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DATA DA PUBLICAÇÃO 25/03/2009 | Cidade
Hospital Nardini afeta vizinhos de Mauá
A crise no Hospital Doutor Radamés Nardini já começa a causar transtorno aos vizinhos de Mauá. O Diário teve acesso a números das duas principais válvulas de escape diante do caos: Hospital São Lucas, em Ribeirão Pires, e CHM (Centro Hospitalar Municipal), em Santo André. O impacto já preocupa os responsáveis e dá a dimensão da regionalidade do problema.

A precariedade do próprio Hospital São Lucas não evitou que 472 mauaenses buscassem ajuda na vizinha Ribeirão Pires neste mês. Isso representa de 5% a 10% do atendimento feito na unidade.

Porém, o número é maior. Muitos moradores de Mauá omitem a origem por temerem uma eventual recusa - medo improcedente, por se tratar de unidade ligada ao SUS (Sistema Único de Saúde), que tem atendimento universal. Em apenas 30 minutos no São Lucas, a reportagem encontrou cinco pacientes do município vizinho.

O secretário de Saúde de Ribeirão, Jorge Mitidiero, é solidário em buscar solução conjunta para o Nardini, mas faz ressalvas. "É cômodo não atender à demanda e deixar que os pacientes do município sigam para outro lugar. Mauá deveria se empenhar mais em resolver o problema, algo que não tenho visto acontecer", disse.

As críticas têm como fundamento o orçamento reduzido de Ribeirão Pires para atender seus pacientes. A crise e o possível crescimento do número de desempregados que dependerão do SUS também preocupam Mitidiero. "Não é justo internar o paciente de Mauá e ficar sem a vaga para quem é do município. É preocupante, principalmente por termos orçamento reduzido", explicou. A Prefeitura de Mauá preferiu não se pronunciar sobre as declarações de Mitidiero.

A crise em Mauá também tem atingido Santo André. O CHM já recebeu, desde o início do ano, 1.531 pacientes vindos da cidade vizinha. Isso equivale a 30% do excesso, representado por moradores de fora de Santo André. O impacto é gigantesco, e preocupa o diretor da unidade, Ricardo Ribeiro Magalhães Cruz. "Se demorar a surgir uma solução, a situação ficará insustentável."

O entendimento do diretor do CHM é de real solidariedade. Passa por aquilo que foi acordado por todos os municípios em relação ao Nardini. "É um problema que envolve toda a região e precisa de solução conjunta", disse Cruz.

Deputados vão acompanhar a crise

A Assembleia Legislativa aprovou ontem requerimento para a criação de uma comissão para acompanhar a crise na Saúde em Mauá, especialmente no Hospital Doutor Radamés Nardini.

O grupo deverá reunir no mínimo cinco deputados e terá prazo de 90 dias para ajudar na busca por soluções. "A crise é muito grave e vamos contribuir de forma efetiva", disse o deputado estadual Donisete Braga (PT).

Na última semana, o Diário questionou parlamentares do Grande ABC sobre o que têm feito para ajudar o Nardini. Apenas a bancada de oposição ao governador José Serra (PSDB) se pronunciou, exibindo emendas sugeridas. Os situacionistas não responderam.

Muito distante dos gabinetes da Assembleia, a estudante Jéssica Ubelinda Alves de Souza, 19 anos, reclamava de dor no ombro enquanto aguardava consulta no Hospital São Lucas, em Ribeirão Pires. Moradora de Mauá, ela desistiu de aguardar no Nardini, após não ter a certeza se seria atendida. "Disseram que talvez um ortopedista surgisse por lá na parte da tarde. Preferi não arriscar e vim para cá", disse.

Na recepção do pronto atendimento do Nardini, muita gente ‘tentava a sorte'' diante do único clínico-geral que prestou atendimento no período matinal. Uma dessas pessoas era a costureira Márcia Bento dos Santos, 33. Ela chegou ao hospital às 7h50. Já se aproximava do meio-dia e ainda não havia sido atendida. "Tenho uma tendinite e me avisaram que talvez recebesse atenção depois das 13h30."

Nem mesmo liminar concedida pela Justiça foi capaz de provocar solução para a precariedade em estrutura e atendimento. A situação segue como há dois anos, de acordo com relatório do Cremesp (Conselho Regional de Medicina).

Por William Cardoso - Diário do Grande ABC / Foto: Claudinei Plaza
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