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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/09/2016 | Economia
Indústria da região demite 62 por dia
O mês de agosto acelerou o número de demissões na indústria do Grande ABC. Enquanto de janeiro a julho o ritmo de cortes no setor era de 50 por dia, no acumulado do ano até agosto subiu para 62 – aumento superior a 20%. Isso é o que aponta a pesquisa realizada com as empresas associadas ao Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Apesar do aumento do número de desempregados pelo segmento, ao totalizar 14.850 em 2016, o volume retorna ao patamar de 2014, em que, até agosto, havia 15,3 mil demitidos – 64 postos extintos por dia. Frente ao mesmo período de 2015, ápice dos cortes na indústria regional, houve desaceleração. À época, o saldo era negativo em 20.350, com 85 vagas fechadas diariamente.

O ritmo de demissões é impactado pelo mau resultado do mês passado, que registrou 4.100 dispensas – equivalente a 132 por dia –, queda de 2,24% em relação aos 30 dias anteriores. Este foi o pior agosto da série histórica, iniciada em 2005.

As cidades que mais sentiram o reflexo da crise foram Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra que, juntas, reduziram 3.100 postos de trabalho. Os setores que mais influenciaram foram o de produtos de borracha e material plástico (-29,02%) e itens de metal (-1,03%).

De fato, em agosto, a Labortex, fabricante de artefatos de borracha especializada em peças para montadoras, como mangueiras, quebra-ventos e coxins, fechou as portas em Santo André após 58 anos, e dispensou 270 trabalhadores, devido à crise no ramo automobilístico. A Keiper, fabricante de estruturas de bancos automotivos, perdeu o contrato com a Volkswagen e anunciou a demissão de 300 operários em Mauá no início deste mês.

O setor de borracha e plástico também impulsionou cortes em outras cidades da região. Diadema teve 350 demitidos e, São Bernardo, 700, mas principalmente pelo setor de produtos alimentícios e itens de borracha e material plástico (-1,81%). A Yoki encerrou produção na cidade, após 60 anos, e mandou embora 314 trabalhadores. Ainda, houve PDVs (Programas de Demissão Voluntária) na Mercedes-Benz (420 adesões até dia 30) e da Volkswagen, cujo número não foi divulgado.

O diretor titular em exercício do Ciesp de São Bernardo, Cláudio Barberini, explica que o setor alimentício é intimamente ligado ao emprego e à renda, portanto, quando um vai mal, o outro acompanha, e cai a demanda nessas empresas. Ele também destaca a mudança de algumas empresas do setor. “Não é só a crise, tem algumas mudanças acontecendo. A Yoki está se reestruturando, e a planta de São Bernardo poderia não ser tão viável em termos de estrutura e lucro.”

Barberini também lembra da Bacardi, que fechou a planta de São Bernardo em outubro do ano passado, como parte de plano de reestruturação.

Apesar do impacto de demissões, ele relata que esteve na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) ontem e que pode sentir retomada na confiança. “Esse clima positivo tem aumentado. Hoje, não acredito na perspectiva completamente negativa como no ano passado. Espero ter caminho mais curto para a recuperação, ainda no primeiro semestre no ano que vem.”

Para o diretor administrativo e financeiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Adilson Tores, o Sapão, as demissões não são o principal problema, mas a falta de contratações. “O que infelizmente temos é eliminação de postos de trabalho. Quando são demitidos, não são colocados outros no lugar, as vagas simplesmente deixam de existir. Será assim até que haja uma retomada.”

São Caetano foi a única cidade que apresentou estabilidade, com 20 admissões em agosto.

KEIPER - Sapão também informou que a Justiça do Trabalho de Mauá desbloqueou os valores que a empresa tem a receber da Volks, cerca de R$ 6 milhões, que serão utilizados para pagar parte das verbas rescisórias dos 300 trabalhadores. “Não quita tudo, mas alguma coisa já fica garantida. E o montante não é só para trabalhadores da região, mas de todo grupo. Inclusive vamos estar com sindicato de Sorocaba para traçar estratégia em conjunto, pois lá em Araçariguama há outros 400 demitidos.”

Sobre o estoque de bancos que a Volks tem interesse de comprar, ainda não houve nenhum acordo quanto ao preço de venda. O sindicalista conta que a montadora quer adquirí-los pelo preço pago durante o contrato, mas a fabricante quer o triplo do valor.

Por Vinícius Claro - Especial para o Diário
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