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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/06/2010 | Saúde e Ciência
Jogador compulsivo tem alterações nas funções executivas do cérebro
O cérebro de quem joga compulsivamente apresenta alterações semelhantes àquelas encontradas em pessoas com doenças como transtorno obsessivo compulsivo e dependência química.

Áreas relacionadas à regulação do comportamento, às funções mais refinadas de tomada de decisão e da integração de informações têm tamanhos diferentes no cérebro do jogador compulsivo e no de uma pessoas sem o problema.

Esses achados são resultado de pesquisas lideradas pelo especialista em neuropsicologia Daniel Fuentes, diretor do serviço de psicologia e neuropsicologia do Instituto de Psiquiatria do HC, de São Paulo, expostos no congresso Cérebro, Comportamento e Emoções, que se encerra hoje, em Gramado (RS).

"Eles têm exacerbação de traços ansiosos e impulsivos, associada a estruturas cerebrais", disse Fuentes.

De acordo com ele, essas medidas de regiões do cérebro podem ajudar a melhorar a compreensão dos fenômenos impulsivos e, talvez, contribuir para o tratamento clínico dessas pessoas.

Apesar de o jogo ser só um entre tantos tipos de comportamentos impulsivos, o médico ressalta que a atividade é uma das mais lucrativas da economia mundial. Ele citou pesquisas que concluem que só 5% dos jogadores são compulsivos, mas que esse pequeno grupo é responsável por 50% do volume de dinheiro apostado.

"Se você abre uma casa discreta, para pegar só esses 5%, já tem um lucro considerável. E o jogo está prestes a ser legalizado no Brasil", afirmou, lembrando o projeto de lei em tramitação no Legislativo que pode liberar bingo, jogos eletrônicos, entre outros.

"O jogo patológico é um modelo único para estudar as características da impulsividade."

E mais do que um comportamento impulsivo, o jogo é uma dependência, segundo o psiquiatra Hermano Tavares, coordenador do ambulatório de jogo patológico do Instituto de Psiquiatria do HC, também presente ao debate em Gramado.

A atividade aciona o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina, que causa a sensação de prazer. No jogador patológico, além dessa gratificação, há uma perda na capacidade de inibição. Junta-se o desejo reforçado pelo prazer à falta de limites, explica o médico.

Ao mesmo tempo em que as áreas do cérebro do jogador dependente tem alterações de tamanho que prejudicam o seu funcionamento, há também um aumento geral da massa cinzenta dessas pessoas. "Idosos que jogam não patologicamente têm melhor qualidade de vida e menos perdas cognitivas do que os que não jogam. Mesmo assim, há que se pesar o quanto o benefício de alguns justifica a exposição de quem é vulnerável."

Por Débora Mismetti - Editora-Assistente de Saúde, de Gramado/ Folha Online
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