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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/06/2012 | Setecidades
Inverno se aproxima e Região tem só 490 vagas em albergues
Inverno se aproxima e Região tem só 490 vagas em albergues tônio Torres Filho, 59 anos, no albergue de Santo André. Foto: Rodrigo Pinto
tônio Torres Filho, 59 anos, no albergue de Santo André. Foto: Rodrigo Pinto
Com a chegada do frio, moradores de rua tendem a procurar mais por esse serviço

As prefeituras da Região oferecem, juntas, 490 vagas em albergues para pernoite de pessoas em situação de rua. Com a aproximação do inverno, a procura tende a aumentar, mas não há previsão de ampliação das vagas. Além dos leitos de albergues, os serviços incluem assistência social, busca de familiares, atendimento de saúde e encaminhamento profissional.

São Bernardo possui um albergue, localizado na rua dos Vianas, 194, Centro. No local são atendidas 150 pessoas. Durante o inverno poderão ser abertas 50 vagas emergenciais para pernoite em espaço alternativo. Na média, são registrados 130 usuários por dia. Um levantamento realizado em 2010 apontava 380 pessoas em situação de rua na cidade. Um novo estudo está em andamento.

No local é oferecido pernoite e, ao longo do dia, espaço de convivência com a oferta de alimentação (café da manhã, almoço e jantar), espaço para cuidados pessoais, lavagem de roupas, atendimento social e atividades diversas. O horário de acolhida é das 17h às 19h de forma espontânea e a qualquer horário com o serviço de abordagem social.

Embora em 2011 a prefeitura não tenha registrado aumento significativo de demanda no inverno, a expectativa é que neste ano o número seja maior em relação aos atendimentos em função da ampliação da equipe nas ruas no serviço de abordagem.

Santo André - A rede conveniada do Programa de Atenção a Pessoas Adultas em Situação de Rua no município possui um albergue noturno, com 69 vagas masculinas e 11 femininas. Além deste serviço, há duas Casas Moradias (que são utilizadas por um período maior do que o pernoite) com 85 vagas para público masculino e 15 vagas femininas. A prefeitura também dispõe de vagas em pensões populares.

O albergue oferece apenas pernoite, banho, jantar e café da manhã, funcionando das 18h às 7h, na rua Murici, 465, Vila Helena. Para suprir a demanda desta população durante o dia, o município dispõe do Centro POP – Casa Amarela, com capacidade para atender 120 pessoas por dia. Além dos usuários espontâneos, pessoas chegam ao local por meio do Serviço de Abordagem Social, que funciona 24 horas.

A Casa Amarela, unidade pública e estatal, proporciona endereço institucional para utilização como referência do usuário, possui espaço para guarda de pertences, higiene pessoal, alimentação, atendimento e acompanhamento social e provisão de documentação civil. Oferece atividades socioeducativas, culturais e oficinas de artesanato.

São Caetano não conta com local público

São Caetano conta com dois albergues, mas não são públicos: Lar Bom Repouso, para homens, com capacidade para 130 pessoas, e Lar Anália Franco, de mulheres, para 45 pessoas.

Paralelamente, assistentes sociais da prefeitura fazem o cadastro, realizam busca ativa de familiares e até mesmo providenciam, juntamente com a pessoa, seus documentos, como RG e CPF.

A Prefeitura de Diadema mantém convênio com o albergue Transitória Casa do Caminho. O espaço foi construído em terreno cedido pelo município em 1998 e localiza-se na rua Adamo Zara, 230, Jardim Rosinha. O local oferece vagas de pernoite, banho, chinelo e vestuário para dormir, jantar e café da manhã. São oferecidas 40 vagas. O atendimento tem início às 18h30 e as vagas podem ser procuradas até as 22h. O horário de saída é às 6h30.

Já em Ribeirão Pires, os moradores de rua podem procurar a Casa da Acolhida, em Ouro Fino Paulista. O local tem capacidade para receber até 45 pessoas. Na Casa são oferecidas atividades culturais, esportivas, além de contarem com acompanhamento realizado por psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.

Nunca dormi na sarjeta, afirma morador de rua

Há 15 anos morando nas ruas de Santo André, o pedreiro Antônio Torres Filho, 59 anos, chega todo fim de tarde na porta do albergue gerido pela Instituição Assistencial L. Pollone para garantir uma cama quente e o jantar para encerrar o dia. O espaço se transformou em seu lar e lá a conversa com os amigos rola solta no único local onde é possível fumar o cigarro livremente.

“O álcool acabou com minha vida. Levou tudo o que eu tinha, minha casa e minha família”, confessa. No entanto, Torres mantém contato com a filha Kelly, que mora no Paraná, e a neta Maria Alice, 6 anos. Nestes anos perambulando sem rumo pelas ruas das cidades, nunca se viu sem uma cama para descansar. “Graças aos albergues, nunca dormi na sarjeta. A rua, à noite, é muito perigosa”, descreve. Agora, com o sorriso no rosto, vislumbra a possibilidade de um cantinho só seu. “Está pintando uma oportunidade. Tenho esperança de ter minha casa novamente.”

O sonho de um lugar para chamar de seu é compartilhado por todos ali. Para Lúcia Maria da Conceição, 57, somente a proteção das paredes do albergue, durante a noite, dá-lhe algum alento. “Morava com a minha filha e genro, mas houve uma briga e fiquei na rua há cinco meses. Estou desempregada e não posso pagar aluguel. É uma situação desesperadora”, relata.

Inscrita nos serviços sociais da Prefeitura de Santo André, Lúcia aguarda por uma vaga na Frente de Trabalho. Com o dinheiro do salário, já faz planos. “Quero voltar para a minha terra natal, a Paraíba”, sonha. Enquanto o emprego não vem, ela passa os dias em igrejas. Qualquer uma, não importa a religião. E reza para que Deus a tire das ruas definitivamente.

Por Angela de Paula - ABCD Maior
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