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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/11/2015 | Cultura
Intenso e simpático, Morrissey reencontra ''devotos'' em São Paulo
Cantor criticou Espanha, elogiou a cidade e voltou a homenagear Paris.

Músicas de disco mais recente não causaram tanto impacto no show.


Bastava olhar ao redor no Teatro Renault na noite de terça-feira (17), em São Paulo, para saber que Morrissey não teria muita dificuldade para impressionar. Era só observar a quantidade (e variedade) de camisetas – a grande maioria não comprada na banca de merchandising montada no próprio teatro – para saber que ele estava ali para pregar aos já convertidos.

E com devoção ele foi recebido, poucos minutos depois das 22 horas e após a exibição de uma série de vídeos com cenas de filmes e clipes antigos, encerrada, claro, pelos seus amados New York Dolls.

Este foi seu primeiro show na turnê brasileira, que inclui ainda mais uma apresentação em São Paulo, uma no Rio e uma em Brasília (veja o serviço abaixo). O cantor já veio ao Brasil duas vezes, em 2000 e 2012.

Direto ao ponto, ele começou com "Suedehead", primeiro e imenso hit de seu primeiro disco solo, emendou com a tão querida pelos fãs "Alma matters" e com a primeira das quatro músicas dos Smiths que cantaria naquela noite, "This charming man". Nesta, nem precisou se preocupar com o primeiro verso, cantado em coro pelo público.

É curioso notar que no início do show sua voz parece um pouco hesitante, especialmente em "Suedehead", mas vai se tornando cada vez mais firme ao longo do setlist. E que o mesmo poderia ser dito de sua interação com o público.

'Me llamo Esteban'
De um tímido “São Paulo!” e um "obrigado" no começo, ele passa a discursar sobre as belezas da cidade, consulta a plateia sobre participar ou não de um programa de TV, se oferece para autografar um disco e no final já está até respondendo a brincadeira de uma fã que sugere que ele vá morar na casa dela.

Aos poucos, e em momentos como na intensa "Speedway", uma de suas favoritas, é possível inclusive entender o que Morrissey quer dizer quando fala que não existe nada que goste mais ou que queira fazer da vida a não ser cantar. Nessa música, aliás, pela primeira vez ele deixa o centro do palco e faz com que a atenção seja concentrada em seu multi-instrumentista Gustavo Manzur. Cabe ao colombiano cantar, em espanhol, os versos finais da música.

Mais tarde, o idioma volta a ser usado por Manzur e pelo baixista mexicano Mando Lopez quando o vocalista abre o microfone para que cada um de seus excelentes músicos se apresente e agradeça.

Os três norte-americanos se dividem entre o inglês e uma tentativa de português, sendo o mais aplaudido o guitarrista Boz Boorer, que acompanha o cantor há mais de 20 anos e é coautor de diversas músicas em seus discos solo. Na sequência, o próprio Morrissey brinca dizendo um "me llamo Esteban".
Morrissey faz show no Teatro Renault, em São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)Morrissey faz show no Teatro Renault, em São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)

'SP tem gente bonita'
Mas, se em muitos momentos sua presença parece ser hipnotizante, quando ele resolve apresentar músicas de seu disco mais recente a recepção é bem mais contida. A primeira vez que isso acontece é com "The bullfighter dies", antes da qual ele diz que "sempre, sempre é hora de cantar sobre a vergonha na Espanha".

Mais tarde, a quase frieza do público é indisfarçável em faixas como “Oboe Concerto” e "Earth is the loneliest planet”, ainda que antes desta última ele diga que andou por São Paulo e viu muitas coisas e pessoas bonitas. "Vocês são sortudos. Se eu fosse vocês, ficava por aqui mesmo", aconselhou. A faixa título, "World peace is none of your business", é um pouco mais bem recebida, especialmente durante a citação ao Brasil na letra.

A apresentação reserva ainda seu espaço para as já tradicionais críticas, como o famoso vídeo com chocantes cenas de tortura e abate de animais em "Meat is murder" (com direito à inscrição "Qual é a sua desculpa agora? Carne é assassinato" em português no telão) e imagens de violência policial de fundo em "Ganglord".

Morrissey tira a camisa (por pouco tempo)
Mas, assim como fez no Chile, Morrissey também dedicou tempo a uma homenagem aos franceses, cantando no bis "I'm throwing my arms around Paris" em frente a uma projeção da bandeira da França. Ele, no entanto, não fez qualquer comentário sobre os ataques terroristas, e emendou a música com aquela que encerraria a noite, "The queen is dead".

Antes, fez questão de provocar: "E agora, de tudo o que é bom para tudo o que é ruim", disse, enquanto o telão exibia uma montagem de uma foto da rainha Elizabeth II mostrando os dedos do meio.

Pouco antes, mantendo outra tradição, ficou sem camisa no palco, embora não mais por tanto tempo quanto antes.

Estudadamente, isso agora acontece justamente quando ele canta o trecho de "Let me kiss you" que diz "But then you open your eyes and you see someone that you physically despise" ("mas então você abre seus olhos e vê alguém que fisicamente despreza"). Ao final, jogou a camisa ao público, que obviamente a despedaçou em segundos, e se retirou, voltando já devidamente vestido para o bis.

Veja a seguir o setlist do show de Morrissey no teatro Renault:
"Suedehead"
"Alma matters"
"This charming man"
"The bullfighter dies"
"Speedway"
"Ganglord"
"World peace is none of your business"
"How soon is now?"
"First of the gang to die"
"Reader meet author"
"Earth is the loneliest planet"
"You'll be gone" (cover de Elvis Presley)
"Mama lay softly on the riverbed"
"Kiss me a lot"
"Meat is murder"
"Everyday is like Sunday"
"Oboe concerto"
"You have killed me"
"I will see you in far-off places"
"Let me kiss you"
"I'm throwing my arms around Paris"
"The queen is dead"
Morrissey faz show no Teatro Renault, em São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)Morrissey faz show no Teatro Renault, em São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)

Morrissey no Brasil
São Paulo
Quando: sábado, 21 de novembro, às 22h
Onde: Citibank Hall SP (Avenida das Nações Unidas, 17955, Santo Amaro)
Capacidade: 7.064 pessoas
Ingressos: de R$ 50 a R$ 600
Classificação: de 10 a 15 anos, é permitida a entrada acompanhado de um responsável; a partir de 16 anos, é permitida a entrada desacompanhado

Rio
Quando: terça-feira, 24 de novembro, às 21h30
Onde: Metropolitan (Avenida Ayrton Senna, 300, Cj 1005)
Capacidade: 8.432 pessoas
Ingressos: de R$ 130 a R$ 600
Classificação: de 10 a 15 anos, é permitida a entrada acompanhado de um responsável; a partir de 16 anos, é permitida a entrada desacompanhado

Brasília
Quando: domingo, 29 de novembro, às 20h
Onde: NET Live Brasília (SHTN, Trecho 2, Conjunto 5, Lote A, Asa Norte)
Capacidade: 6.000 pessoas
Ingressos: de R$ 150 a R$ 580
Classificação: de 10 a 15 anos, é permitida a entrada acompanhado de um responsável; a partir de 16 anos, é permitida a entrada desacompanhado

Por Fabiana de Carvalho - G1, em São Paulo
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