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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/10/2012 | Educação
Instituições de ensino alavancam criação de polo tecnológico
Instituições de ensino alavancam criação de polo tecnológico UFABC foi criada em 2006 e quebra paradigmas em relação à estrutura e ao projeto pedagógico. Foto: Andris Bovo
UFABC foi criada em 2006 e quebra paradigmas em relação à estrutura e ao projeto pedagógico. Foto: Andris Bovo
Quarta reportagem da série mostra como universidades e faculdades da Região participam do desenvolvimento de polo tecnológico

As instituições de ensino superior e técnico tiveram participação fundamental para que a Região caminhasse para o desenvolvimento de um polo tecnológico, previsto no Plano Regional Estratégico do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, lançado em 2000. Este é o tema da quarta reportagem da série ABCDebatEducação, prévia para seminário que será realizado em 16 e 17 de outubro no Sindicato dos Químicos do ABC (av. Lino Jardim, 400, Santo André). As inscrições podem ser feitas no www.abcdmaior.com.br.

Enquanto algumas instituições lançaram cursos de engenharia e tecnologia ou adequaram suas grades curriculares para formar profissionais que seriam absorvidos pelo novo mercado de trabalho, a UFABC (Universidade Federal do ABC) foi criada sob medida para a Região.

Há muito tempo o ABCD pleiteava uma universidade pública e várias tentativas foram feitas para que isso acontecesse, até a proposta de juntar instituições já existentes. Mas, por razões variadas, a ideia acabou não se concretizando. A UFABC, principal conquista do plano regional estratégico, chegou somente em 2005, mas sabendo a que veio.

Por ser uma universidade nova, a UFABC teve a oportunidade de quebrar paradigmas em relação à estrutura e ao projeto pedagógico. “Criou-se um projeto inovador, no qual a interdisciplinaridade se faz presente, onde as diversas áreas do conhecimento interagem e se complementam, onde os alunos são encorajados a desenvolver capacidades empreendedoras”, explicou Alda Maria Napolitano Sanches, coordenadora geral de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da UFABC.

Essas características vieram ao encontro das necessidades da Região apontadas nos planos regionais estratégicos: a criação de um polo universitário de primeira linha, capaz de produzir núcleos de excelência, tanto na reflexão acadêmica quanto na pesquisa tecnológica, para aperfeiçoar e renovar o parque industrial já existente, por meio de pesquisas, como repensando toda a atividade econômica regional. Dentro desta linha, há estudos para implantação da Empresa Júnior, que atuará como incubadora de novos negócios.

Alda Maria afirmou que a UFABC contribui para o desenvolvimento da Região através de atividades de ensino, pesquisa e extensão, mantendo um intercâmbio intenso com as empresas aqui instaladas. A Universidade colabora na identificação e solução de problemas científicos e tecnológicos e também disponibiliza seu parque e laboratórios a empresas. “Além disso, a UFABC já firmou convênios de estágios com mais de 150 indústrias e empresas da Região.”

A UFABC também interage com outras instituições de ensino superior. Com seis delas, organizou o Simpósio de Pesquisa do Grande ABC, evento científico interdisciplinar onde serão apresentadas as pesquisas desenvolvidas. “O objetivo é facilitar a construção de parcerias de pesquisa tanto entre as instituições como entre estas e o setor produtivo”, disse a coordenadora de planejamento e desenvolvimento institucional.

Neste ano o Simpósio será realizado em 7 de novembro no Cenforpe de São Bernardo com a participação da UFABC e também das instituições: USCS (Universidade de São Caetano do Sul), FSA (Fundação Santo André), FEI (Fundação Educacional Inaciana), Mauá (Instituto Mauá de Tecnologia) e Umesp (Universidade Metodista de São Paulo).

A produção científica da UFABC está alinhada com a ENCTI (Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação) e sua meta é ser uma das lideranças nacionais na geração de novos conhecimentos relevantes para o século 21. “Para alcançar esta liderança, trazemos pesquisadores e professores destacados para a Região. Como uma das principais metas da Universidade é a integração nacional, buscamos conjugar a estratégia nacional com as demandas e prioridades da Região”, contou Klaus Capelle, pró-reitor de pesquisa da UFABC.

