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DATA DA PUBLICAÇÃO 14/12/2008 | Setecidades
Hospital São Caetano enfrenta nova crise
O Hospital São Caetano enfrenta nova grave crise financeira que tem colocado em xeque seus 50 anos de tradição. Uma dívida - estimada entre administradores do ramo hospitalar - de cerca de R$ 50 milhões afeta o estabelecimento, que conta atualmente com 403 funcionários e 130 médicos. A diretoria reconhece a dívida, mas afirma que ela é três vezes menor: R$ 17 milhões. Em 2001, a unidade de Saúde já havia enfrentado dificuldades, quando quase fechou em definitivo.

O diretor administrativo do hospital, Antonio Pedro Maida, afirma que a Medida Provisória 446, de 7 de novembro, só consideraria os débitos de INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) dos últimos 60 meses, o que teria provocado um abatimento de 60% no montante a ser pago pelo hospital a credores de forma geral. "Os problemas que temos enfrentado não são diferentes daqueles que atingem outros hospitais", explica Maida.

No hospital, a falta de recursos atingiu em cheio o "coração" da unidade. O pronto-socorro teve a saída da equipe comandada por Ricardo Crepaldi no início da semana. O motivo seria uma dívida calculada em pouco mais de R$ 200 mil, referente aos serviços prestados durante os dois últimos meses. Procurado pela reportagem, o médico afirmou que seu advogado poderia passar informações sobre o problema, mas ele também não se pronunciou.

Para resolver parte da questão e cobrir a lacuna deixada pelo grupo que prestava atendimento, médicos teriam sido chamados às pressas. Na quinta-feira passada, um membro da antiga equipe foi até o pronto-socorro para cooperar em meio à situação precária e teria recebido ameaças e críticas por parte de Crepaldi. A polícia teve de ser chamada.

Com a atual situação, para dar conta do atendimento, um médico teria de "trabalhar por três" durante a semana, segundo relatos de profissionais que atuaram no local. A administração afirma que os pacientes não sofreram prejuízo e uma escala de trabalho garantiria o funcionamento normal.

Médicos que trabalham no hospital há vários anos teriam pagamentos atrasados em até nove meses. O vínculo afetivo seria um dos motivos que impedem a saída. Outro seria o fato de que, ao sair, correriam risco de não receber.

A crise atingiu ainda os demais funcionários. A diretoria propôs um acordo, pagando 80% do salário de dezembro ainda esta semana e parcelando os 20% restantes. O mesmo ocorrerá com o 13º salário.

Diretor diz que hospital vai se recuperar da crise financeira
Os problemas financeiros estarão equacionados em longo prazo e a situação atual seria fruto também da recente alta nos juros bancários, motivada pela crise mundial. Esta é a posição do diretor administrativo do Hospital São Caetano, Antonio Pedro Maida, sobre os problemas enfrentados pela unidade de Saúde.

O diretor é categórico ao afirmar que o hospital não fechará as portas de forma alguma, como já esteve prestes a ocorrer no início da década. "Existe a dificuldade financeira imediata, que provocou uma falta de sincronia para efetuarmos os pagamentos de médicos e funcionários. Mas em longo prazo estará tudo sob controle", explica.

O hospital não atende ao SUS (Sistema Único de Saúde), apontado por administradores hospitalares como um dos grandes vilões do setor por pagar abaixo da tabela (embora traga grande volume de procedimentos médicos). Sem a rede pública, depende dos serviços particulares prestados hoje a 72 convênios externos, além do Di Thiene, que é do próprio hospital.

Um grupo de voluntários é uma das apostas do hospital para deixar a crise para trás. Já o projeto Cara Nova investe na revitalização dos andares com doações amealhadas junto à comunidade. "Estamos abertos a receber a ajuda da sociedade de São Caetano em geral", diz Maida.

O poder público teria sido chamado pelo hospital para auxiliar na saída da crise financeira, mas não cooperou como o esperado até o momento. "A Prefeitura nos dá uma subvenção a cada três meses, assim como dá a outras entidades. Mas é um valor módico", explica. Consultada pela reportagem, a administração municipal não se pronunciou sobre o assunto.

Enquanto os problemas não são resolvidos, a população assiste impaciente à crise. "Os funcionários comentaram que a situação é complicada e que falta salário. É triste, porque morei aqui 16 anos e sei que o São Caetano sempre teve um atendimento de qualidade", diz o bancário José Cordeiro de Souza, 53 anos.

Na última quinta-feira, a dona-de-casa Marlene Calderon, 55, lamentava a demora no atendimento. "Cheguei às 9h, e fui atendida apenas às 14h30. É uma situação bastante complicada", disse.

Por William Cardoso - Diário do Grande ABC
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