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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/01/2016 | Cidade
Grupo de sem-teto consegue terreno da Dersa em Mauá
Grupo de sem-teto consegue terreno da Dersa em Mauá Margarida se livrou do aluguel e montou um barraco na ocupação que agora vai virar um conjunto de moradia popular. Foto: Andréa Iseki
Margarida se livrou do aluguel e montou um barraco na ocupação que agora vai virar um conjunto de moradia popular. Foto: Andréa Iseki
Assinatura da cessão do local será realizada na terça-feira; Caixa Econômica vai financiar a obra

As famílias da ocupação Oziel Alves já estão limpando o terreno no Jardim Oratório, em Mauá, com esperança de sair das barracas para futuramente retornar para os apartamentos prontos. Na terça-feira (26/01), a Dersa vai assinar a cessão do terreno ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), acompanhados por representantes da Caixa Econômica Federal. No mesmo dia, o movimento definirá a data de desocupação.

A conquista veio após oito meses de luta. A resposta chegou após uma manifestação realizada nesta quarta-feira (20/01), em frente à sede da Dersa, na Capital. Os integrantes do movimento foram recepcionados e receberam como resposta a data de assinatura da cessão do terreno. “Isso era para ter sido formalizado no final de novembro, mas como demorou, fizemos o ato e recebemos a resposta”, explicou Lisandra Pinheiro, coordenadora regional do MTST.

A Caixa Econômica Federal está acompanhando todo o processo de negociação com a Dersa e vai financiar as moradias. O projeto habitacional será realizado através do Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades e as etapas serão iniciadas após o terreno ser passado ao MTST.

Dificuldades

A luta não foi realizada apenas com manifestações. Os integrantes da ocupação passaram por várias dificuldades até obterem a área. Encararam o frio, falta de água, cobras andando pelos colchões, lonas rasgadas pelo vento e muitas noites de apreensão.

Em cada barraco com estrutura de madeira presa ao chão batido, cabia apenas a cama, poucos pertences e a esperança dos ocupantes. Entre eles, está a dona de casa Margarida Alexandre Novaes, 55 anos. Impossibilitada de trabalhar por problemas de saúde, dedicou-se dentro do possível à cozinha da ocupação, preparando os alimentos doados.

A doença de chagas e as hérnias de disco não tiraram a disposição para dormir todas as noites na Oziel Alves e ajudar os companheiros de luta. “Cancelei o aluguel que pagava para morar aqui e me dedicar”, afirmou. Agora que há perspectiva de avanços, a dona de casa já procurou outra casa para alugar enquanto espera as habitações.

Já a jovem Jaqueline Alves Costa, 22 anos, que está desempregada, viu na ocupação uma oportunidade de mudar de vida e conseguir uma casa própria para morar com o marido. Após ter tido um aborto espontâneo, busca recomeçar. “Eu e ele ficamos desempregados e tivemos que morar de favor na casa da minha sogra”, disse. Aos 53 anos, a comerciante Alzerina Souza Santos também tem o mesmo sonho. Quer sair da casa do filho e ter o próprio cantinho para viver. “Venho aqui todos os dias, limpo o mato, mantenho tudo arrumado e mantenho o pensamento positivo de que vai dar certo”, almejou.

LIMPEZA

A Prefeitura de Mauá visitou o terreno no final de semana e constatou diversos objetos que podem acumular água, causando a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Por conta disso, o MTST se comprometeu a realizar a limpeza do local. Neste sábado (23/01), as lonas rasgadas serão retiradas e o terreno será limpo e capinado.

Ocupação contou com 2 mil famílias

Na madrugada de 23 de maio de 2015, a ocupação teve início com a adesão de cerca de duas mil famílias. As moradias provisórias começaram com 500 barracas, erguidas com certa pressa, mas com organização. A ação contou com o apoio de famílias que também esperam unidades habitacionais em outras áreas de Mauá.

À beira do Trecho Sul do Rodoanel, a ocupação também atraiu famílias que tiveram o imóvel desapropriado pelas obras do complexo viário. De acordo com a coordenadora do MTST Lúcia Aparecida Marques Paulista, a Dersa teria combinado com o movimento para destinar parte das moradias a estas famílias, que estariam recebendo bolsa-aluguel da empresa.

Até o fechamento desta edição, a Dersa não confirmou a informação, nem informou o número de famílias que atualmente recebem o bolsa-aluguel.

Por Jessica Marques - ABCD Maior
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