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DATA DA PUBLICAÇÃO 25/06/2012 | Economia
Gráficos da Região perdem empregos para os chineses
Gráficos da Região perdem empregos para os chineses Gráfica Prol reduz contratações. Foto: Rodrigo Pinto
Gráfica Prol reduz contratações. Foto: Rodrigo Pinto
Baixo custo das importações e mão de obra de outros países travam empresas do setor

Mesmo com projeções positivas no setor gráfico para os próximos meses, divulgadas pela Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), empresas do segmento enfrentam dificuldades para competir com as importações e se manter no mercado. No ABCD, foram mais de três mil demissões nos últimos três anos e as homologações não param de crescer.

Apesar de as empresas investirem em equipamentos modernos e de alta tecnologia, a facilidade e o baixo custo das importações devem continuar afetando o setor. “A mão de obra em países como a China, Índia, e mesmo em alguns lugares da Europa e América Latina tornam a concorrência desleal. Os encargos trabalhistas não existem ou são mínimos lá fora. Alguns segmentos do nosso setor são isentos de impostos nas importações. ”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do ABCDMRR, Isaías Karrara.

“As editoras que vencem as licitações de livros didáticos do governo geralmente imprimem o conteúdo no exterior por conta do baixo custo. O governo é o maior cliente de livros e deveria exigir que fossem feitos inteiramente aqui. Assim, garantiríamos os empregos e a produção local.” No ABCD, o setor já teve 900 empresas e 13 mil empregados diretos no início da década de 1990, hoje são 680 empresas e seis mil trabalhadores.

“Precisamos de uma discussão com o governo para criar incentivos ao setor”, afirmou Karrara.

De acordo com o sindicato, a maior empresa gráfica do ABCD é um exemplo do diagnóstico do setor.

Apesar de moderna e inovadora, a Prol está concentrando todos os trabalhos das três unidades na planta principal, instalada em Diadema. Há cinco anos, a empresa registra queda na demanda e, nos últimos anos, o volume de pedidos caiu 20%. O maior corte de funcionários na história da empresa, que existe há 39 anos, ocorreu recentemente. Foram demitidos 280 trabalhadores entre novembro de 2011 e janeiro deste ano. Além disso, a mudança para apenas uma base industrial vai reduzir outros 50 postos de trabalho.

“Precisamos cortar custos para nos mantermos no mercado. Resolvemos ficar na planta do ABCD por conta da dificuldade de fazer a mudança das máquinas daqui e trazer tudo para este espaço”, explicou o presidente da empresa, Eduardo Martins de Carvalho Filho.

Empresas usam alternativas

Uma das perspectivas para garantir o aquecimento do setor e os empregos é a ampliação dos serviços oferecidos pelas empresas gráficas. “Além de imprimir, ela pode prestar serviços de designer e entrega. Assim, o setor fica mais completo e terá esse diferencial em relação aos importados”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do ABCDMRR.

A Prol já está nesse contexto e emprega 1.300 funcionários na parte gráfica, logística e estocagem de matéria-prima. “Acreditamos que assim oferecemos um leque maior de opções e qualidade ao cliente”, disse Filho.

Karrara aprova a tendência, mas faz um alerta às condições dos trabalhadores. “Neste modelo é possível terceirizar mais o trabalhador ou ainda oferecer postos de trabalho em que a mão de obra não precisa ter qualificação, o sindicato estará atento a isso”.

Setor espera retomada

As indústrias gráficas atendem hoje praticamente todos os segmentos da economia brasileira, por meio da produção de embalagens, manuais e impressos editorais e promocionais. A expectativa para melhorar o cenário do setor são melhores para este segundo semestre. Com a moeda americana acima de R$ 1,80, o mercado deverá ser mais competitivo.

“A manutenção do dólar em patamares abaixo de R$ 1,80 por cerca de dois anos e meio afetou negativamente não apenas a indústria gráfica, além do intenso ataque por fabricantes de outras nações ao nosso mercado. Em 2012, com a retomada do dólar a patamares mais competitivos, já observamos uma desaceleração no ritmo de crescimento do déficit comercial de produtos do setor”, disse Fábio Arruda Mortara, presidente da Abigraf.

Por Michelly Cyrillo - ABCD Maior
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