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DATA DA PUBLICAÇÃO 14/04/2015 | Cidade
História do Jardim Silvia Maria vira inspiração para moradores
História do Jardim Silvia Maria vira inspiração para moradores Foto: Andréa Iseki/DGABC
Foto: Andréa Iseki/DGABC
Localizado ao lado do Polo Petroquímico e da Braskem, o Jardim Silvia Maria, em Mauá, é ponto de encontro para quem luta diariamente para concretizar seus sonhos, seja para aqueles que desejam reviver os tempos de glória como também para os trabalhadores que buscam um futuro melhor, como é o caso da auxiliar de embalagem Celia Bispo Haine Vitor, 49 anos.

Funcionária da panificadora Eliete Jesus Santos M.E., tradicional fabricante de pães de hambúrguer e hot-dog do bairro, a munícipe se inspira no crescimento do Jardim Silvia Maria para colocar seus desejos em prática. “Moro aqui desde quando nasci. Vi esse bairro crescer e ser o que é hoje. Apesar de faltarem projetos sociais, a ajuda de cada família é o que faz o bairro ser o que é.”

Mãe de dois filhos e responsável pela afilhada de 7 anos, Celia é a típica mulher trabalhadora que não desiste de planejar futuro melhor para sua família. “Não gosto de ficar parada. Aprendi que sempre precisamos buscar uma capacitação melhor para termos segurança.”

Após concluir cursos de pedreira, assentadora e pintora de obras no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Celia decidiu continuar investindo no seu lado profissional e retornou aos estudos. “Meu ex-marido era pedreiro. Como o ajudava, decidi fazer capacitação para auxiliar em algumas obras. Gostei tanto dos ensinamentos que decidi voltar para a escola. Agora faço design de interiores, algo pelo qual me apaixonei ao longo do tempo.”

A auxilar de embalagem, que sai de casa por volta das 5h40 para trabalhar, não deixa a rotina corrida interferir na sua vida. Aliás, quem conhece a moradora sabe que o sorriso é sua marca registrada. “Não penso no cansaço. Preciso viver. Por isso, no horário do meu almoço, volto para casa e faço a comida para as crianças. Retorno do trabalho às 15h, faço os serviços domésticos necessários e depois vou para o curso. Volto às 23h e, aí sim, vou descansar”, explica.

Quem pensa que Celia deixa de aproveitar a vida por causa da correria está enganado. Além de estudante, a moradora do Jardim Silvia Maria ainda dedica as horas vagas para participar do coral do bairro. “Já fizemos viagens para Vinhedo e realizamos apresentação em clube de Santo André. É uma distração, além dos momentos em que vou para a igreja.”

A experiência em encaixar diversos afazeres em sua rotina fez dela uma das responsável pelo ótimo desempenho da harmonia da escola de samba Unidos do Silvia Maria. “Minha mãe foi uma das fundadoras, então, sempre participei. Hoje faço parte da harmonia e meus filhos frequentam a quadra. É uma distração nossa do bairro.”

Segundo Celia, uma recompensa para todo o seu esforço é ver a felicidade dos filhos junto com o crescimento do bairro. “Conquistei aqui tudo que tenho na vida.”

Caseira cria filhos em quadra de samba

Responsável por levar alegria para a comunidade do Jardim Silvia Maria, vencendo por três vezes seguidas o Carnaval de Mauá (em 2006, 2008 e 2010), a quadra da escola de samba Unidos do Silvia Maria há 14 anos também se tornou oportunidade de recomeço para Andrea Maria da Anunciação, 39 anos, e sua família. Após ser removida de seu barraco no Jardim Oratório, quando estava grávida de nove meses de sua primeira filha, para a realização de obras do Trecho Sul do Rodoanel, foi no local que a moradora encontrou um lugar para criar suas crianças.

“Passamos por momento muito difícil. Na época até conseguimos uma casa de dois cômodos para morar, mas o aluguel era caro. Foi quando apareceu o presidente da escola de samba e nos ofereceu a casa que fica na quadra para vivermos, com a proposta de eu ser a caseira do espaço. Topei na hora, sempre gostei de Carnaval.”

Atualmente, com o marido cadeirante após sofrer fratura no fêmur e quatro filhos para criar, Andrea faz da quadra de samba sua vida. “Não sou muito de sair, por isso, vivo aqui boa parte do dia. Durante o período pós-Carnaval, faço a limpeza do lugar e brinco com meus filhos. É uma diversão total”, revela a caseira, que ainda conta quais são seus esportes favoritos. “Aqui gosto de jogar futebol com os menores. Às vezes até me arrisco no basquete.”

Com uma renda de aproximadamente R$ 300, composta pelo benefício do Bolsa Família e ajuda do município. a caseira se apoia na história de outros moradores para, um dia, conseguir sua casa própria. “Ainda sonho em dar para meus filhos um espaço digno. Com um quarto para cada um, quintal grande. Mas, nessas condições, agora não consigo trabalhar fora.”

Enquanto a esperança não morre, Andrea aproveita o clima de Carnaval que a quadra lhe proporciona para se inspirar diariamente. “Amo essa festa. Desfilo na ala das baianas e meu filho mais velho também é componente da escola. É nossa distração.”

Time de futebol luta para reviver glórias na liga amadora

Fundado há 35 anos, o Esporte Clube Jardim Silvia Maria ainda é um dos grandes orgulhos de quem vive no bairro. Ganhador de títulos como o vice-campeonato da liga amadora de 1996, a atual gestão sonha em voltar aos tempos de glória do time.

“Hoje temos dificuldades financeiras. É muito difícil conseguir patrocínio. O que possuímos agora é dos meus parentes. O que mantém mesmo o clube é a força de vontade de diretores”, revela o atual presidente, Antônio Carlos Barroso, 49 anos.

No clube desde sua fundação, na época como zagueiro central, Barroso tem o principal cargo há seis anos. Desde então, luta sempre para montar equipe competitiva. “Atualmente estamos disputando a Série Prata do Mauaense Amador. Neste ano nossos jogos vão começar em julho. Acho que mês que vem já vamos promover campeonatos para selecionar os jogadores.”

Segundo o presidente,entretanto, neste ano o EC Jardim Silvia Maria terá dificuldade maior. “Infelizmente, as chuvas fortes fizeram com que nosso campo começasse a ceder. Já notificamos a Prefeitura e ela ficou de ver a situação. Sempre tenho reuniões, mas o gramado não vai ficar em condições de jogar tão cedo. Com isso, acabamos tendo que procurar outros lugares para promover os jogos.”

Bem-humorado, o presidente faz do Bar e Mercearia Santos a sede do clube. Lá, ao lado de produtos de primeira necessidade, ficam as principais conquistas do Silvia Maria. “Aqui é nosso ponto de encontro. São nas cadeiras ali fora que realizamos nossas reuniões e definimos os futuros projetos”, relata Barroso, que, mesmo com o campo sem condições, está confiante para o campeonato deste ano. “Vamos lutar pelo título.”

Por Daniel Macário - Especial para o Diário
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