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DATA DA PUBLICAÇÃO 14/10/2007 | Cidade
Jaleco de médico é celeiro de bactérias
Eles são alvos, cândidos e delatam toda e qualquer sujeira por mínima que seja. No entanto, o que o branco dos jalecos usados por profissionais de saúde não consegue mostrar são o sem número de bactérias e vírus trasmissores de doenças e, principalmente, de infecções hospitalares que se alojam no tecido da vestimenta.

Por isso, lugar de jaleco é no corredor dos hospitais. Ou pelo menos deveria ser.

Pesquisa recente da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) revela que alguns tipos de bactérias conservam-se por dias e até dois meses na peça e que pelo menos 90% delas resistem no tecido durante 12 horas.

“O jaleco não é uma vestimenta e, sim, um equipamento de proteção individual”, alerta o professor do Instituto de Microbiologia da UFRJ, Marco Antônio Lemos Miguel, responsável pelo estudo.

A pesquisa mostra que o avental pode conduzir, inclusive, a Acinetobacter, bactéria que há dois meses foi alvo de investigação no CHM (Centro Hospitalar Municiap) de Santo André, por ter aparecido nos exames de sete crianças. O microorganismo pode levar à infecção generalizada.

Imagine o trajeto dos microorganismos. Da casa para o consultório, do consultório para a rua, da rua para o restaurante, do restaurante para o comério, do comércio para o transporte público, enfim.

Status

Mas por que médicos, enfermeiros e paramédicos insistem sair com seus jalecos por aí?

Para a psicóloga Cristina Alonzo, o costume pode ser tratar de uma demostração de status.

O professor da Faculdade Medicina da Santa Casa Decio Altimari explica que, em outras épocas, os profissionais tiveram maneiras diferentes de expressar sua função na sociedade.

“Nos quadros da Renascença, Cosme e Damião (os santos foram médicos) eram identificados por chapéus cônicos vermelhos e não pela roupa branca”, conta.

A reportagem percorreu o entorno dos hospitais Nardini, em Mauá, e do CHM, em Santo André e conversou com alguns profissionais.

Pressa

“É a pressa. A gente vive na correria e não dá tempo de trocar de roupa”, diz uma enfermeira que não quis ter nome revelado.

Em um restaurante próximo ao CHM, uma dupla de paramédicas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), transitava em meio às refeições expostas no estabelecimento vestindo o macacão de resgate. “Não temos o costume de trocar de roupa”, justifica uma delas.

Miguel explica que o problema são as bactérias levadas de dentro do hospital para a rua. Isso porque nosso corpo já está acostumado aos microorganismos que estão ao ar livre.

“As bactérias de dentro do hospital são mais resistentes e são levadas para uma mesa de bar, para bebês e idosos na rua, ou mesmo de uma clínica para outra”, diz.

“Imagine uma pessoa que acabou de trabalhar no esgoto almoçando ao seu lado. Com os profissionais da área médica é a mesma coisa, só que nele você não vê a sujeira”, fala o professor.

No Reino Unido, governo proíbe os aventais

No Reino Unido os jalecos estão com os dias contados. O governo decidiu proibir o uso da vestimenta branca a fim de evitar infecções hospitalares. Jóias, relógios e gravatas também terão de sair da cena médica a partir de janeiro de 2008.

Segundo o governo, os jalecos serão trocados por novas vestimentas, com mangas até os cotovelos, já que o modelo tradiconal apresenta mangas sujas constantemente.

Especialista discorda de pesquisa da UFRJ

Para o médico sanitarista e coordenador do Núcleo de Epidemiologia Infecção Hospitalar de Santo André, Fernando Galvanese, a polêmica sobre os jalecos está envolvida em preconceito e desconhecimento sobre o real perigo das bactérias.

Ele afirma não haver danos à saude reconhecidamente causados pelo trânsito dos jalecos de dentro para fora das unidades de saúde.

De acordo com ele, a finalidade do aparato branco é impedir a entrada de bactérias de fora para dentro do hospital. “A roupa serve para proteger o paciente”, diz Galvanese, ao contrário do que sugere o estudo do professor da UFRJ Marco Antônio Leme Miguel.

Em Mauá, a Prefeitura informou não haver normas que impeçam a saída dos profissionais do Hospital Nardini com o jaleco, porém, eles são orientados a não transitarem com a peça em ambiente externo.

Por Isis Mastromano Correia - Diário do Grande ABC
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