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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/05/2018 | Saúde e Ciência
Hormônio que afeta pressão arterial pode estar envolvido na presença do autismo, diz estudo
Hormônio que afeta pressão arterial pode estar envolvido na presença do autismo, diz estudo (Foto: Andrewicus/Pixabay)
(Foto: Andrewicus/Pixabay)
Em pesquisa em macacos e em crianças autistas, cientistas mostram que a vasopressina está associada a baixos níveis de interação social. Objetivo dos pesquisadores é a busca por novas terapias contra o autismo.

A vasopressina, um hormônio conhecido por regular processos que envolvem a pressão arterial, também está associada a mecanismos de interação social; e, em níveis muito baixos, pode ser um indício da presença de autismo, diz estudo publicado nesta segunda-feira (2) na "Science Translational Medicine". A pesquisa envolveu cientistas de duas instituições norte-americanas: a Universidade de Stanford e a Universidade da Califórnia.

Até agora, a ciência tem descrito a vasopressina como um hormônio que aumenta a pressão arterial por induzir uma constrição dos vasos sanguíneos. A substância também pode atuar modulando processos do sistema nervoso: estudos já mostraram que níveis elevados da vasopressina estão associados à agressividade. Agora, parece que o composto também pode servir como um possível marcador para baixa interação social e para a presença do autismo.

O transtorno do espectro do autismo afeta uma em cada 68 crianças nos Estados Unidos, aponta o estudo. Apesar de prevalente, não há tratamento específico para a doença e os estudos hoje são difíceis de serem feitos pela complexidade do transtorno, afirmam os pesquisadores. Em camundongos, por exemplo, cientistas descrevem ser impossível mimetizar os diversos aspectos sociais e sintomas que permeiam a doença. Um outro problema apontado é o diagnóstico:

"Como o autismo afeta o cérebro, é muito difícil conseguir estudar o transtorno. O diagnóstico é feito com base no relato de pais e na observação de médicos", diz Karen Parker, professora de psiquiatria na Universidade de Stanford e principal autora do estudo, em nota.

Tendo em vista as dificuldades enfrentadas, pesquisadores do estudo publicado nesta segunda fizeram dois testes: um em macacos e outro em humanos. O objetivo do grupo é chegar a terapias que possam ajudar pessoas que vivem com o autismo.

Nos primeiros testes, pesquisadores selecionaram 222 macacos para um experimento e conseguiram identificar aqueles que se engajaram menos em atividades sociais. Esses animais foram criados pelas mães em grupos sociais em uma colônia de pesquisa localizada na Universidade da Califórnia; eles também são macacos rhesus, os que mais se assemelham a características humanas.

Desse grupo de 222 animais, cientistas identificaram 15 com menos interação social e outros 15 mais sociáveis. Depois, eles mediram concentrações de diversas moléculas em ambos os grupos (nos mais sociáveis e nos menos). Após diversos exames, pesquisadores perceberam que a molécula que mais apresentava diferença de concentração na comparação entre os grupos é a vasopressina. Segundo os autores, os macacos com menos interação social tinham níveis significativamente menores do hormônio.

Em uma segunda fase do teste feito em humanos, pesquisadores mediram os níveis de vasopressina em 14 garotos com autismo e compararam com 7 crianças sem o transtorno. O hormônio foi coletado por meio de testes no líquido cefalorraquidiano (fluido cerebral coletado através da medula). Ainda, crianças com autismo tiveram níveis menores de vasopressina que crianças sem o transtorno.

Pesquisadores esperam que testes em mais macacos e em mais crianças possam replicar os resultados do estudo. No futuro, a esperança é de que terapias com base no hormônio possam ajudar a tratar o transtorno do espectro autista. Cientistas dizem, no entanto, que nesse momento a vasopressina pode ser caracterizada somente como um indicador de baixa interação social.

"O que podemos falar nesse ponto é que a vasopressina é um marcador para baixa sociabilidade", diz John Capitanio, professor de psicologia na Universidade da Califórnia e um dos autores da pesquisa.

Por G1
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