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DATA DA PUBLICAÇÃO 14/11/2012 | Setecidades
Guerra entre PM e PCC já causou 20 mortes neste mês no ABCD
Guerra entre PM e PCC já causou 20 mortes neste mês no ABCD Batidas policiais foram reforçadas com a atual onda de violência, que no último fim de semana deixou três mortos e dois feridos apenas em São Bernardo. Foto: Agência Brasil
Batidas policiais foram reforçadas com a atual onda de violência, que no último fim de semana deixou três mortos e dois feridos apenas em São Bernardo. Foto: Agência Brasil
Além das vítimas fatais, violência na Região deixou 13 feridos desde o início do mês; boatos de toque de recolher continuam

O ABCD registrou mais um final de semana violento. Entre sábado (10/11) e a madrugada de domingo (11/11), a violência deixou saldo de seis mortos e dois feridos na Região. Em Diadema, boatos de toques de recolher foram espalhados pela cidade. Moradores foram avisados para deixar as ruas livres após as 20h. Apesar do alerta e da sensação de insegurança, apenas uma morte foi registrada no município no final de semana. Gilvan Santos Carvalho, 26 anos, foi assassinado no Jardim Campanário. Os demais casos ocorreram em Santo André e São Bernardo. Desde o início de novembro, a onda de violência que assola o Estado já fez 20 vítimas fatais e deixou 13 feridos no ABCD.

Com três mortes e dois feridos, São Bernardo teve o final de semana mais violento do ABCD. A primeira morte ocorreu no Parque São Bernardo, no final da tarde do sábado (10/11). A vítima Sandro Antônio da Silva, 39 anos, foi esfaqueada em um bar, chegou a ser socorrido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila São Pedro, mas não resistiu aos ferimentos. O suspeito Joaquim Nogueira Dias, 52 anos, foi localizado e preso graças à denúncia de testemunhas.

Execução - Por volta das 23h de sábado, um casal foi executado dentro de uma casa na estrada Fukutaro Yida, no Bairro Cooperativa, também em São Bernardo. De acordo com a polícia, dois homens em uma moto Falcon preta invadiram a residência e deram seis disparos contra uma jovem de 17 anos e cinco tiros contra Carlos Alexandre de Franca Mota, 26 anos. O casal morreu na hora e a dupla fugiu.

Antes do duplo homicídio, por volta das 22h, os mesmos suspeitos são apontados por atirarem contra um veículo Fusca, de propriedade de Amauri Raimundo de Oliveira, 42 anos, e por balear Anderson Honório da Silva, 24 anos, na estrada Eiji Kikuti, no mesmo Bairro Cooperativa. O rapaz estava voltando da casa da namorada quando foi atingido. A vítima foi encaminhada ao Pronto-Socorro Central.

Em Santo André, dois suspeitos foram mortos pela polícia na madrugada do domingo (11/11), ao tentarem roubar uma casa na rua Clélia, Vila Pires, por volta das 4h da manhã. Por envolver confronto com a polícia, o caso será investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).

Entre a noite de domingo (11/11) e a madrugada de segunda (12/11), a situação ficou mais calma no ABCD, mas na Região Metropolitana a violência persistiu. O terror se instalou em Guarulhos, onde nove pessoas foram baleadas e três morreram. Dois ônibus também foram incendiados, um na zona Norte da Capital e outro em Guarulhos. Em ambos os casos, os criminosos pediram para que os passageiros descessem. Não houve feridos.

Acomodação do Estado fez PCC crescer

Uma guerra noturna entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e a polícia. É assim que o analista criminal, mestre e doutor em Ciências Políticas e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Guaracy Mingardi, classifica a onda de crimes que aterroriza o Estado de São Paulo nos últimos tempos. Para o especialista, a violência é reflexo da acomodação do governo do Estado, que deixou a facção criminosa tomar conta dos presídios estaduais e se expandir para vários municípios.

Acordo implícito - “Desde os ataques em 2006 havia um acordo, mesmo que implícito, para que um lado não mexesse com o outro (PCC e polícia). Esse tempo, em que o governo ficou acomodado, só serviu para o PCC ganhar força nos presídios e nas ruas”, avaliou Mingardi. Para o analista criminal, o Estado precisa adotar estratégias de longo prazo para resolver o problema. “Não adianta diminuir os números de homicídios agora e daqui a algum tempo, a matança recomeçar”, comentou.

O especialista em segurança Jorge Lordello também concorda que são necessárias ações de longo prazo para que o PCC seja desestruturado. “A situação de turbulência exige ações de curto prazo para trazer a normalidade ao Estado. Porém, acabar com a facção criminosa é algo que levará anos”, destacou Lordello.

Para tanto, Mingardi aponta a realização de cinco medidas para conter o PCC e apaziguar parte da polícia que quer vingança pelos amigos mortos. “Primeiro é preciso isolar as lideranças do PCC, depois retomar as cadeias, atacar a economia da facção e criar duas forças tarefas: uma para investigar as mortes de policiais e a outra a morte de civis”, avaliou.

Para Lordello, a violência só cessará quando houver reais mudanças do Código Penal, somadas às ações efetivas de desestruturação financeira do PCC.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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