Além de fazer parcerias com órgãos públicos e empresas privadas do ABCD para ensino, pesquisa e extensão, a UFABC também interage com mais de cem pesquisadores e universidades de outros países, o que dá visibilidade e inserção internacional para o ABCD, de acordo com o pró-reitor.
Para ele, a vocação da UFABC de formar engenheiros atende não só uma necessidade urgente da Região, mas também do País, e isto foi levado em conta no Plano de Desenvolvimento Institucional, que está sendo elaborado e prevê ações até 2022 .

Parte das metas saíram do seminário Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil competitivo, ministrado pelo professor Roberto Mendonça Faria, professor titular da Universidade de São Paulo, como: multiplicar o número de engenheiros, integrar os cursos de engenharia aos setores produtivos, criar cursos de tecnologia, aumentar a oferta de cursos de licenciatura nas áreas de exatas, criar estratégias para que mestres e doutores se sintam atraídos pelo setor produtivo e não apenas o acadêmico, trazer indústria e setores produtivos para a indústria e criar políticas públicas de incentivo a Pesquisa e desenvolvimento nas empresas, especialmente multinacionais.

Umesp busca transformação social
A Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) trabalha em sintonia com as metas estabelecidas para educação nos planos estratégicos, coerente com um trabalho que vem desde a sua fundação, que é formar profissionais capacitados a atender as demandas do mercado, sobretudo no ABCD. “Buscamos estabelecer diálogo com lideranças empresariais e de prestação de serviços, a fim de que estas constituam uma caixa de reverberação das necessidades da Região no quesito perfil profissional”, disse o prof.dr. Mario de Moraes, reitor da Umesp.

Moraes explicou que a universidade procura somar forças para a transformação social e melhoria de vida da comunidade. “Como instituição é de caráter confessional ligada à Igreja Metodista, pauta sua conduta em projetos e ações que valorizem a cidadania, a ética, a justiça e a solidariedade, e isso está presente em nosso projeto educacional, que inclui ensino, pesquisa e extensão”, afirmou Moraes, para quem um dos pilares que sustentam a Umesp é a inserção regional.

De acordo com o reitor, a Umesp está sempre atenta às tendências e movimentos da economia, às novas profissões, ao impacto das tecnologias e às demandas que surgem, para oferecer cursos de graduação, especialização ou pós-graduação, que respondam a essas necessidades e ao mesmo tempo preparem os alunos para enfrentar com competência os desafios do cotidiano.

“Evidentemente que não abrimos mão de incluir sempre nessas discussões uma leitura crítica da sociedade, atrelada à importância da ética nos negócios, da justiça e de outros valores caros para nós”, frisou.

Levando em conta as metas dos planos regionais estratégicos e pensando no Polo Tecnológico, a Umesp oferece cursos na área de Exatas e Tecnologia, Automação Industrial e Análise de Desenvolvimento e Engenharia Ambiental. O reitor citou que outras metas já são postas em prática pela universidade, como o estímulo da produção cultural regional, por meio do Núcleo de Arte e Cultura, que tem como destaque a Filarmônica Jovem Camargo Guarnieri. A universidade também tem uma Escola de Esportes, que coordena as equipes de handebol e basquete, e programas voltados para a terceira idade, como o Aquarela.

A Umesp promove a pesquisa com foco em demandas regionais e na inovação tecnológica, contemplando dois horizontes estratégicos: o fomento a grupos e projetos de pesquisa com foco na cooperação e parceria entre a academia e as empresas no campo da inovação tecnológica, da economia solidária e do empreendedorismo; e do fomento a grupos e projetos de pesquisa com foco em tecnologias sociais.

Os projetos de extensão priorizam auxiliar na resolução de problemas regionais. Como exemplos, o reitor citou o projeto desenvolvido no Bairro Montanhão, em São Bernardo, que estimulou o desenvolvimento socioeconômico local, e a criação do Observatório Econômico, que compila, organiza e divulga informações econômicas da Região, em parceria com as associações comerciais. A Umesp também integra o Simpósio de Pesquisa do Grande ABC e acaba de ser eleita como membro titular do Conselho de Cidades (ConCidade), representando as instituições profissionais, acadêmicas e de pesquisa.

FEI: sintonia total com a indústria
Há um total alinhamento entre as metas elencadas nos planos regionais estratégicos e o plano de trabalho da FEI (Fundação Educacional Inaciana), na avaliação da prof.dra. Riana Marino, vice-reitora de extensão e atividades comunitárias.

