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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/02/2014 | Economia
Indústria do ABC contrata, mas reduz salários em 5,7%
Indústria do ABC contrata, mas reduz salários em 5,7% Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
A indústria do Grande ABC encerrou 2013 com 365 mil empregados, aumento de 51 mil postos de trabalho em relação ao fim do ano anterior. Porém, o rendimento médio real desses trabalhadores diminuiu 5,7% no mesmo período.

Na prática, em dezembro de 2012 os funcionários das indústrias tinham remuneração média de R$ 2.345. No fim do ano passado, esse valor caiu para R$ 2.210. O recuo já tem a inflação descontada. Portanto, o poder de compra desses operários está menor.

Isso significa que o empresário do setor industrial está demitindo funcionários com salários mais altos e contratando outros com rendimentos menores. E, desta maneira, a rotatividade do chão de fábrica, um dos principais estímulos para a redução da renda média real, influenciou também a remuneração média do total de assalariados da região, que recuou de R$ 2.120 para R$ 1.998, queda real de 5,7%, e dos empregados do setor privado, que passou de R$ 2.003 para R$ 1.887, decréscimo, com desconto da inflação, de 5,8%.

As informações são da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) do Seade/Dieese. O estudo é uma estatística que espelha o mercado de trabalho do Grande ABC por meio de questionários aplicados em 600 famílias. Participam moradores com ou sem carteira de trabalho assinada e autônomos e, pela metodologia, a estimativa é de que 20% dos entrevistados trabalhem fora da região.

Para o economista do Dieese Tomaz Ferreira Jensen, que apresentou ontem a PED, dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) apontam que, em média, os admitidos da indústria da transformação têm salários 7% inferiores do que aqueles que são dispensados.

“Não podemos fazer uma relação direta entre as pesquisas, mas isso reforça a ideia de que a rotatividade na indústria é um dos principais fatores para que o rendimento médio real tenha diminuído”, avaliou Jensen.

Ele destacou que, mesmo com os acordos salariais do setor ano passado na região tendo gerado, em média, 2% de ganhos reais aos trabalhadores, não foi o suficiente para segurar a remuneração média real.

A analista de mercado de trabalho da Fundação Seade Leila Luiza Gonzaga pontuou que outro fator que contribui à queda da renda no segmento industrial, é o fato de muitas categorias não conseguirem aplicar 100% dos acordos salariais nas micro e pequenas empresas – isso quando há organização dos subsetores que abrangem essas firmas.

IMPACTO – De acordo com o economista do Dieese, existe a tendência de desaceleração no crescimento da massa salarial, que é a multiplicação da renda pelo número total de ocupados. E isso, na avaliação de Jensen, pode ter uma influência, de curto prazo, diretamente nos resultados do comércio e das empresas de serviços, tendo em vista que os salários são um dos indicadores do poder de compra da região.

Mas Leila ponderou que, para haver impacto na atividade econômica, por causa dessa desaceleração nas vendas, levaria alguns anos – considerando que o rendimento do trabalhador continue diminuindo.

Janeiro tem menor taxa de desemprego

Janeiro não foi tão bom para os trabalhadores da indústria, tendo em vista que o setor reduziu 20 mil vagas em relação ao último mês do ano. Porém, considerando todos os segmentos, a taxa de desemprego do Grande ABC atingiu 8,9%, contra 8,8% em dezembro, resultado interpretado como o terceiro mês consecutivo de estabilidade e também o menor patamar da série histórica para janeiro desde 1998.

A informação foi apresentada ontem pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) do Seade/Dieese.

O economista do Dieese Tomaz Ferreira Jensen entende que 2014 começou positivo no que diz respeito ao mercado de trabalho. “E isso é bom, tendo em vista que é um ano atípico, com a Copa do Mundo. Não há como prever muita coisa, já que o último evento como esse ocorreu em 1950. Ainda teremos eleições. Este, então, é um ano de incertezas”, explicou.

Ele destacou ainda que o mês se mostrou diferenciado para o lado positivo. A estimativa para o número de ocupados passou de 1,230 milhão, em dezembro, para 1,288 milhão em janeiro, o que aponta alta de 0,5%, a segunda da história – em 2004 houve alta de 1,8% no mesmo período.

“A indústria caiu. Mas o comércio (com a contratação de 16 mil) e os serviços (de 15 mil) sustentaram o resultado”, afirmou Jensen, lembrando que, em anos anteriores, pela sazonalidade dos empregos temporários, os resultados eram menores ou negativos.

Por Pedro Souza - Diário do Grande ABC
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