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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/04/2015 | Cultura
Governos se unem pelo valor histórico de Paranapiacaba
Governos se unem pelo valor histórico de Paranapiacaba A cada dez anos cada país pode atualizar sua lista indicativa de bens com potencial para serem patrimônios mundiais. Foto: Adonis Guerra/Arquivo ABCD MAIOR
A cada dez anos cada país pode atualizar sua lista indicativa de bens com potencial para serem patrimônios mundiais. Foto: Adonis Guerra/Arquivo ABCD MAIOR
Após um ano na lista indicativa da Unesco, Vila dá primeiros passos pela nomeação de patrimônio mundial

Construída em 1867, a Vila Ferroviária de Paranapiacaba surgiu para controlar o sistema de trens que transportava a produção de café entre estados e países. Com quase um século de atuação comercial, o local passou a pertencer ao governo federal em 1946 e, posteriormente, suas áreas residenciais ganharam a administração de Santo André. Em 2014, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) conseguiu a inclusão da Vila na lista indicativa de patrimônios mundiais da Unesco. Passado um ano, surge a aprovação: os governos federal e municipal devem montar um dossiê contando por que os trilhos do ABCD merecem o reconhecimento do mundo.

“É um trabalho que vem acontecendo desde 2008”, revelou Marcelo Brito, representante das relações internacionais do Iphan. “A cada dez anos cada país pode atualizar sua lista indicativa de bens com potencial para serem patrimônios mundiais. E a última atualização brasileira tinha acontecido em 1996. Em janeiro de 2014 fizemos uma atualização e indicamos os três primeiros bens, o que incluiu a Vila Ferroviária.”

O destaque a Paranapiacaba veio através de estudos e levantamentos que envolveram todo o País. “O nosso objetivo foi ampliar a diversidade de bens culturais. A maioria dos bens nacionais já reconhecidos mundialmente representa o período colonial, e Paranapiacaba vem de outro movimento histórico. É a industrialização brasileira”, justificou Marcelo. Após a autorização da Unesco, que analisa cada paisagem inclusa na lista, o Iphan teve que aguardar prazos para dar andamento às indicações. “O processo de aprovação de patrimônios é bem complexo. Após um ano na lista indicativa da Unesco, o país pode apresentar um dossiê justificando sua efetivação como item histórico. Mas só um bem pode ser apresentado por ano.”

Atualmente, o Instituto trabalha na documentação do Conjunto Moderno da Pampulha, paisagem localizada em Belo Horizonte e que será avaliada pela Unesco em maio. Também foram indicados, junto com a Vila Ferroviária, oito bens brasileiros que, em parceria com seus respectivos municípios, começarão a se adequar às normas exigidas mundialmente. “Não se trata apenas da apresentação de um documento. O dossiê deve trazer o contexto do bem, justificando sua autenticidade e mostrando seu estado de conservação”, explicou.

Parte de todos - Com o incentivo federal, a candidatura da Vila Ferroviária passa a envolver um novo e importante personagem: o município. “Nós conseguimos vencer a primeira fase, que foi a aprovação da candidatura pela Unesco, e vamos começar começar a montar o dossiê. Recebemos um pré diagnóstico: o patrimônio tem que ser íntegro e original”, revelou Ricardo Di Giorgio, secretário de gestão dos recursos naturais de Paranapiacaba e dos parques andreenses. “A Vila tem um sistema ferroviário que era muito avançado para o século 19, mas que precisa ser restaurado. A Prefeitura cuidará da restauração dos imóveis do local, mas o pátio ferroviário não está em nossa concessão.”

Para o reconhecimento histórico em nível mundial, Paranapiacaba precisará resolver questões administrativas de seu passado. “Quando a rede ferroviária deixou de operar, ela passou a ser do Governo Federal, que abriu concessões de uso” explicou Ricardo. “Na época, a empresa de logística MRS conseguiu por meio de licitação a autorização para administrar o espaço. Os trens passaram a circular até Cubatão, o que funciona até os dias de hoje, mas o pátio ferroviário, que não tinha uso comercial e fez parte dessa concessão, ficou em posse da empresa e sem utilização.”

Nova concessão - Da concessão da MRS surgiu um novo acordo. A empresa responsável pelo trecho cedeu o pátio em desuso para a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que o mantém em funcionamento e aberto ao público. Entretanto, manter o local é diferente de conservar. “A verba da ABPF vem de pequenos valores cobrados para a entrada das pessoas, então eles mesmos não têm condições de reparar tudo. O Ministério Público entrou com um processo levantando a situação de Paranapiacaba. Nós estamos aguardando as audiências finais para que gere uma sentença pela recuperação desse espaço.”

Por Rafael Revadam - ABCD Maior
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