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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/02/2018 | Turismo
História e aventura em Ribeirão Pires
História e aventura em Ribeirão Pires Foto: Gabriel Mazzo/Divulgação
Foto: Gabriel Mazzo/Divulgação
Minas na região de Ouro Fino Paulista podem integrar roteiro turístico

A Capela Nossa Senhora do Pilar foi construída em Ribeirão Pires no ano de 1714 pelo capitão-mor Antônio Correia de Lemos. Era época do ciclo do ouro no Brasil – que teve seu auge no século 18 –, e brasileiros de todas as partes, além dos portugueses, passaram a migrar para as regiões auríferas, a fim de buscar o enriquecimento.

Lemos foi um deles. É que um pouco antes da construção religiosa, em 1677, devido a descobertas de lavras de ouro na região, mais precisamente no leito do Rio Taiaçupeba, o capitão-mor foi nomeado para sua administração, fixando residência por lá. E, acredita-se, liderou a abertura de minas a fim de achar o metal precioso.

Segundo o diretor de patrimônio da cidade, Marcílio Duarte, há pouco foram encontradas duas minas, na região de Ouro Fino Paulista – o nome, inclusive, foi escolhido por não ter sido encontrado ouro em pepitas, apenas do tipo que dava para peneirar –, que provavelmente devem ser deste período. “Acreditamos pela forma que foram abertas, certamente com mão de obra escrava, tenha sido por volta da época da construção da igreja. Antonio Correia Lemos era um homem influente e ele tinha essa missão de encontrar ouro na região. Precisamos fazer estudo arqueológico mais aprofundado para datar com precisão”, diz.

O fato é que estas minas, as quais o Diário teve acesso durante passeio promovido pelo Jeep Clube Ribeirão Pires, podem vir a fazer parte do roteiro de aventura do município. Ainda está sendo estudado o percurso, segundo o secretário de Turismo da cidade, César Ricardo dos Santos Ferreira, sendo que a ideia é inseri-lo ao plano diretor ainda deste ano, a ser votado em março. “A proposta do governo é colocar para funcionar os roteiros, para que a cidade possa receber todos os turistas o ano inteiro e não só na época do festival (do Chocolate).” A atividade se dará com a união do poder público e iniciativa privada. Valores ainda não foram contabilizados.

O PASSEIO
Quem primeiro teve acesso às tais minas de Ouro Fino Paulista foi o presidente do Jeep Clube, Nelson Dias de Freitas. Por curiosidade, acompanhou um amigo que havia as encontrado anos atrás e teve a ideia de fazer o roteiro de aventura. E foi ele quem levou grupo, de aproximadamente 15 pessoas, durante dia chuvoso, para visitá-las. O Diário participou do passeio, que começou com o alerta: “É preciso fôlego para aguentar”.

O trajeto levou quase uma hora – a ideia é que seja feito de Jeep mesmo, até por conta das ruas com pedras. Ao se aproximar do local, o guia seguiu mata a dentro, colocando cordas para que todos descessem. Escorregões são normais, é bom dizer, principalmente em dias de chuva.

Uma vez em frente às minas, além de se deparar com espécies de insetos – como o bicho-pau –, chega a hora de entrar. Na primeira, a tarefa foi difícil, visto que a água dá nos joelhos. Um pouco mais para frente está a segunda delas, esta com acesso mais fácil. Por causa da luz as paredes ficam brilhosas e é possível imaginar a dificuldade que os escravos tiveram para escavar todo aquele buraco, hoje habitado por dezenas de morcegos.

A volta é um pouco mais difícil, já que a descida é íngreme, porém gratificante. Unir natureza e história é uma possibilidade ainda pouco difundida na região. Mas, se depender de Freitas, tem tudo para dar certo. “Precisamos criar estrutura. É um turismo caro, em que é preciso preparar todo equipamento, caminhões, Jeep, segurança, motorista. Vamos trabalhar para isso”, promete. Na região existem outras duas minas, de mais fácil acesso. Elas são de mica – espalhadas aos montes pelo chão – e também de grafite.

Rumo à majestosa Pedra do Elefante
Feito o passeio nas minas, Nelson Freitas levou os ‘aventureiros’ para outro ponto turístico da cidade: a Pedra do Elefante, que fica a 977,7 metros do nível do mar, no bairro Quarta Divisão. Para chegar lá, o Jeep leva até um certo ponto – já que a estrada é de terra e, em dias de chuva, parece conter sabão – e o resto, quase dois quilômetros, é feito a pé.

Vencido o caminho, que exige fôlego, preparo físico e é cercado pela Mata Atlântica, o visual vale a pena. A majestosa pedra, que também serve para fazer rapel e escalada, mostra como a natureza pode surpreender. A dica é levar uma cesta de piquenique, aproveitar o visual e recuperar o fôlego, já que terá de ser feito caminho de volta. Um cajado, neste momento, ajuda e muito.

O ponto final do passeio foi uma visita à Capela Nossa Senhora do Pilar, lugar onde tudo começou e foi morada do capitão-mor. O local foi tombado em 1975 pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), órgão do Estado. Ela é feita com arquitetura de taipa e permanece praticamente intacta desde sua construção.

PRAÇA DO CRUZEIRO
Antes da Segunda Guerra Mundial (1938-1945), a imigrante japonesa Kotie Nonogaki veio ao Brasil acompanhada da família. Depois de passar por Ribeirão Preto e Campinas, foi parar em Ribeirão Pires, onde havia colônia japonesa e ela passou a ser muito atuante na comunidade. Tanto que ganhou o título de ‘comendadora’ e hoje tem praça que leva seu nome, localizada no fim da Rua Eduardo Valleriano Nardelli. É lá onde está localizado um cruzeiro que ela mandou construir, com três metros de altura. Conta-se que teve visões de escravos que morreram nas minas de Ribeirão e eles pediram para que Kotie o fizesse para salvar suas almas. Depois da construção, ela liderou diversas missas no local. “Por ser próxima das minas que encontramos é possível que existam outras pela região”, diz Nelson Dias de Freitas, presidente do Jeep Clube da cidade.

Por Miriam Gimenes - Diário Online
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