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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/03/2009 | Geral
Idosos aproveitam cursos exclusivos e se dedicam aos estudos
Aprender e conviver são os principais verbos utilizados para definir um tipo de escola especial, a Faculdade da Terceira Idade. Para alguns, os mais velhos podem parecer verdadeiras enciclopédias, como se cada ano fosse um capítulo ou volume. Mas quem disse que eles se contentam com isso? Os tempos mudaram. Querem, cada vez mais, obter novos conhecimentos.

A pedagoga Antônia Clarice de Medeiros, criadora da Faculdade Aberta para Melhor da Idade na Faculdade Pentágono, em Santo André, afirma que o objetivo das aulas é proporcionar interação entre os alunos e também criar espaços em que os estudantes possam desfrutar de mais qualidade de vida.

"As pessoas entram tímidas e saem alegres, de bem com a vida", garante a psicóloga e professora Ilda de Almeida Lopes. Uma turma para a qual leciona tem alunas dos 41 aos 89 anos. "Quando você mantém a cabeça ocupada, não tem tempo para envelhecer. O segredo é nunca parar de estudar."

Em geral, a grade curricular é composta por disciplinas de interesse desse público, como Saúde, Cultura, Economia doméstica e Psicologia, e a maioria do corpo discente é do sexo feminino.

"Há uma troca entre estudantes e professores. É um local muito bonito para a construção do saber", diz o pró-reitor de extensão da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Joaquim Celso Freire.

Apesar do uso da palavra ‘faculdade'', a formação não é considerada uma graduação, e sim um curso livre, explica Freire. Essa característica possibilita que alunos com diversos graus acadêmicos estejam na mesma sala de aula, enriquecendo uns aos outros com diferentes experiências de vida.

MUDANÇA - Amélia Terezinha Rodrigues Ayres, 65 anos, de São Caetano, está há quase quatro na Universidade Sênior da USCS. "Ninguém quer ir embora porque é bom demais", diz. Viúva e com os dois filhos casados, ela conta que bateu uma tristeza quando se viu sozinha. Até que topou o desafio de participar do curso. "Minha cabeça melhorou muito. A gente volta a ficar jovem."

A coordenadora pedagógica aposentada Maili Simões Litz, 63, de Santo André, frequenta a Faculdade da Terceira Idade desde o início do ano passado. Casada e mãe de três filhos, destaca a oportunidade de fazer atividades de forma prazerosa. "É como se a gente estivesse no primeiro ano da escola", e completa: "Por que parar? Ainda temos o que aprender e compartilhar".

Aos 73 anos, homem consegue vaga na USP

A paixão pela vida e por novas descobertas pode ser percebida pela voz e pelo modo como Mário Cortesão Zuzarte, 73 anos, de São Bernardo, fala sobre diversos assuntos. Não é necessário vê-lo, um pouco de sensibilidade basta para sentir tamanho entusiasmo. A disposição e a vontade em adquirir conhecimento certamente contribuíram para que o carioca fosse aprovado na Fuvest, o vestibular mais concorrido do País.

Hoje, ele cursa Licenciatura em Ciências da Natureza na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (Universidade de São Paulo). Quem tem tanto a ensinar acha que, no fundo, precisa é aprender. "Para mim está sendo uma revelação."

Em maio de 2008, Zuzarte passou em frente a um cursinho pré-vestibular e pensou: ‘Acho que posso estudar''. "Queria usar os neurônios", brinca.

A partir de então, a árdua rotina começou. O aposentado acordava às 4h30 e tinha aulas das 7h às 13h. Perto do vestibular, ficava até o anoitecer estudando. Para economizar, o lanche levava de casa.

Depois de aprovado, o esforço continua. Agora, o estudante tem de enfrentar quatro conduções - dois trens, um ônibus e um trólebus - para chegar até o Campus na Zona Leste de São Paulo. Sai de casa às 5h10 e retorna por volta das 20h. Além disso, confessa que o ritmo de aulas é puxado.

Mário não escapou do trote no início das aulas; teve rosto e unhas pintados. Ele, que é casado e tem dois filhos, explica que o apoio da mulher foi fundamental para que se encorajasse a voltar aos estudos.

"Eu não preciso de diploma. Estou aqui para aprender", afirma o aluno, que pretende enveredar pelos grupos de pesquisa na área biológica.

Por Juliana Ravelli - Dgabc
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