Em 2002, a FEI reuniu faculdades que funcionavam de forma isolada, mas tinham em comum a mesma entidade mantenedora, para atuar com estrutura universitária. “O principal resultado dessa mudança é que, além de transmitir, a FEI passou a gerar conhecimento, por meio da realização de pesquisas”, explicou a vice-reitora.

Desde então, a instituição criou cursos de mestrado em engenharia elétrica, nas áreas de processamento de sinais, dispositivos eletrônicos integrados, inteligência artificial aplicada à automação; engenharia mecânica, nas áreas de materiais e processos, produção e sistemas de mobilidade; e administração, na área de gestão da inovação. Criou também doutorado em engenharia elétrica e administração, além de vários cursos de pós-graduação strictu sensu ligados às áreas de engenharia e administração.

“Todos esses cursos formam profissionais necessários para atender a Região na construção do polo tecnológico preconizado no plano estratégico do ano 2000”, disse Riana.

A parceria entre a FEI e as indústrias do ABCD é forte e, de acordo com a vice-reitora, tende a crescer. “Nossos cursos são noturnos, permitindo que o aluno concilie estudo, pesquisa e trabalho. Muitos trazem questões que vivem em seu trabalho, que se transformam em objeto de pesquisa.”
Outra forma de parceria se dá através de estágios, que acabam se transformando em empregos efetivos e em carreiras brilhantes. “Muitos executivos em altos cargos nas principais empresas da Região foram nossos alunos”, enfatizou Riana.

A vice-reitora disse que o vínculo com a indústria faz parte da história da instituição. “A FEI veio a São Bernardo a convite do então prefeito Lauro Gomes, ocupando um terreno que pertencia à família de sua esposa. A proposta era formar profissionais para atender a Volkswagen do Brasil, que chegava à cidade.”

Para Riana, falta abrir espaço hoje nas empresas para mestres e doutores. “A inovação pretendida pelas empresas exige profissionais que tenham metodologia científica para desenvolver uma pesquisa. Ao contrário dos Estados Unidos e da Alemanha, onde os mestres e doutores estão nos centros de pesquisa e desenvolvimento das empresas, aqui eles ainda ficam restritos à academia.”

Fundação Santo André: menos professores e mais engenheiros
O curso de Pedagogia da Fundação Santo André já foi um dos mais disputados e chegou a formar oito turmas simultaneamente. Hoje, há apenas uma turma. Os cursos de licenciatura em Matemática, Química, Biologia, Letras, Ciências Sociais, História e Geografia também se esvaziaram. Ainda assim, a instituição forma cerca de 500 professores por ano e espera ampliar esse número com o Programa Educação Compromisso de São Paulo, do governo estadual, que se propõe a tornar a profissão de professor uma das dez mais desejadas. “O programa quer melhorar a educação básica e, para isso, deverá investir no professor, oferecendo melhores salários e condições de trabalho”, explicou a pró-reitora Marta Olivi.

Marta contou que, enquanto o interesse pela carreira de professor caiu, aumentou a procura por cursos de áreas tecnológicas. Em 2003, a Fundação Santo André abriu o curso de Engenharia nas modalidades Civil, Ambiental, Computação, Materiais, Produção, Eletrônica e Mecânica. Em 2010, criou o curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, ligado à Faculdade de Engenharia, e os cursos de Logística, Gestão Hospitalar e Gestão da Qualidade, vinculados à Faculdade de Economia.

Já os cursos de Serviço Social, Estatística e Tecnologia em Gestão Financeira precisaram ser fechados porque o número de alunos interessados não era suficiente para formar turmas. No caso de Serviço Social, a pró-reitora atribuiu ao valor da mensalidade, que ficou além do que os estudantes esperavam.

A pró-reitora explicou que a Fundação Santo André é uma instituição pública de direito privado. O imóvel pertence à Prefeitura, mas não há investimentos municipais desde 1996, quando a legislação obrigou os municípios a priorizarem a educação básica. Cada curso tem um colegiado, formado pelos professores do curso e representantes de alunos e funcionários. A Fundação Santo André é mantenedora do Centro Universitário Fundação Santo André, que agrega três Faculdades: Faculdade de Ciências Econômicas – Faeco, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – Fafil e Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – Faeng. A instância de decisão de cada faculdade é o Conselho de Faculdade, composto por professores, alunos e funcionários técnico-administrativos. As demandas acadêmicas são aprovadas pelo Conselho Universitário e o Conselho Diretor delibera sobre as questões financeiras e orçamentárias.

