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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/07/2011 | Geral
Jockey Club de SP suspende venda de títulos por considerá-los baratos
A atual direção do Jockey Club de São Paulo quer quitar a dívida milionária, estimada em cerca de R$ 300 milhões, e vai começar esse processo selecionando os novos sócios. Uma das principais medidas adotadas pelo presidente Eduardo da Rocha Azevedo, eleito em março, foi suspender a venda dos títulos àqueles que pretendem entrar para o tradicional clube paulista. O motivo? O preço estava muito barato. “Se você vender um título por R$ 5 mil, está dando de graça o patrimônio do clube”, afirma Azevedo.

O valor, de fato, está bem abaixo do cobrado por outros clubes da cidade para a classe média alta, como o Pinheiros e o Paulistano. Este, por exemplo, tem um processo de seleção muito rigoroso: o pretendente a sócio tem que desembolsar mais de R$ 200 mil e ainda ser indicado por sete sócios para fazer parte do clube (veja mais informações abaixo). “O valor não está definido ainda, tem que passar por assembleia, mas pode ser de R$ 15 mil a R$ 20 mil”, diz Azevedo, sobre o reajuste no preço dos títulos, que devem voltar a ser vendidos a partir de agosto. São 6 mil titulos disponíveis e a ideia é colocá-los à venda em 60 lotes de 100.

A entrevista ao G1 foi concedida em sua sala no Jockey Club. Azevedo diz que, em três meses, é impossível fazer um balanço da sua gestão porque ainda “está tomando pé da situação”. “O Jockey tem hoje uma dívida de R$ 300 milhões e R$ 204 milhões são com a Prefeitura”, conta o presidente. O débito é com relação a parcelas atrasadas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Entre as medidas mais recentes anunciadas para salvar o clube da crise, Azevedo cita a revisão de todos os contratos. Hoje, o Jockey aluga seu espaço para eventos, como a Casa Cor e a feira de moda Q!Bazar. Tem ainda algumas salas comerciais alugadas em um prédio no Centro de São Paulo. “Os aluguéis estão completamente defasados”, comenta o presidente. Há planos para negociar com a Prefeitura a venda do espaço conhecido como Chácara do Jockey, usado para shows.

Tempos áureos
O Jockey Club foi fundado em 14 de março de 1875 com o nome de Club de Corridas Paulistano. Na época, tinha apenas 73 sócios. A primeira corrida ocorreu em outubro de 1876, no Hipódromo da Moóca, na Rua Bresser, Zona Leste. Só 66 anos depois, o atual hipódromo da Cidade Jardim foi inaugurado.

Vamos fazer um clube como não tem em São Paulo"Eduardo Azevedo, atual presidente do JockeyAzevedo não hesita em dizer que hoje as apostas “dão prejuízo” e que é preciso investir no marketing para aproximar o apostador. “A (aposta em) corrida de cavalo é deficitária. Você tem 500 mil outros vícios, joga pela internet.” Apesar disso, a receita gerada com o jogo representa 50% do total de R$ 2,2 milhões que o clube recebe por mês. O problema é que, de acordo com a diretoria, a despesa mensal é de R$ 3 milhões, o que gera um déficit acumulativo de R$ 800 mil.

O Jockey tem cerca de 1.400 sócios pagantes, número que Azevedo considera baixo se comparado com meio século atrás, quando a quantidade chegou a ser quase sete vezes maior. “Nas décadas de 60 e 70 era tanto superávit que não precisava nem cobrar mensalidade”, conta ele, mostrando uma foto antiga, em preto e branco, do gramado e das arquibancadas do clube lotados em dia de páreo.

Profissionalização
Com a experiência de quem foi presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e criador da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), Azevedo aposta que o Jockey Club só dará um salto positivo se profissionalizar sua diretoria. A ideia dele é criar um novo estatuto, que tenha um conselho e abaixo dele cargos de diretores financeiros, executivos e de apostas, por exemplo.

“Essas pessoas não seriam sócios do clube”, ressalta Azevedo, acrescentando que o importante é o currículo profissional do funcionário. “Ou você faz isso ou o clube quebra de vez. Já enfrentei desafios na vida, na Bolsa (de Valores). Isso aqui é mais difícil, é mais desorganizado”, revela o empresário sobre seu novo cargo. Ele também é sócio de uma faculdade em Campinas.

Azevedo, que atribui a crise a “administrações passadas”, quer um Jockey Club melhor para o seu sócio. Mas isso é um segundo passo. Antes, ele diz que pretende equilibras as contas. “O clube não tem atrativo. Quero fazer reformas, um SPA referência, dez, onze quadras de tênis em vez de três; ter uma piscina coberta. Vamos fazer um clube como não tem em São Paulo.”

Por Carolina Iskandarian - G1, em São Paulo
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