias e receber as verbas rescisórias. Foto: Andréa Iseki
A Keiper declarou, ontem, não ter condições de pagar as verbas rescisórias dos trabalhadores demitidos, durante audiência realizada na Justiça do Trabalho de Mauá. A fabricante de bancos contabilizou, na sexta-feira, o desligamento de 724 funcionários, sendo 300 na unidade de Mauá, onde são fabricadas as estruturas dos bancos, e 424 na de Araçariguama, Interior, em que é realizada a estamparia das peças.

O CEO da Keiper, Marino Mantovani, afirmou ao Diário que o passivo da empresa, considerando os valores de rescisão de contrato e quantias devidas a fornecedores e transportadora, entre outros, totaliza R$ 32 milhões. Portanto, ainda que a Justiça entenda que a Volkswagen é culpada no imbróglio com a Keiper – que envolve a suspensão do contrato de fornecimento de bancos automotivos e a retirada de ferramental das plantas da autopeça de origem bósnia –, o montante depositado em juízo pela montadora alemã, de R$ 10 milhões, é insuficiente para arcar com a dívida.

“Esperamos que a Volkswagen se sensibilize e nos indenize, afinal, fizemos grande dívida para atender seus pedidos. Temos aço e estruturas prontas em estoque. Por isso, solicitamos que a companhia esperasse, ao menos, até o fim do ano para suspender o contrato, a fim de que pudéssemos nos organizar, e fazer essa transição de modo menos agressivo, com recursos para pagar todo mundo. Mas não fomos atendidos”, disse Marino. Cerca de 85% do faturamento da Keiper provinha da Volks. Os demais 15% são oriundos da Johnson Controls, que produz tecidos dos bancos, Mitsubishi e Toyota.

BATALHA - O contrato, de acordo com o executivo, não tinha prazo de vencimento. Desde março do ano passado, porém, foi travada batalha entre as duas empresas. A Keiper pleiteava reajuste no valor pago pelas estruturas, e a Volks dizia que o aumento era abusivo. A autopeça então passou a suspender a entrega dos itens, e a montadora paralisou, por vezes, a produção. A Volks alega que foram contabilizados 120 dias parados e que, devido a isso, deixaram de ser produzidos 130 mil veículos.

“Não era um aumento expressivo, pedíamos 25%. Isso porque, desde que iniciamos o contrato, os valores nunca foram reajustados, nem a inflação foi reposta”, apontou Mantovani. Segundo ele, os valores das estruturas variavam entre R$ 60 e R$ 120. Caso tivessem o aumento, passariam a custar entre R$ 75 e R$ 150.

A Keiper possui estoque de 100 bancos, e a Volks demonstrou interesse em adquirí-los, porém, pelo preço que costumavam pagar. O CEO disse que só vende com a correção. “Precisávamos desse reajuste também porque perdemos 40% do volume de encomendas só neste ano, já que as vendas da Volks caíram bastante.”

A montadora anunciou ontem, em diversas mídias, inclusive no Diário, que tem o “interesse em adquirir peças estampadas e conjuntos soldados de empresas que fornecem/forneciam para o Grupo Prevent (Keiper, Mardel, Cavelagni e Fameq). A Volks não tem mais relacionamento comercial com estas empresas, porém, essas peças metálicas são de interesse para a companhia e, consequentemente, para a continuidade/evolução dos negócios dos fornecedores envolvidos.”

AUDIÊNCIA - Durante a reunião, ontem, estiveram presentes representantes da Keiper, da Volks e do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá. Segundo o diretor administrativo e financeiro da entidade, Adilson Torres, o Sapão, diante da afirmação de que não serão pagas as verbas rescisórias foi solicitado o bloqueio de alguns títulos, valores a receber e do estoques de bancos. Esse montante seria utilizado para o pagamento das verbas rescisórias.

Sapão espera que entre duas e três semanas saia posição da Justiça do Trabalho de Mauá. “Enquanto isso, vamos tentar a homologação das demissões, mesmo sem o recebimento das verbas rescisórias, para que possa ser sacado o FGTS e eles estejam aptos a receber o seguro-desemprego.”

Ele também afirmou que os demitidos entraram com ações no Judiciário para reivindicar o valor do desligamento com a multa de um mês de salário, por conta do atraso.

Segundo Mantovani, mesmo sem verba para a rescisão serão mantidos cerca de 200 operários – em janeiro, havia 1.200 –, sendo 130 em Mauá. “Temos que continuar trabalhando. Não vamos fechar as portas. Crescemos ao longo do tempo e não é nosso perfil desistir.”

Por Soraia Abreu Pedrozo e Vinicius Claro - Diário Online
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