“Assim, embora funcione como uma universidade pública, a Fundação tem que cobrar mensalidades para poder funcionar”, afirmou.

Um novo curso surge da ideia de um ou mais professores, que desenvolvem um projeto e passam para aprovação das demais instâncias. “Não temos funcionários ou empresas que façam uma pesquisa de mercado. Nossas referências são as sugestões dadas por candidatos no momento de vestibular, pelo acompanhamento do mercado da Região e pelos planos regionais estratégicos do Consórcio Intermunicipal”, disse Marta Olivi.

Dentre os cursos que atendem as sugestões dos planos estratégicos, ela cita Tecnologia em Logística, Tecnologia da Qualidade, Engenharia Civil, Psicologia e Direito. Em breve será aberto o curso de Arquitetura.

A Fundação Santo André participou do Plano Regional Estratégico de 2010 no Grupo de Trabalho do Polo Tecnológico e contribui em vários outros setores, como a educação. A instituição mantém convênio para estágio com várias empresas do ABCD e também com instituições que fazem a ponte entre academia e empresas, como o CIEE. “Procuramos integrar o trabalho acadêmico à Região. Hoje temos 1.300 bolsistas desenvolvendo projetos de pesquisa, por meio do Capes e do CNPq. Nossos alunos são monitores no Parque Sabina, dedicado a Ciências, e todo material didático da rede pública é desenvolvido aqui e já recebeu, inclusive, prêmios por sua qualidade, entre eles o do banco Santander”, relatou a vice-reitora.

Fatec Santo André tem curso com foco em montadoras
A instalação de uma Fatec - Faculdade de Tecnologia - do Centro Paula Souza, vinculada ao governo do Estado de São Paulo, começa com uma consulta ao site da cidade, para verificar o perfil socioeconômico. Em seguida, é realizado um estudo, que pode resultar em uma nova escola, apta a formar gratuitamente tecnólogos necessários àquele mercado. Com a Fatec Santo André, criada em 2007 e que mantém o curso de Eletrônica Automotiva, não foi diferente.

“Na época, nem sabíamos da existência de um plano regional estratégico. Só mais tarde fomos procurados por Charles Camargo Couto, responsável pelo Polo Tecnológico, e soubemos que tínhamos tudo a ver com a proposta e nos dispusemos a participar. Damos consultoria às empresas que estão na incubadora e são da nossa área de atuação”, contou Carlos Alberto Morioka, coordenador do curso de Eletrônica Automotiva, o único que é ministrado na Fatec Santo André.

A cidade foi escolhida por uma questão de neutralidade, já que não tem montadoras, e pela facilidade de acesso por meio de transporte público. O curso de Eletrônica Automotiva é ministrado em seis semestres, para turmas de 40 alunos. O vestibular, realizado duas vezes por ano, tem uma média de cinco candidatos por vaga. Antes mesmo de se formar, a maioria já está empregada.

“O nível de empregabilidade ultrapassa 90% porque a Fatec Santo André está totalmente alinhada às necessidades da Região. “Além de trabalhar em montadoras, nossos alunos estão nas empresas sistemistas, que fornecem para as fábricas de automóveis, nas concessionárias e empresas de inspeção veicular”, afirmou Alexsander Tressino de Carvalho, diretor da Fatec Santo André.

A interação entre a Fatec e a indústria é muito grande. “Os professores são profissionais atuantes nas empresas, o que facilita o diálogo e dá segurança ao aluno”, contou o diretor, que uma vez ao ano realiza também uma Feira de Tecnologia para estreitar os laços com a indústria. A próxima será entre os dias 8 e 11 de outubro.

Em 2009, Alexsander Tressino e o professor Armando Laganá, ambos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) criaram o Grupo de Eletrônica Automotiva, que recebeu participantes da Fatec e tornou-se facilitador para pesquisas. “Os trabalhos de término de curso dos alunos foram publicados em revistas acadêmicas e muitos estudantes têm participado de congressos internacionais”, disse o diretor.

Formar profissionais para uma área de grande importância econômica, sujeita às oscilações do mercado e onde ocorrem inovações tecnológicas constantes não é fácil. “Acompanhamos de perto as tendências e estamos atentos ao que ocorre. O curso tem uma linha mestra, mas é aberto a adaptações”, explicou Morioka.

