DATA DA PUBLICAÇÃO 02/02/2010 | Internacional
Haiti deve decidir onde julgar americanos presos, diz cônsul dos EUA
O cônsul-geral dos Estados Unidos no Haiti, Donald Moore, afirmou que "caberá ao governo do Haiti" decidir o destino dos americanos da Igreja Batista detidos e acusados de tráfico de seres humanos. O grupo foi preso ao tentar retirar ilegalmente 33 crianças do país.
Questionado por jornalistas se os dez americanos poderiam ser julgados nos Estados Unidos, o cônsul respondeu: "Não temos comentários a fazer. A decisão deve ser tomada pelo governo haitiano, como é de direito.
De acordo com Moore, foram autoridades de Porto Príncipe que detiveram os indivíduos, que estão "sendo tratados de acordo com o sistema penal do Haiti".
"O governo do Porto Príncipe dará continuidade a este procedimento, como é de seu direito e obrigação, a fim de garantir que suas leis estejam sendo respeitadas", acrescentou o cônsul.
Segundo ele, os serviços diplomáticos americanos puderam entrar em contato com os cidadãos americanos algumas horas após sua detenção. "Conversamos com eles, fornecendo-lhes uma lista de advogados. Garantimos que poderemos manter o contato com eles, e nos encarregamos de informar suas famílias a respeito de seu paradeiro", disse.
"Lembramos a todos os nossos cidadãos, no mundo inteiro, que estão submetidos às leis do país onde estejam", afirmou ainda Moore.
Queixa
Nesta segunda-feira, uma mulher que diz ser a mãe de cinco das 33 crianças foi à polícia e disse estar arrependida de tê-las entregue aos americanos. Identificada apenas como Magonie, ela teria ido à Direção Central da Polícia Judiciária em companhia de outras supostas mães. À imprensa, ela disseram pensar que os filhos estariam melhor nos EUA.
"O pastor (que liderava o grupo) disse que lhes daria uma vida melhor, mas agora estou arrependida", disse a mulher, momentos antes de entrar para falar com os policiais.
A ministra da Comunicação do Haiti, Maire Laurence Lassec, disse nesta terça-feira que "parece que várias crianças têm pais", mas não soube dar detalhes.
Os americanos disseram, desde o momento em que foram detidos, que as crianças eram órfãs e seriam levadas a um novo orfanato da organização em Santo Domingo.
No domingo (31), foi divulgado que os dez americanos, que dizem pertencer à organização New Life Children's Refuge com sede em Idaho, compareceriam ontem diante de um juiz de Porto Príncipe, mas por emquanto não há confirmação de que isso tenha ocorrido.
O juiz deverá decidir se serão julgados no Haiti ou em seu país, segundo informou a ministra de Comunicação e Cultura, Marie Laurence Lassec.
Riscos
A ONU reafirmou hoje seu temor de as crianças haitianas órfãs ou que ficaram separadas de suas famílias após o terremoto sejam vítimas de sequestro, venda, tráfico ou escravidão.
Quatro especialistas, Gulnara Shahinian, especializada em formas modernas de escravidão, Najat Mjid Malla (venda de crianças), Joy Ngozi (tráfico humano) e Marta Santos Pais, que estuda violência contra crianças --se uniram para lançar uma campanha de advertência.
Segundo grupo, as crianças entregues por seus pais a terceiros que prometem suprir as necessidades de seus filhos também correm grande risco de sofrer situações de abuso.
"As crianças não acompanhadas são particularmente vulneráveis e é essencial que sejam registrados, procurados e reunidos com suas famílias", destacaram os especialistas da ONU em um comunicado.
"Durante os trabalhos de retirada é essencial evitar a separação desnecessária das famílias, que põe as crianças em grave risco, agrava seu trauma e dificulta sua recuperação e reintegração", acrescentaram.
O texto publicado destaca ainda a iniciativa da ONU no Haiti de criar uma célula dedicada à proteção das crianças, que tem como objetivo principal registrar as com menos de 5 anos.
Questionado por jornalistas se os dez americanos poderiam ser julgados nos Estados Unidos, o cônsul respondeu: "Não temos comentários a fazer. A decisão deve ser tomada pelo governo haitiano, como é de direito.
De acordo com Moore, foram autoridades de Porto Príncipe que detiveram os indivíduos, que estão "sendo tratados de acordo com o sistema penal do Haiti".
"O governo do Porto Príncipe dará continuidade a este procedimento, como é de seu direito e obrigação, a fim de garantir que suas leis estejam sendo respeitadas", acrescentou o cônsul.
Segundo ele, os serviços diplomáticos americanos puderam entrar em contato com os cidadãos americanos algumas horas após sua detenção. "Conversamos com eles, fornecendo-lhes uma lista de advogados. Garantimos que poderemos manter o contato com eles, e nos encarregamos de informar suas famílias a respeito de seu paradeiro", disse.
"Lembramos a todos os nossos cidadãos, no mundo inteiro, que estão submetidos às leis do país onde estejam", afirmou ainda Moore.
Queixa
Nesta segunda-feira, uma mulher que diz ser a mãe de cinco das 33 crianças foi à polícia e disse estar arrependida de tê-las entregue aos americanos. Identificada apenas como Magonie, ela teria ido à Direção Central da Polícia Judiciária em companhia de outras supostas mães. À imprensa, ela disseram pensar que os filhos estariam melhor nos EUA.
"O pastor (que liderava o grupo) disse que lhes daria uma vida melhor, mas agora estou arrependida", disse a mulher, momentos antes de entrar para falar com os policiais.
A ministra da Comunicação do Haiti, Maire Laurence Lassec, disse nesta terça-feira que "parece que várias crianças têm pais", mas não soube dar detalhes.
Os americanos disseram, desde o momento em que foram detidos, que as crianças eram órfãs e seriam levadas a um novo orfanato da organização em Santo Domingo.
No domingo (31), foi divulgado que os dez americanos, que dizem pertencer à organização New Life Children's Refuge com sede em Idaho, compareceriam ontem diante de um juiz de Porto Príncipe, mas por emquanto não há confirmação de que isso tenha ocorrido.
O juiz deverá decidir se serão julgados no Haiti ou em seu país, segundo informou a ministra de Comunicação e Cultura, Marie Laurence Lassec.
Riscos
A ONU reafirmou hoje seu temor de as crianças haitianas órfãs ou que ficaram separadas de suas famílias após o terremoto sejam vítimas de sequestro, venda, tráfico ou escravidão.
Quatro especialistas, Gulnara Shahinian, especializada em formas modernas de escravidão, Najat Mjid Malla (venda de crianças), Joy Ngozi (tráfico humano) e Marta Santos Pais, que estuda violência contra crianças --se uniram para lançar uma campanha de advertência.
Segundo grupo, as crianças entregues por seus pais a terceiros que prometem suprir as necessidades de seus filhos também correm grande risco de sofrer situações de abuso.
"As crianças não acompanhadas são particularmente vulneráveis e é essencial que sejam registrados, procurados e reunidos com suas famílias", destacaram os especialistas da ONU em um comunicado.
"Durante os trabalhos de retirada é essencial evitar a separação desnecessária das famílias, que põe as crianças em grave risco, agrava seu trauma e dificulta sua recuperação e reintegração", acrescentaram.
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