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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/03/2009 | Economia
Investir na caderneta de poupança volta a ser um bom negócio
A poupança voltou a ser um bom negócio para o pequeno investidor. Isso porque as recentes reduções na Selic (taxa básica de juros da economia do País), promovidas pelo Banco Central para estimular a economia brasileira, fizeram com que o rendimento da caderneta ficasse tão atrativo quanto o de outras aplicações financeiras.

"A poupança continua sendo um excelente negócio, principalmente nesse momento da economia. Quanto mais a Selic [fixada atualmente em 11,25% ao ano] cair, mais interessante a caderneta vai ficar", considera a professora de economia monetária e responsável pelo Núcleo de Estudos de Economia da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Marlene Cardia Laviola.

Isso acontece porque, segundo ela, a poupança tem um rendimento real (ou seja, o que se obtém após o desconto da inflação) garantido de 6% ao ano, ou 0,5% ao mês, mais a variação da TR (Taxa Referencial). Ao contrário de outros fundos, o seu rendimento é fixo e não varia conforme a oscilação da taxa básica de juros.

"Com a redução da Selic e com a previsão de que a inflação no País fique em torno de 4,5% em 2009, a taxa de juros real da Selic encosta na da poupança. Como as demais aplicações financeiras normalmente pagam um percentual da taxa básica de juros, esses investidores teriam um rendimento real equivalente ao da poupança", explica Marlene.

Além disso, de acordo com a professora de economia da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) Verenice Abdulmacih, o que torna a poupança ainda mais atrativa que os outros fundos é o fato de que o dinheiro depositado nela não sofre desconto de taxas de administração [que variam de 1% a 4% ao ano] nem de Imposto de Renda.

"Os outros tipos de aplicação têm tributação sobre o ganho real, o que reduz ainda mais a sua rentabilidade. Por isso, para o pequeno investidor que não tem um poder muito grande de negociação com o banco para fazer outras aplicações, a poupança é uma boa forma de investimento", avalia.

Mudanças - A valorização da poupança tem preocupado o governo. Como a expectativa é que os juros continuem caindo este ano (o mercado espera que a Selic termine 2009 em 9,25%), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe econômica já manifestaram a ideia de alterar as regras da poupança. O governo teme que haja uma migração muito grande de recursos de outros fundos para a caderneta.

Com muitos recursos na poupança, o dinheiro acaba não circulando na economia: 65% do que é captado pelos bancos através da poupança deve ser aplicado no financiamento habitacional. Além disso, como o fundo não paga imposto de renda, o governo teme queda na arrecadação.

"Outra preocupação são os títulos da dívida pública. Se houver uma grande migração de recursos para a poupança em detrimento desses fundos, isso desequilibraria todo o financiamento e a administração da dívida", explica a economista da USCS.

No entanto, ainda não se sabe quais seriam essas mudanças nem se realmente elas acontecerão. "Todas as especulações que são feitas sobre qual será o mecanismo de rentabilização da poupança é teoria da especulação", considera Verenice.

Já a professora Marlene arrisca um palpite. "Por tradição, o governo não mexe nos 6% e sim no indexador. Mas a tendência é alterar esse rendimento real porque a TR não acompanha a oscilação do mercado financeiro. Na época de inflação alta, você precisava dar uma garantia de rendimento real mínimo para a poupança ser atrativa para as pessoas e, por isso, fixou-se em 6%. Entretanto, esse rendimento passou a ser incompatível com o restante das necessidades da economia", avalia.

Ainda assim, um bom negócio - Apesar das especulações sobre uma possível alteração nas regras da poupança, as economistas consultadas pelo Diário OnLine afirmam que a velha e boa caderneta continuará sendo um bom negócio para o pequeno investidor.

"A poupança vai continuar valendo a pena. O que pode acontecer, se houver mudanças, é ela deixar de ganhar tanto a mais do que os outros fundos como agora. Certamente, a intenção da mudança será a de neutralizar o excesso de atratividade da poupança para que haja um equilíbrio. De qualquer forma, a caderneta continuará sendo um investimento seguro, e para o investidor comum isso é o que importa", pondera Marlene.

A professora de economia da Umesp concorda que deve haver um equilíbrio entre a rentabilidade dos fundos de investimento. "A poupança é uma forma de aplicação popular e não deve sofrer grandes alterações. Porém, hoje ela está sendo muito mais interessante do que outras formas de aplicação. Por isso, deve-se haver um certo equilíbrio para que não outros investidor

Por Carolina Lopes - Diário do Grande ABC
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