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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/08/2016 | Economia
Grande ABC elimina 18.557 vagas em 2016
Grande ABC elimina 18.557 vagas em 2016 Foto:  Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
O ritmo de demissões no Grande ABC vem perdendo força de maio para cá, quando o saldo de emprego com carteira assinada ficou negativo em 2.312 postos de trabalho. Em junho, recuou a -2.106 e, em julho, -1.519. Apesar da desaceleração nos cortes, este é o 20º mês consecutivo em que as dispensas superam as contratações na região, ou seja, a última vez em que o saldo ficou positivo foi em dezembro de 2014. De janeiro a julho deste ano, o volume de demitidos atinge 18.557 profissionais nas sete cidades.

Trata-se do segundo pior saldo de vagas formais da série histórica, iniciada em 2003 – ano em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a Presidência da República –, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). À época, haviam sido criados 5.677 postos. O recorde, considerando o intervalo dos sete primeiros meses do ano, foi registrado em 2015, com 22.036 dispensas, período em que o País estava sob o comando da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).

A quantidade de demissões no acumulado do ano supera, inclusive, o saldo dos sete primeiros meses de 2009, auge da crise econômica, com 15.780 cortes. “A situação é muito mais grave agora. Vivemos a maior recessão dos últimos 80 anos. Basta um pulo para passar de recessão a depressão”, afirma Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.

Em sua avaliação, em 2009 havia espaço para incentivos fiscais, como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para os setores automotivo e linha branca, que estimularam a geração de emprego. “Porém, Lula se empolgou e perdeu a mão. Quando passou o bastão a Dilma (que assumiu em 2011), já havia sinais de que a política econômica teria de mudar, mas o afrouxamento dos controles fiscal e monetário continuou. Agora, com o índice de inadimplência batendo recorde, é preciso manter a restrição ao crédito.”

PONTUAL - Em julho, o saldo negativo em 1.519 postos foi bem menor que o apurado no mesmo mês de 2015, de -4.027. Embora os números demonstrem aparente otimismo, Balistiero aponta que não é possível pensar em recuperação até o fim do ano. “Algum fator sazonal pode ter impactado na diminuição dos cortes, por exemplo, a Olimpíada. É melhora pontual. Vamos experimentar dados negativos ainda ao longo de 2016. O primeiro sinal de retomada começa a aparecer com a manutenção do emprego, seguido pela necessidade de horas extras, contratação de mão de obra temporária e, então, admissão definitiva.”

O município que mais demitiu no mês passado foi São Bernardo, com 937 dispensas, sendo 794 na indústria. Dessas, 630 são oriundas de PDV (Programa de Demissão Voluntária) da Mercedes-Benz que, devido a excedente de 2.500 colaboradores em fábrica do município, neste mês reabriu o plano, e espera adesão de mais 1.400 operários até o dia 31. A Volkswagen também tem PDV aberto, que segue até o fim do mês que vem. O objetivo é atingir ao menos 325 funcionários.

Sem contar indústrias que estão deixando São Bernardo, como a Yoki, que transferiu neste mês linha de produção a Pouso Alegre (Minas Gerais) e dispensou 314. A P&G (Procter & Gamble) vai desligar gradativamente, até março, em torno de 175 funcionários – alguns podem ser transferidos para Louveira, no Interior.

Por Soraia Abreu Pedrozo - Diário do Grande ABC
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