NOTÍCIA ANTERIOR
Trabalhadores no ABCD contam com 367 vagas nesta semana
PRÓXIMA NOTÍCIA
Governo anuncia R$ 186 bilhões de investimento em energia elétrica até 2018
DATA DA PUBLICAÇÃO 11/08/2015 | Economia
Juros do cartão de crédito são os maiores desde 1999
Juros do cartão de crédito são os maiores desde 1999 Foto: Denis Maciel/DGABC
Foto: Denis Maciel/DGABC
Os juros médios do cartão de crédito atingiram em julho o maior patamar desde março de 1999, aponta pesquisa realizada pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). A taxa chegou a 13,03% ao mês, que corresponde a 334,84% ao ano, frente aos 12,54% em junho (312,75% anuais). Com isso, deve se ter ainda mais cautela para não se endividar, alertam especialistas. Há algumas dicas que o consumidor pode seguir para se livrar das dívidas, segundo a Anefac, entre elas, buscar um empréstimo mais barato para liquidar dívidas mais caras.

A equipe do Diário fez uma simulação com base nos números da pesquisa da associação. Se a pessoa tiver uma dívida de R$ 1.000 no cartão de crédito e pagar só o mínimo, de R$ 150, levará 12 meses para quitar e terminará pagando R$ 792 só de juros (13,03% ao mês do rotativo). No lugar disso, se pegar R$ 1.000 de empréstimo pessoal em um banco, com juros fixos de 4,13% ao mês (62,52% ao ano), por 12 meses, pagará prestação de R$ 107,36, gastando R$ 288,32 a mais, além do valor emprestado. Diferença de R$ 503,68 – metade do valor devido.

A situação atual da economia merece atenção para se evitar o descontrole. A Anefac orienta, por isso, que se deve fugir do rotativo do cartão e também do limite do cheque especial – que, igualmente, disparou, e chegou ao maior nível desde janeiro de 2003, com a taxa de 10,10% ao mês (ou 217,28% ao ano).

No caso do cartão de crédito, dados do Banco Central apontam que o produto registrou inadimplência de 7,7% (ou seja, do total de contratos, esse percentual tem mais de 90 dias de atraso). “É o pior resultado desde fevereiro de 2013”, diz o sócio da consultoria GoON, Eduardo Tambellini. “É um cenário que desperta atenção e nos dá um sinal sobre a queda de renda das famílias e da dificuldade de tomar crédito”, afirma.

O fato é que os atrasos de pagamento ajudam a elevar ainda mais os juros ao consumidor, segundo o professor Leonel Tinoco, delegado regional do Corecon (Conselho Regional de Economia) no Grande ABC. “São dois fatores, a elevação da Selic (a taxa básica da economia) ao longo do tempo, para segurar a inflação para o próximo ano, e, em segundo lugar, a inadimplência; quando ela aumenta, a taxa de risco dos empréstimos (calculada pelos bancos) também cresce”, explica.

O presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, acrescenta outros fatores como a elevação da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) dos bancos de 15% para 20%, que entra em vigor em setembro, e a perspectiva de novas elevações da Selic, em cenário de inflação crescente, apesar da sinalização do Banco Central de que vai manter a taxa básica estável pelos próximos meses. Por conta desses fatores e do desemprego em alta, Oliveira também avaliou que os juros ao consumidor devem continuar subindo. “Com a GM (General Motors) e a Mercedes-Benz demitindo, quem perde o emprego não paga dívida, e a tendência é de alta dos juros.”

OUTRAS DICAS - Há outras orientações da associação para quem está com dívidas em atraso, como se desfazer de bens para pagar os débitos, analisar sua capacidade de pagamento para propor acordo com credores e estabelecer prioridades (quais despesas pagar primeiro), além de honrar as mais caras e que geram penalidades, como condomínio, luz, água e telefone.

EMPRESAS - Tinoco alerta que os cuidados se estendem às empresas, já que a atividade econômica está muito baixa e há dificuldade de repassar o custo alto dos empréstimos aos preços. “O ideal seria as empresas não precisarem de financiamento.”

Cautela no consumo gera queda na inadimplência

As dívidas em atraso aumentaram no País no primeiro semestre, mas mostraram retração no Grande ABC, aponta pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Enquanto no Brasil todo, ocorreu a elevação de 1% na inadimplência, na região houve recuo de 1,8% de janeiro a junho na comparação com igual período de 2014.

Os dados parecem surpreendentes, em meio ao cenário de inflação e desemprego crescentes, mas, segundo os especialistas da empresa, que têm mais de 350 milhões de informações sobre consumidores e empresas, a cautela da população em entrar em financiamentos, exatamente por causa da situação econômica atual, e também as restrições dos bancos na aprovação de crédito, contribuem para a retração nos sete municípios. Com menor volume de empréstimos, os atrasos também ficam menores.

Outro dado do estudo é mais preocupante. A recuperação de crédito na região caiu 5,6% no semestre. Em todo o País, o indicador – obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplência – ficou praticamente estável, com diminuição de apenas 0,8%. No Grande ABC, a retração pode significar que há maior dificuldade das famílias em renegociar o pagamento de dívidas não honradas. Dessa forma, as pessoas estão preferindo pagar débitos atuais do que honrar antigos.

Por Leone Farias - Diário do Grande ABC
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Economia
25/09/2018 | Operação mira sonegação de R$ 100 mi de grupos cervejeiros e cerca Proibida
25/09/2018 | Greve na Argentina cancela voos no Brasil nesta terça-feira
25/09/2018 | Demanda por GNV aumenta até 350% após alta na gasolina
As mais lidas de Economia
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7717 dias no ar.