DATA DA PUBLICAÇÃO 16/08/2013 | Economia
Herbalife teve ligações com esquema de pirâmide canadense, diz jornal
Financial Times A Herbalife permitiu que uma afiliada continuasse a fazer parte de sua rede por quase uma década depois que as autoridades canadenses definiram a operação como um esquema de pirâmide, indica uma investigação do "Financial Times".
A companhia americana de marketing direto tem sido acusada pelo investidor Bill Ackman de ser operadora de esquema de pirâmide, o que tem resultado em batalhas públicas sobre o tema nos últimos meses. A Herbalife diz que seus negócios são legítimos.
A história da Online Business Systems (OBS), que até este ano se especializava em recrutar vendedores para rede da Herbalife, desperta questões sobre as práticas que a Herbalife tolerava no passado.
A OBS é a sucessora da Global Online Systems (GOS), companhia considerada como "um esquema criminoso de vendas em pirâmide" por um tribunal federal canadense, em 2004.
Ambas eram parte de um ecossistema de negócios construído em torno de promover a Herbalife para vender materiais de marketing e outros serviços como "indicações de venda" aos recrutas de venda direta.
A GOS era dirigida por Deborah Stoltz e sua irmã, Marylin Thom. A sentença de 2004 exigia que as companhias mudassem suas práticas de negócios, por exemplo ao divulgar a remuneração média obtida por todos os participantes canadenses do sistema, sobre todos os materiais de marketing.
A revelação do faturamento bruto dos distribuidores canadenses da Herbalife a cada ano inclui apenas os "líderes ativos", um subconjunto representando cerca de 10% do total de participantes.
A GOS também foi ordenada pelo tribunal a informar a todos os seus clientes de sua condenação. Antes da decisão, no entanto, em novembro daquele ano, os clientes da empresa foram encorajados a transferir suas contas a um novo negócio, a OBS, dirigida por Nicole Dahl, filha de Stoltz, e seu marido Shawn Dahl.
Arquivos on-line demonstram que os sites operados pela GOS passaram a operar com a marca da OBS. Um site encorajava os clientes da GIOS a se registrar com a OBS até setembro, afirmando que eles continuariam parte da rede.
50 MAIORES
Os recrutados pela OBS se tornaram parte da rede de vendedores da Herbalife controlada pelo casal Dahl, que está entre os 50 maiores distribuidores da companhia, o que os torna parte do "Chairman's Club".
Stoltz e Thom também continuaram a ser distribuidoras importantes da Herbalife.
A Herbalife declarou que "nossa unidade de controle mundial de distribuidores e nossa equipe de fiscalização, com 350 pessoas, tomam medidas pró-ativas e reativas para identificar, pesquisar e responder a todas as infrações quanto às regras de distribuição da empresa e das leis e regulamentos aplicáveis".
Há alguns meses, a Herbalife tomou medidas para se distanciar da OBS restringindo o uso pelos distribuidores de indicações de venda e materiais de marketing fornecidos pela companhia.
Depois dessa mudança, Shawn Dahl passou a trabalhar para outra companhia de marketing direto. A Herbalife depois disso proibiu totalmente a venda de indicações de venda a ou pelos distribuidores. A OBS, Nicole e Shawn Dahl, Stoltz e Thom não responderam a pedidos de comentário.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
A companhia americana de marketing direto tem sido acusada pelo investidor Bill Ackman de ser operadora de esquema de pirâmide, o que tem resultado em batalhas públicas sobre o tema nos últimos meses. A Herbalife diz que seus negócios são legítimos.
A história da Online Business Systems (OBS), que até este ano se especializava em recrutar vendedores para rede da Herbalife, desperta questões sobre as práticas que a Herbalife tolerava no passado.
A OBS é a sucessora da Global Online Systems (GOS), companhia considerada como "um esquema criminoso de vendas em pirâmide" por um tribunal federal canadense, em 2004.
Ambas eram parte de um ecossistema de negócios construído em torno de promover a Herbalife para vender materiais de marketing e outros serviços como "indicações de venda" aos recrutas de venda direta.
A GOS era dirigida por Deborah Stoltz e sua irmã, Marylin Thom. A sentença de 2004 exigia que as companhias mudassem suas práticas de negócios, por exemplo ao divulgar a remuneração média obtida por todos os participantes canadenses do sistema, sobre todos os materiais de marketing.
A revelação do faturamento bruto dos distribuidores canadenses da Herbalife a cada ano inclui apenas os "líderes ativos", um subconjunto representando cerca de 10% do total de participantes.
A GOS também foi ordenada pelo tribunal a informar a todos os seus clientes de sua condenação. Antes da decisão, no entanto, em novembro daquele ano, os clientes da empresa foram encorajados a transferir suas contas a um novo negócio, a OBS, dirigida por Nicole Dahl, filha de Stoltz, e seu marido Shawn Dahl.
Arquivos on-line demonstram que os sites operados pela GOS passaram a operar com a marca da OBS. Um site encorajava os clientes da GIOS a se registrar com a OBS até setembro, afirmando que eles continuariam parte da rede.
50 MAIORES
Os recrutados pela OBS se tornaram parte da rede de vendedores da Herbalife controlada pelo casal Dahl, que está entre os 50 maiores distribuidores da companhia, o que os torna parte do "Chairman's Club".
Stoltz e Thom também continuaram a ser distribuidoras importantes da Herbalife.
A Herbalife declarou que "nossa unidade de controle mundial de distribuidores e nossa equipe de fiscalização, com 350 pessoas, tomam medidas pró-ativas e reativas para identificar, pesquisar e responder a todas as infrações quanto às regras de distribuição da empresa e das leis e regulamentos aplicáveis".
Há alguns meses, a Herbalife tomou medidas para se distanciar da OBS restringindo o uso pelos distribuidores de indicações de venda e materiais de marketing fornecidos pela companhia.
Depois dessa mudança, Shawn Dahl passou a trabalhar para outra companhia de marketing direto. A Herbalife depois disso proibiu totalmente a venda de indicações de venda a ou pelos distribuidores. A OBS, Nicole e Shawn Dahl, Stoltz e Thom não responderam a pedidos de comentário.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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