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ABCD tem mercado atrativo para segmento de franquias
DATA DA PUBLICAÇÃO 21/10/2012 | Economia
IPI menor não impacta lojistas
IPI menor não impacta lojistas Foto: carrosusadosbrasil.com.br
Foto: carrosusadosbrasil.com.br
A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a compra de móveis não está surtindo o efeito esperado pelos lojistas do Grande ABC. O objetivo da medida, implementada pelo governo em março, é acelerar o consumo no varejo, já que o dono do estabelecimento moveleiro pode repassar ao cliente o tributo menor na hora de vender a mercadoria.

No entanto, Sérgio Todesco, representante da Associação de Lojistas da Jurubatuba (rua de São Bernardo onde estão concentradas as principais lojas de móveis da região), explica que, no último trimestre, os comerciantes locais registraram, em média, queda de 30% no faturamento.

Na Raru's, a queda do tributo não ajudou a potencializar as vendas e houve redução no comércio. "A queda mensal, registrada entre junho e o começo de outubro, chega a 60% em relação aos meses do ano passado", explica a gerente Maria Isilda. A mesma oscilação também foi constatada na loja Movelline. "O movimento está fraco. Tem dia que não atendemos ninguém", diz a vendedora Simone da Silva.

Para o professor da escola de economia da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas de São Paulo), Samy Dana, as últimas ações para incentivar as compras dentro do País já perderam o efeito. "O governo tem apostado nos incentivos fiscais, desde 2008, e os consumidores já responderam ao estímulo. Agora, eles estão com a renda extremamente comprometida. O crescimento via consumo, na minha opinião, está estrangulado", explica Dana.

De acordo com recente pesquisa da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), 51,5% das famílias têm alguma dívida.

O presidente do Sindicato da Indústria de Móveis do ABC, que representa os sete municípios, Hermes Soncini, também destaca o fato de que existem firmas que não são diretamente beneficiadas pela ação do governo. "A queda do IPI é importante, mas a maioria das nossas empresas está enquadrada no Simples Nacional (regime de tributação pago por micro com faturamento de até R$ 360 mil e pequenas até R$ 3,6 milhões), onde não há a cobrança do IPI."

CARROS X MÓVEIS - O segmento automobilístico também foi apreciado com a redução do IPI e o efeito inicial foi positivo. As vendas de veículos zero-quilômetro em julho foram as melhores da história, para o mês, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Os moveleiros atribuem o fraco movimento ao fato de o consumidor estar endividado com a prestação do carro. "Quando o segmento de automóveis está em alta, a gente sente a queda aqui", diz Todesco.

ENFRAQUECIMENTO - Soncini explica que a indústria moveleira regional está cada vez mais retraída, devido à fraca demanda do comércio. "Há dois anos era difícil comprar matéria-prima por conta da alta demanda. Hoje, não existe mais essa dificuldade porque não há tanta procura."

O setor perdeu espaço na região, em especial na década de 1990. Em 1998, 159 companhias produziam móveis na região. Em 2010, o número de fabricantes caiu para 104. Para tentar estimular o setor, O GT (Grupo de Trabalho Moveleiro), de São Bernardo, vai receber o apoio do governo estadual. A ideia é o Estado acompanhe reuniões e atividades do grupo, disponibilize novas linhas de crédito a juros menores para micro e pequenas empresas e que representantes da Capital tragam propostas para ajudar o setor no Grande ABC.

OLHO NA PRÁTICA - O professor Dana, da FGV, diz que é preciso analisar como os comerciantes estão aplicando o incentivo fiscal. "Se uma loja também interrompe o desconto que oferecia para os clientes, na prática, o consumidor pode acabar pagando o mesmo valor, caso não existisse a redução do IPI."

O docente também destaca que o consumidor pode aproveitar o incentivo fiscal, mas que esse não é o único mecanismo de redução dos preços. Vendedora na loja Attualitá, em São Bernardo, Regina Medici concorda. A saída é apostar na pronta-entrega, para facilitar a vida dos clientes, e em promoções relâmpagos. "Quando conseguimos preço menor na fábrica oferecemos desconto de 15% por produto pago à vista e de até 10% para quem vai parcelar".

A baixa demanda contribui para reduzir preços; um sofá de couro era vendido por R$ 6.400, sai por R$ 4.890.

Por Erica Martin - Diário do Grande ABC
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