Alexsander Tressino acredita que a indústria automobilística e o mercado de inspeção veicular devem crescer e aposta na tecnologia como base para desenvolvimento econômico. “Mas a tecnologia precisa ser valorizada. Precisamos evitar o que já acontece com os engenheiros, que estão migrando para os bancos, onde recebem melhores salários e benefícios”, afirmou.

Dentre os planos da Fatec Santo André estão um curso de Mecânica Automotiva e outro de Eletrônica de Potência, já pensando na futura fabricação de carros elétricos no ABCD.

Senai inova com Núcleo de Nanotecnologia
Em 2013 começa a funcionar o Núcleo de Nanotecnologia que está sendo implantado no Senai Mario Amato, em São Bernardo. Nele serão ministrados cursos de pós-graduação a profissionais que já estão no mercado e precisam se adequar a essa nova ciência, e também serão realizados ensaios para empresas que já usam a nanotecnologia em seus produtos e processos.

“A nanotecnologia é uma inovação que está sendo cada vez mais aplicada nas empresas, e o Senai, atento a essa demanda, está montando o núcleo que vai atuar em duas frentes: ministrando cursos a princípio de pós-graduação e depois de graduação para capacitar profissionais, e prestando serviços às empresas no laboratório de nanotecnologia”, explicou Ervalino Souza Matos, coordenador de atividades técnicas do Núcleo de Tecnologia Química.

Uma cartilha editada pela Funcamp (Fundação de Desenvolvimento da Universidade de Campinas) explica que por nanotecnologia entende-se a criação, manipulação e exploração de materiais em escala nanométrica. Um nanômetro equivale a um bilionésimo do metro. Isso é 100 mil vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo. Com a nanotecnologia é possível conferir a um produto novas qualidades como aderência, leveza, permeabilidade, resistência, entre muitas outras. As possibilidades de aplicação são infinitas.

Para Ervalino, a iniciativa do Senai ao investir em nanotecnologia é coerente com a conduta da instituição ao longo do tempo e com seu papel de representante da academia dentro do Consórcio Intermunicipal. “O Senai sempre procurou se adequar para atender as demandas profissionais da Região”, frisou.

Há 13 unidades do Senai no ABCD. Na unidade Mário Amato, funcionam atualmente os núcleos de Química, Plásticos, Cerâmica e Rochas Ornamentais (mármore e granito).

O curso de Cerâmica, que já foi um dos mais concorridos, precisou ser reformulado com o fechamento da Cerâmica São Caetano e a migração das maiores fábricas do segmento para outras regiões do Estado. “A matéria-prima da cerâmica é a argila e ela tornou-se escassa em função da ocupação urbana, o que levou as fábricas a deixarem o ABCD”, esclareceu Ervalino. Para aproveitar a expertise no assunto, o Senai manteve o curso, porém condensado em um ano em período integral.

Como decorrência do curso de Química, o Senai criou, em 1992, seu Laboratório de Meio Ambiente, que é certificado pelo Inmetro e analisa a água usada e tratada pelas indústrias da Região, juntamente com o Laboratório de Microbiologia. “Esses laboratórios fazem parte de uma rede mantida pelo Senai em todo o País, respeitando a vocação de cada Estado, e funcionam como aliados nos projetos de inovação desenvolvidos pelas indústrias com o objetivo de uma produção sem desperdícios e danos ao meio ambiente, o que qualifica e fortalece essas empresas”, argumentou José Fábio de Lucca, especialista em Educação Profissional do Senai.

O Senai Mario Amato também mantém laboratórios para tintas, revestimentos cerâmicos, instrumentos, ensaios em polímeros. Em cada um deles, os produtos são avaliados para comprovar que estão de acordo com as normas técnicas.

Na unidade também funciona o curso superior de Tecnologia em Processos Ambientais. Criado no ano 2000, tem três anos de duração e já formou 150 profissionais. “Fazemos uma busca e constatamos que o nível de empregabilidade desse curso é altíssimo. Um ano após se formar, mais de 90% dos alunos estão empregados”, contou Ervalino.

Para atender a demanda, foram criados seis cursos de pós-graduação na área: controle ambiental, direito ambiental, gestão de projetos, gestão integrada, educação ambiental e gestão ambiental. De acordo com Ervalino, esses cursos são muito procurados por profissionais que trabalham nas áreas de logística, projetos, certificação de ISO 14000, licenciamento, laboratórios de meio ambiente, entre outros.

Por Sonia Nabarrete - ABCD Maior
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