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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/05/2018 | Economia
Greve paralisa linhas de produção da GM
Greve paralisa linhas de produção da GM Faltam peças para montagem de veículos; abastecimento de etanol e alimentos está ameaçado. Foto: Celso Luiz/DGABC
Faltam peças para montagem de veículos; abastecimento de etanol e alimentos está ameaçado. Foto: Celso Luiz/DGABC
A greve dos caminhoneiros, que chega hoje ao terceiro dia, afeta a produção das montadoras instaladas no Grande ABC e impacta o abastecimento de etanol e alimentos. Barreiras nas estradas de todo o País impedem a passagem dos transportadores de carga.

Na GM (General Motors), em São Caetano, a fabricação de veículos foi interrompida. “Está impactando o fluxo logístico nas fábricas no Brasil, com reflexo nas exportações. Com a falta de componentes, as linhas de produção começam a ser paralisadas”, informou a empresa, que destacou também problemas de distribuição para as concessionárias.

A Scania, em São Bernardo, relatou que as operações logísticas foram afetadas e que acompanha os desdobramentos da greve para “avaliar os próximos passos”. Localizada na mesma cidade, a Toyota revelou que a greve afetou a distribuição de veículos e autopeças para a rede de concessionários, paralisou as operações de exportação e que sua planta em Sorocaba, no Interior de São Paulo, não irá operar hoje.

As demais montadoras não apontaram efeitos da greve em suas operações.

Jaime Ferreira dos Santos, presidente do Sinaceg (Sindicato Nacional dos Cegonheiros), assegurou que a instrução é que os caminhoneiros mantenham os veículos nos pátios das empresas. A categoria conta com cerca de 3.700 motoristas na região e, considerando que são feitos 200 mil fretes por mês, mais de 13 mil automóveis deixaram de ser entregues.

ETANOL E ALIMENTOS
Os postos de combustíveis das sete cidades não receberam etanol ontem, pois o produto não chegou à base de distribuição de São Caetano, de onde é enviado para os estabelecimentos. “Se não chega combustível nas bombas, a população não consegue abastecer. Se a paralisação permanecer, em três dias teremos uma situação caótica”, destaca Wagner de Souza, presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR).

Na Ceasa (Central de Abastecimento) do Grande ABC, mercadorias provenientes das regiões de Pouso Alegre e Guapiara, em Minas Gerais, não conseguiram chegar. “Cerca de 2.000 caixas de morango e legumes não foram entregues. Já produtos provenientes de outras cidades paulistas chegaram, mas com dificuldade”, afirmou Reinaldo Messias, superintendente da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).

O preço dos produtos segue estável, mas, com a dificuldade de entrega, pode ser afetado. “Se o movimento (de greve) perdurar até o fim de semana, os valores com certeza vão subir. É a lei da oferta e da procura”, ponderou Messias. A preocupação da Ceasa é com carga de frutas despachada do Pará, que deve ser comercializada entre hoje e amanhã, entretanto, a entrega é incerta.

Via Anchieta é bloqueada em São Bernardo

A onda de protestos dos caminhoneiros chegou ontem à região. A Via Anchieta foi parcialmente bloqueada na altura do Km 23, em São Bernardo. Para hoje, há expectativa de que o Trecho Leste do Rodoanel tenha o tráfego interrompido.

Em todo o País, os caminhoneiros protestam contra o aumento desenfreado do diesel, que subiu 56% em dez meses. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, houve bloqueios em estradas de 22 Estados.
Mesmo assim, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, minimizou os prejuízos das manifestações, que, em sua opinião, ainda não interferem no dia a dia da população. “Em alguns Estados, (os prejuízos da greve) já cessaram. Não há maiores dificuldades no Estado de São Paulo e, em alguns outros, continuamos tendo problema. Estamos fazendo parcerias com os governos dos Estados e isso é uma questão de ordem pública, responsabilidade sobretudo dos Estados. Mas estamos à disposição. A Polícia Rodoviária Federal está à disposição, se necessário for”, afirmou.

TRIBUTO
Na manhã de ontem, reunião foi realizada entre o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, para estudar maneiras de redução do preço, mas nada foi definido.

No fim da tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, divulgou que o governo irá zerar a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) dos combustíveis. Com a ação, serão reduzidos R$ 0,10 do litro da gasolina e R$ 0,05 no diesel. Entretanto, para entrar em vigor é necessário decreto do presidente Michel Temer (MDB) e, somente após três meses, passa a valer a isenção.

Maia também garantiu que o projeto em tramitação que reduz a desoneração de uma série de setores da economia será aprovado, e os recursos arrecadados, destinados a minimizar a alta do diesel.
Mesmo com o anúncio, a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) orientou continuação dos protestos, já que a Cide representa apenas 1% dos 27% de peso que os tributos têm no preço do diesel.

REDUÇÃO
A Petrobras anunciou queda nos preços da gasolina e no diesel nas refinarias a partir de hoje. Segundo Parente, a redução é resultado da desvalorização de 1,35% do dólar no pregão de segunda-feira, após seis altas consecutivas.

“É preciso mudar esta fórmula, a Petrobras não pode usar como única base o mercado externo porque a produção interna do petróleo é muito forte”, avalia Wagner de Souza, presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR).

“Não é apenas uma luta da categoria, é um pleito por toda população. Se o diesel não baixar, o frete terá de subir e irá impactar no preço final dos alimentos”, disse o presidente do Sinaceg (Sindicato Nacional dos Cegonheiros), Jaime Ferreira dos Santos.

Por Nilton Valentim - Diário Online
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