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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/05/2013 | Setecidades
Gravidez na adolescência diminui 35% no ABCD no período de 10 anos
Gravidez na adolescência diminui 35% no ABCD no período de 10 anos Pablo com o filho Miguel. Foto: Rodrigo Pinto
Pablo com o filho Miguel. Foto: Rodrigo Pinto
Incidência caiu na última década na Região e chegou a 8,2 mil jovens gestantes em 2010; em 2000 total foi de 13 mil

Ser mãe estava nos planos de Cristiane de Oliveira, moradora de São Bernardo. O que ela não imaginava era que a maternidade chegaria bem cedo, aos 16 anos. A jovem fazia uso do anticoncepcional convencional, mas decidiu experimentar o injetável. Ela acredita que o intervalo entre um método e outro pode ter ocasionado a falha na proteção que gerou a gravidez.

A gestação não foi planejada, mas Cristiane e o namorado, Pablo Araujo Lino de Souza, na época com 19 anos, estavam juntos há mais de três anos e decidiram enfrentar os desafios de ter um filho ainda na adolescência. “Minha mãe foi quem percebeu que meu corpo estava diferente e disse que eu estava grávida. Fiz três testes até confirmar. Minha preocupação era o que meu pai ia achar”, contou a jovem, que hoje é mãe do pequeno Miguel, de cinco meses.

Por conta da gravidez, Cristiane precisou interromper os estudos, mas espera concluir o ensino médio no ano que vem. “Quero terminar o terceiro ano e depois fazer alguns cursos. Tinha vontade de fazer faculdade de Direito ou um curso de fotografia para fazer book de criança”, planeja.

Casos como o de Cristiane vêm diminuindo nos últimos anos. Dados do IBGE mostram que a incidência de mães adolescentes caiu 35% na Região na última década. Em 2010, o número de jovens gestantes no ABCD foi de 8,2 mil, enquanto em 2000 o número era de quase 13 mil, de acordo com o Censo.

O Hospital da Mulher, de Santo André, possui equipe multidisciplinar para atendimento de jovens grávidas. Não é possível precisar o número de atendimentos realizados mensalmente no local, mas a psicóloga Denise Cristine Duaik Ticieri estima que a maior incidência é de garotas de 15 a 17 anos.

Brincar de boneca - Denise faz parte da equipe multidisciplinar que atende as jovens desde a gestação até o período pós-parto e conta que a reação à gravidez é variada. “Muitas desejam a gravidez e saem do hospital realizadas. Eu falo que tem horas em que parece que elas estão brincando de boneca. Outras já são mais dependentes da família, muitas vezes acabam entregando o bebê para a avó e se tornam ‘irmãs’ da criança.”

A psicóloga destaca que a maioria das jovens sabe da existência dos métodos anticonceptivos como pílula e camisinha, mas a grande maioria não utiliza. “Existe a informação na teoria, mas acredito que é algo que precisa ser trabalhado de forma mais direta nas escolas e dentro de casa”, avaliou Denise. O Hospital da Mulher oferece trabalho de planejamento familiar para as adolescentes, que também são atendidas por assistentes sociais.

Jovem dá pouca atenção para doenças

A prevenção das DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) ainda é um tabu para a maioria do público jovem. A opinião é da socióloga Silmara Conchão, vice-coordenadora de extensão da Faculdade de Medicina do ABC e autora do livro Masculino e Feminino: a primeira vez, fruto de pesquisa realizada com jovens de 18 e 19 anos.

“Elas têm preocupação, mas quando buscam proteção (camisinha) é pensando na gravidez indesejada, e não nas DSTs”, salientou a socióloga. Para ela, a resistência ao assunto tem origem na década de 1980, quando houve a descoberta do vírus HIV, da aids.

“No início a aids ficou rotulada como uma doença que afetava grupos de risco, que eram os homossexuais e usuários de drogas injetáveis. Então, criou-se um estigma e até hoje a sociedade ainda tem essa ideia de individualizar essa problemática. As pessoas não se acham vulneráveis e por isso a aids vem crescendo nas relações heterossexuais e estáveis.”

Mitos - Silmara destaca a persistência de mitos, como o coito interrompido e a falsa ideia de que não há risco de engravidar na primeira relação. Além disso, ainda existe uma cultura de gênero que valoriza a sexualidade masculina e reprime a feminina. “Eles falam sobre sexo, veem a banalização do assunto na mídia e acabam mal orientados sobre sexualidade. São raras as iniciativas que ajudam nessa orientação e é fundamental a abertura do diálogo para trabalhar a prevenção.”

A Secretaria Estadual de Saúde disponibiliza o Disque-Adolescente para tirar dúvidas sobre sexo seguro e anticoncepcionais pelo telefone (11) 3819-2022. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h.

Por Rosangela Dias - ABCD Maior
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