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DATA DA PUBLICAÇÃO 28/10/2008 | Cidade
Igreja mais antiga de Mauá é demolida
O mais antigo edifício religioso de Mauá veio abaixo ontem para dar lugar a uma indústria. Erguida em 1915, a Capela Nossa Senhora Aparecida e São Sebastião ficava na Avenida Papa João 23, no bairro Sertãozinho, e era prova viva da história da cidade.

Ao longo dos anos, a grande concentração de fábricas passou a acuar a igreja. A chegada do Rodonel teria dado o ultimato ao edifício, vendido em março, junto com o terreno, para a iniciativa privada.

"Fomos cercados pelas indústrias. Agora as pessoas têm dificuldade de chegar ao local e o silêncio é impossível", conta o padre José Ailton Teixeira, que há dez anos está à frente da paróquia São José, que inclui a capela.

No domingo, os fiéis assistiram aquela que foi a última celebração no solo onde a igreja foi levantada, há 93 anos. Nos últimos tempos, a capela ficou pequena para tantos devotos, vindos, principalmente da Vila Carlina, e, por isso, há três anos construiu-se um galpão maior ao lado dela, onde as celebrações, como a do último final de semana, passaram a ser feitas.

No início do século 20, o bairro Sertãozinho já mostrava sua vocação econômica. Além das fábricas de tijolos, lenhadores também eram parte
importante daquele cenário. "A região tinha muita olaria e os tijolos usados na construção da capela vieram dali", explica o funcionário do Museu Barão de Mauá Renato Dotta.

O especialista acredita que a Capela São Sebastião tenha sido erguida para que esses trabalhadores pudessem exercer a sua fé.

Mas, tanta história não foi suficiente para manter em pé o pequeno santuário de cerca de 10m x 4m, sua porta e as três janelas: o prédio não era tombado como patrimônio histórico de Mauá.

A demolição da capela pegou de surpresa defensores da história da cidade. Muitos souberam do destino da igreja somente na última semana.

"A proposta era de que pelo menos a fachada fosse preservada e instalada até mesmo no terreno onde está sendo feita a nova igreja de São Sebastião, na Vila Carlina", disse a vice-presidente do Instituto do
Patrimônio Histórico do ABC, Ana Gedankien.

Como agravante, Mauá está há quase um ano sem um conselho de defesa do patrimônio histórico. O grupo foi desativado e não houve eleição de novos conselheiros.

"Batizamos nossos netos, fizemos o vélório de uma filha. Temos uma vida aqui", conta Maria Benedita Dias de Jesus, 77, casada com Oscar Nistico, 75. Os dois são caseiros da capela há 30 anos.

Na Prefeitura, ninguém foi encontrado para comentar o caso, nem na Diocese de Santo André. O novo dono do terreno também não foi localizado.

Por Isis Mastromano Correia - Diário do Grande ABC / Foto: www.porto.taf.net
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