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Justiça determina volta de coletores ao trabalho
DATA DA PUBLICAÇÃO 04/04/2014 | Setecidades
Greve dos coletores será julgada hoje
Greve dos coletores será julgada hoje Foto: Andrea Iseki/DGABC
Foto: Andrea Iseki/DGABC
A greve dos coletores de lixo do Grande ABC, que entra em seu quinto dia, será julgada na tarde de hoje, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na Capital. A intervenção da Justiça foi necessária, já que não houve negociação entre o Siemaco-ABC (Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Manutenção de Áreas Verdes Públicas e Privadas) – que pede 15,39% de reajuste salarial – e o Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo) – cuja proposta foi de 10%.

O resultado do julgamento será levado à categoria em assembleia geral, às 17h, na sede do Siemaco-ABC, na Vila Alzira, em Santo André.

Embora a questão tenha chegado ao limite do tribunal, o presidente do sindicato regional, Roberto Alves da Silva, não descarta a possibilidade de permanência da greve, caso o martelo seja batido a favor da proposta do Selur. “Acredito que a categoria não aceite, depois de ficar uma semana parada, voltar com os mesmos 10% no bolso”, disse.

Com cinco dias de paralisação, o quintal da população tem virado depósito de lixo improvisado. “Se deixar na rua, os cães e vândalos rasgam e a situação fica ainda pior”, disse a estudante e moradora da Vila Lutécia, em Santo André, Bruna Paolla Agrelli, 31 anos.

“Tenho colocado em sacos de náilon e dentro de caixas no quintal, para que o papelão absorva o chorume do lixo”, disse o aposentado Odilon Ciriaco da Silva, 63, que mora ao lado do Ecoponto do Jardim Ipanema, também em Santo André. Com o fechamento temporário do espaço por conta da greve, a calçada está tomada por entulho e lixo, obrigando os pedestres a transitarem pela rua. A reportagem do Diário flagrou dois carros descartando resíduos no local. O neto de Silva, Renato Batista, 18 anos, que é cadeirante, não consegue sair de casa e lamenta a falta de consciência da população. “Esse lixo traz dois riscos: o de transmitir doenças e o de atropelamentos.”

O Semasa informou que tem trabalhado com pequeno efetivo para amenizar o problema e que, no momento, a prioridade é recolher o lixo orgânico, em maior concentração no Centro.

Trabalho dos lixeiros tende a ser mais valorizado após movimento

Com o cenário de lixo espalhado pelas ruas da região após cinco dias da greve de coletores, a população tem sentido o quanto o trabalho da categoria é importante e precisa ser reconhecido. “Eles ganham muito pouco pelo trabalho pesado que fazem, por isso, não condeno a greve”, disse a dona de casa Onacilma Mutton, 52 anos, moradora do Jardim Lavínia, em São Bernardo.

Para a socióloga e professora da Universidade Metodista de São Paulo Luci Praun, a ação tende a fazer com que as pessoas valorizem mais esses trabalhadores.

“No geral, os coletores são meio que invisíveis na sociedade, e essa invisibilidade é quebrada com a greve. Esse protesto traz os profissionais para o protagonismo e, mais que isso, coloca em discussão a questão dos baixos salários e da falta de condições de trabalho”, destacou Luci, completando: “A greve tem que ser mais que o incômodo do lixo na rua, pois não é possível que a gente admita que os trabalhadores sejam desrespeitados e não tenham condições de trabalho adequadas.”

A docente ressaltou ainda que a paralisação dos coletores no Rio de Janeiro, ocorrida no início de março e que durou oito dias, fortaleceu a classe em todo o País. “Os coletores do Rio resgataram algo que o movimento sindical discutia nos anos 1970: a democracia entre os trabalhadores. Quem decide são eles, não os dirigentes sindicais, que lá, eram contra a greve. Mostraram que é possível ter vitória com unidade. É esse o grande aprendizado.”

Por Vanessa de Oliveira - Diário Online
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