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DATA DA PUBLICAÇÃO 19/12/2014 | Geral
Governo estadual quer tirar ainda mais água da Billings
Governo estadual quer tirar ainda mais água da Billings Mesmo com Rio Pequeno baixo, Alckmin quer unir represa com braço Rio Grande, da Billings, para combater a seca no ABCD. Foto: Andris Bov
Mesmo com Rio Pequeno baixo, Alckmin quer unir represa com braço Rio Grande, da Billings, para combater a seca no ABCD. Foto: Andris Bov
Obras demoram dois anos; reservatório do ABCD tem maior queda em 10 anos

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) criou um fardo no período eleitoral que agora pesa nas costas de todos os paulistanos. Prometeu não deixar a Grande São Paulo desabastecida de água e muito menos aplicar o rodízio, porém, agora anuncia projetos que só serão praticados daqui a dois anos. Especialistas e técnicos em abastecimento argumentam que a ligação entre o Rio Grande e Rio Pequeno, para aumentar a vazão do primeiro, não vai reverter a crise hídrica e muito menos impedir a falta d’água no ABCD, prevista já nos primeiros meses de 2015.

Esta semana a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) confirmou que pretende ligar os dois braços da represa Billings.

A medida, conforme a companhia, vai diminuir a retirada de água do sistema Cantareira, que opera atualmente com o segundo volume morto com 6,9% da capacidade. A interligação com o Rio Pequeno aumentará a vazão do Rio Grande em 2,2 metros cúbicos por segundo. Porém, a empresa estatal estima finalizar a obra apenas em dezembro do próximo ano.

“A água fornecida pela Billings é de 7,69 metros cúbicos por segundo, o que dá para atender cerca de 2,3 milhões de pessoas, equivalendo a mais de um terço do Cantareira ou metade do sistema Alto Tietê (lembrando que entrarão mais 2,2 metros com a interligação, chegando no total a 9,89 metros cúbicos por segundo)”, confirmou a Sabesp por meio de nota.

O Rio Pequeno é o manancial que cerca a estrada Velha de Santos. Maratonistas, esportistas e qualquer pessoa que frequenta o local pode ver as condições em que se encontra a bacia. Onde havia água, grama e areia completam o cenário. Em Rio Grande da Serra, na rodovia Abide Chamas, onde se avistava água, hoje, se vê uma grande pastagem.

Água de reuso - Além disso, outra solução pensada por Alckmin é despejar água de reúso no Rio Grande. Essa água viria da Estação de Tratamento de Esgosto ABC da Sabesp teoricamente livre de qualquer tipo de contaminante e também de sais minerais, por isso não é indicada para consumo humano.

Os estudos sobre essa alternativa só devem ser concluídos, contudo, em março de 2015. Se tudo der certo, a recarga no braço da Billings só será possível em 2016. “O investimento total deste projeto será definido ao final dos estudos (março/2015), mas deve se situar em torno de R$ 500 milhões”, informou em nota a Aquapolo.

Sistema Rio Grande segue baixo, mesmo com chuva
O reservatório Rio Grande está com o menor nível registrado nos últimos 10 anos. Nesta quinta-feira (18/12), o sistema estava 64,9% de seu volume total, uma queda de 25,2 pontos percentuais em 12 meses. Apenas em 2003 a reserva chegou próxima a esse nível, 64,7%. Quase 40 milhões de m³ de água foram consumidos este ano, quando o governador Alckmin ordenou o aumento da retirada de água em duas ocasiões.

Em junho, metade das casas de Santo André passaram a consumir água do Rio Grande, antes, aproximadamente 30% dependia do reservatório. Em setembro, o governador ordenou que a Sabesp ampliasse a captação em 500 metros cúbicos, que são enviados para regiões da Capital. Tudo foi feito para evitar o racionamento, palavra evitada a todo custo pelo tucano.

Projetos mostram que Alckmin espera por chuvas
O diretor de Comunicação do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto) e também funcionário há 15 anos da Sabesp, Antônio Silva, o Ceará, explicou que nenhuma medida tomada agora pelo governador Geraldo Alckmin vai reverter a situação do abastecimento público. De acordo com ele, a atual situação poderia ser evitada se o governo do Estado tivesse escutado as previsões dos técnicos da companhia há mais de cinco anos.

“O que for feito agora é apenas paliativo e mostra que o governador está esperando uma quantidade de chuva que não vai cair”, assegurou o diretor. Ele esclarece também que a ligação Rio Grande-Rio Pequeno pode não servir para reverter o cenário atual. “A Grande São Paulo terá água apenas até janeiro. É preciso adotar o racionamento, pois os bônus do governo não fazem os consumidores reduzirem os gastos de água”, apontou. “Mas racionamento é uma palavra que o Alckmin evita até falar”.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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